sábado, 19 de dezembro de 2015

Instalação Dual-Boot de Windows 10 e Ubuntu 15 em notebook Positivo Sim+ [Problemas e soluções]


Eu nunca fui de comprar/utilizar sistemas operacionais (nem consoles de videogame) no momento em que são lançados. Sempre preferi aguardar até que os mesmos estivessem mais testados e maduros.

Meu notebook, comprado em 2009, veio instalado com um Linux de fábrica, depois instalei um Vista (que não durou muito), até que já faz um bom tempo instalei o Windows XP SP3 (com dual boot com Ubuntu 9, este por conta de um trabalho acadêmico), o qual continuei utilizando até este ano. Sempre usei muito mais o Windows XP, que atendia muito bem as minhas necessidades. Então em agosto deste ano resolvi instalar sistemas operacionais mais recentes na máquina. Optei por um característico dual boot com:
1) Windows 10
2) Ubuntu 15 (Vivid Vervet)

O meu notebook é um Positivo Sim +, Intel Core 2 Duo 6400 2Ghz, 3Gb de RAM. Foi muito vendido em 2009 por conta do seu custo-benefício. Acho incrível como um notebook de mais de 6 anos de uma marca não muito recomendada continue funcionando tão bem. O grande problema dele e alguns outros modelos dessa época é o suporte aos drivers, como veremos nesse post.

O Dual Boot

Pra instalar 2 SOs numa máquina você vai precisar de um Dual Boot. Alguns preferem usar uma máquina virtual, mas pela experiência que já tive de ver a potência da máquina reduzir pela metade eu prefiro um dual boot. Mas, cada caso é um caso.

A forma mais simples é instalar primeiro o Windows, reparticionar o disco para definir quanto de tamanho fica pra cada SO, o que pode ser feito no utilitário de Gerenciamento de Disco ou em alguns casos pode ser necessário um aplicativo mais completo, como o EaseUS Partition Manager.

Caso queira mudar a ordem do dual boot, sugiro esse link:

Instalação Windows 10

A Microsoft adotou uma estratégia bem arrojada pra disseminar seu novo sistema operacional. Basta você ter um Windows 7 SP1 ou Windows 8 (podem ser até piratas) para ter direito a baixar gratuitamente a sua cópia LEGAL do Windows 10. Ninguém sabe como isso vai ficar no futuro, mas são as condições atuais que a Microsoft estabeleceu.
No processo de instalação, deixei 20 Gb para o Linux e o restante dos aproximadamente 440 Gb para o Windows 10, optando por instalar ele antes por ser bem mais simples. O Linux acessa nativamente os arquivos da partição do Windows, ponto pro Linux. Para o Windows acessar os arquivos do Linux é necessário instalar um aplicativo por fora.

A instalação do Windows é bem simples, no mesmo estilo das versões anteriores. O primeiro problema que tive foi no término da instalação, quando me deparei com uma tela de login com uma faixa preta vertical. Aí surge o grande problema: drivers.

Até a data da publicação desse post eu tive vários problemas com alguns drivers para Windows 10. Ao pesquisar pelo número de série, o próprio site da Positivo informa que o modelo do meu notebook não suporta o Windows 10. Mas como chegamos aqui, vamos dar um jeito no melhor estilo falcão de fazer as coisas funcionarem.

Vídeo: não funciona 100%. Tentei instalar drivers de várias formas e sempre dava algum problema. Crashs de vídeo ocorrem com frequência. Na hora de bloquear a máquina é o momento em que mais ocorre o problema da faixa preta vertical. No final, acabei deixando instalado o driver da Sis Mirage Graphics, mas é bom se acostumar a toda vez que surgir a faixa vertical usar as teclas Fn+F7 para normalizar a tela [Atualizado dia 13/7/2016: o último update do dia 12/7 parece ter corrigido esse problema (não tenho mais como testar pois estou com outro notebook): "Fixed issue with some people seeing a black screen instead of the lock screen when resuming from connected standby." https://support.microsoft.com/en-us/help/12387/windows-10-update-history] . Se tiver uma Smart TV na sua rede, recomendo assistir vídeos usando o ótimo recurso de conversão para outro dispositivo, clicando com o botão direito no arquivo de vídeo.

Som: o driver da Realtek não funciona direito. Acabei deixando o driver padrão de áudio, mas mesmo assim o som apresenta chiadeiras em alguns momentos. Nesse site você pode baixar o driver pro Windows 7 (parece que desde essa época ocorriam problemas) além de algumas orientações:
http://www.baixaki.com.br/download/realtek-hd-audio-drivers-vista-windows-7-.htm

Instalação do Ubuntu

O Linux não é a salvação dos problemas do mundo. Ao contrário do que muitos dizem, ele também trava, precisa ser reinicializado após certas instalações e tem tantas qualidades e problemas como a maioria dos mais importantes sistemas operacionais.

Sempre usei muito mais Windows do que Linux na minha vida. Esta foi a primeira vez em que tive uma melhor experiência ao utilizar Ubuntu do que Windows, por conta do mau funcionamento dos drivers neste último. Só que para deixar o Ubuntu nesse ponto a minha luta foi grande também, pois os problemas de instalação que foram resolvidos eram inicialmente tão ou mais graves do que os que observei no Windows, que dificilmente dá problema em suas instalações. É nessas horas que a maioria dos usuários, seja por falta de conhecimento técnico ou de paciência mesmo, desiste do Linux e pega o primeiro Windows pirata que aparecer.

Após instalar o Ubuntu, fiquei com uma tela de 640x480 muito difícil de se trabalhar. Neste link você encontra a solução do problema: http://www.fredericomarinho.com/instalar-o-driver-da-placa-de-video-sis-671771-no-linux-mint-11/
Provavelmente vai ser necessário criar o arquivo xorg.conf, o que é bem explicado neste link: http://askubuntu.com/questions/4662/where-is-the-