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sábado, 23 de março de 2019

Desafios e riscos ao revisar estratégias - Hora de arriscar mais em ações?

Em um post anterior cogitei a possibilidade de aumentar a minha posição em ações, achando que poderia "arriscar" mais naquele momento.

A verdade é que o motivo de se expor mais em ações, dentro da minha estratégia, não deve ser por um otimismo em relação a economia.

Estratégias são feitas para serem seguidas, mas se necessário após uma cuidadosa análise, revistas.

Sim, há grandes chances da bolsa dar um salto. Mas há tantos outros riscos (e sempre haverão) que o motivo pra qualquer alteração em uma carteira buy and hold deve vir sempre de algo mais concreto e não de meras expectativas.

Não podemos tomar decisões mais arriscadas tentando adivinhar futuro. O ideal é tomar decisões comedidas com diversificação e proteção.

Os maiores riscos que o Zé Batalha vê hoje:
  • Os últimos boletins apontam que a economia brasileira já começa a dar sinais que pode crescer bem menos que o esperado neste ano
  • Devemos ter uma desaceleração no crescimento de maior parte das grandes economias;
  • Entre os países que desaceleram, temos a China, principal parceira comercial do Brasil desde 2009;
  • Uma recessão pode estar chegando na economia americana, algo compreensível após uma década de crescimento, o que pode causar um impacto global;
  • Os "cisnes negros" que não tem hora pra chegar. Vai que 2019 seja o ano...
Ainda assim a Reforma da Previdência pode proporcionar um ganho que supere esses problemas que possam surgir. Ela é o ponto mais crítico no crescimento do déficit do governo.

Não deve garantir o trilhão de economia que o Paulo Guedes quer. Aposto que uns 60% a 70% disso aí após ser desidratada pelas discussões no congresso, ainda mais depois das palhaçada que foi a proposta de reforma da previdência dos militares.

Créditos: bastter.com


Psicologia comportamental

É muito difícil não virar a cabeça com as perspectivas atuais (ainda mais quando chutei um IBOV de 144K até o fim do ano) e arriscar uma alocação 50%-50% em Renda Fixa-Renda Variável para aproveitar um momento que parece bem propício para apostar em ações.

Essa "animação" aumenta quando se constata que fundos de previdência vão ter que ir pra bolsa nesse contexto de taxa de juros baixa e devem puxar ainda mais o IBOV para cima.

Sou funcionário público CLT, não tenho estabilidade garantida por lei, mas ainda assim é muito maior do que a iniciativa privada. Tais condições me dão um pouco mais de conforto para me expor em renda variável.

O risco de privatização é maior em um governo mais liberal, mas ainda acho improvável com as informações que tenho hoje, e claro que isso vai da percepção de risco de cada um. Esta é a minha.

Sempre pensei em dividir RF-RV pautado no avanço da minha idade. Tenho usado isso até então. E isso deve continuar. Hoje a meta está 60%RF-40%RV.

Não pegue muita pressão com essa galera aí falando em IBOV a 500K ou até 1M daqui a 3 anos. Claro que isso pode ocorrer, mas o meu conselho é ignorar previsões super otimistas.

Não dá pra investir contando com isso como se fosse uma certeza. Olha a turma que entrou no hype do bitcoin em 2017...

Mas vale a pena se posicionar em ações. Desde que você tenha um perfil capaz de ser paciente para ganhar no longo prazo e o mais importante: Nunca comprar ações com o dinheiro que pode ser necessário no curto prazo.

Sim, isso pode ocorrer. Mas não aposte todas as suas fichas.


O que vale a pena revisar na estratégia

Estive pensando recentemente no fato da Berkshire do mestre Warren Buffet ter na soma dos seus 5 maiores papéis um valor de 73% do total da carteira. Não dá para comparar com a humilde carteira Batalha mas isso me fez refletir.

Com isso decidi fortalecer a participação em bons ativos como WEGE e ITUB para 10% e/ou 9,5%  da carteira RV ao mesmo tempo que reduzo as piores e deixo em quarentena por exemplo: VLID e BRFS para 3% e/ou 3,5%.

Na próxima postagem, quando terei os dados dos balanços do 4T18, farei grandes alterações nas metas da carteira.

Em resumo, decisões de alocação independem de governo. Não podemos adivinhar o futuro. E para nós, investidores pobretas, tentar apostar alto nele custa muito caro.


Pra refletir:

"Quando você estiver confiante demais nas suas convicções sobre o mercado, as chances ficam maiores de você cometer um erro grave."

segunda-feira, 18 de março de 2019

Dissecando o caso Betina da Empiricus

Oi, eu sou o Zé Batalha. Comecei a investir com 300 conto faz 6 anos e não estou nem um pouco perto de ter 1 milhão de reais, mas a Bettina Rudolph tem, e foi o grande assunto da internet dos últimos dias.

No melhor estilo Empiricus, ela afirma que começou com R$1520 e depois de 3 anos de investimento tem hoje um patrimônio de 1 milhão de reais, diz que pode ensinar qualquer um a conseguir esse patrimônio e GARANTE que os resultados serão os mesmos...


A Empiricus ataca mais uma vez...

Acho que todos já conhecem ela. É aquela empresa que enche seu saco no youtube com vários anúncios indesejados (já cheguei a receber 5 num vídeo de apenas 20 minutos).

A Empiricus vende um mundo imaginário de Bob em que você, batalhador como eu, pode ganhar MUITO dinheiro no curto prazo em um passe de mágica. A empresa fatura milhões com essa proposta e com uma campanha de marketing super agressiva, estratégia que muita gente vem fazendo hoje em dia pra pegar dinheiro da galera

A verdade é que é praticamente impossível conseguir isso que a Dona Betina promete: formar um patrimônio robusto de forma rápida, simples e segura através de investimentos. Impulsionar capital em menos tempo tem um alto preço: risco maior. Obter sucesso com isso é tão fácil quanto ganhar na loteria. 

São coisas que não se batem no mundo real dos investimentos: É impossível ganhar dinheiro de forma rápida e sem riscos ao mesmo tempo. É possível ter segurança mas com tempo. E nunca é tão simples como da forma que é vendido pela Empiricus e várias outras empresas. 


Dissecando o caso Betina

Tomei essa entrevista como base. A única que me dispus a ver:



Resumindo em tópicos. Vou me esforçar mas você é livre para acreditar ou não na Betina:

1) Ela começa afirmando que não transformou R$1500 em 1 milhão (ainda bem porque nesse prazo é impossível). Começou com R$1500 e continuou fazendo aportes durante esse tempo
2) Diz ter começado a trabalhar com 15 anos. Ganhou dinheiro com aula de dança, modelo, até panfletagem... Se for verdade, admiro a perseverança dela...
3) Admite que é uma pessoa bem privilegiada. Nesse ponto, achei honesto da parte dela pois está na cara que vem de uma família financeiramente bem sucedida. 
4) Diz que seguiu as dicas da Empiricus... De TRINTA ações só perdeu dinheiro em UMA. Isso eu duvido muito. Acho que nem Warren Buffet com quase 100 anos tem esse track record. Aqui começa aquele estilo Empiricus de vender as coisas, até porque ela já faz parte da empresa né...
5) Afirma que teve sorte ao entrar num momento de baixa da bolsa em que realmente estávamos na crise em 2016. Exatamente os 3 anos que ela precisou pra ser milionária...

Eu realmente não duvido que ela tenha esse patrimônio. É perfeitamente possível. Ela pode ter tido uma educação financeira desde cedo e se mora com os pais durante esse tempo ou parte dele suas despesas são mínimas. Pode sim ter começado com R$1500, mas resta saber O QUANTO ELA APORTOU NESSE PERÍODO e isso ela não fala

Fica bem mais fácil vencer a corrida do milhão assim se você tem essa condição financeira e aportou uns 400 ou 500 mil reais, o que é muito provável, nesse período de alta da bolsa de 3 anos.

Realidade muito diferente da gente que faz parte da família Zé Batalha.


Conclusão

A minha tese é que Betina sempre foi rica, ou melhor, já nasceu aposentada como costumo dizer... E isso não é errado. Ao contrário de muitos por aí não acho que sucesso ou riqueza seja sinônimo de crime. Sorte a dela. 

O que eu acho errado, muita pretensão, é uma pessoa/empresa afirmar que qualquer um pode conseguir isso de forma rápida, simples e segura.

Mais uma vez a Empiricus consegue o que queria: o hype. Como diz o velho ditado: "o mundo é dos espertos".

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Seguradoras - Banco do Brasil Seguridade (BSSE) ou Porto Seguro (PSSA) ?

O objetivo da postagem de hoje é analisar com alguns detalhes as melhores seguradoras da nossa bolsa.





Quando comecei a diversificar minha carteira em 2014 optei por entrar com alguma posição nessa área. Optei na época por BBSE (Banco do Brasil Seguridade), mas tirei um tempo para analisar melhor a PSSA (Porto Seguro), considerada a melhor desse segmento.

Esse setor tem como característica uma margem muito baixa apesar de ter um potencial enorme de crescimento no paísPor isso pretendo continuar tendo uma participação razoável na minha carteira. 


Houve um tempo em que coloquei como critério escolher as top picks de alguns setores/segmentos. Não lembro por qual motivo à época preteri a PSSA em prol da BBSE. Se fosse hoje talvez fosse diferente.

A PSSA tem como vantagens não ter o controle do governo como a BBSE, algo que vejo como um risco para o acionista, por estar sujeita a ingerência política. A PSSA é mais focada no mercado de seguro automotivo, além de se mostrar mais eficiente quando se analisa seus indicadores de negócio.

BBSE tem um maior diversificação atuando além dos seguros, nas áreas de previdência e capitalização. Tem à disposição uma enorme carteira de clientes do Banco do Brasil, o que vejo como uma grande vantagem. 

Valeria a pena trocar de ação?

Não vejo razão para mudar de ação por tão pouco, pois BBSE é ainda assim um papel com ótimos fundamentos para o longo prazo.

BBSE abriu o capital faz pouco mais de 6 anos, mas sempre apresentou ótimos resultados: PL crescente, lucros e EBITDA estáveis mas que já tiveram anos recentes de bom crescimento. ROEs muito bons e ótimos payouts. Uma das melhores pagadoras de dividendos da carteira falcão do Zé Batalha.

No último resultado (4T18), BBSE apresentou queda no PL e lucro, o que pode acarretar uma pequena redução de participação na minha carteira para aumento de outro papel que esteja com melhores fundamentos.

Se por um lado PSSA é a top pick do setor, o Itaú é controlador dela com 71% das ações hoje, e sendo também acionista dele, de alguma forma já tenho alguma participação nela. 

Como ponto negativo da BBSE temos o fato de não divulgar receita, impossibilitando uma análise mais completa como a da PSSA com seu ótimo histórico de resultados. 

Conclusão:

Digamos que se a PSSA é nota 10, a BBSE seria nota 8,5.

Atualizações recentes na carteira de ações:

Aluguel de ações:
No ano passado , fiz a minha primeira oferta de aluguel de ações. Foi aceita mas em poucos dias encerrada por isso não ganhei quase nada. Pedi 12% a.a. em CIEL3, num contrato que ainda duraria de 5/11 a 30/11 o que me garantiria cerca de 1% no mês.

Pretendo ofertar boa parte da minha carteira este ano e falarei em um post sobre a experiência.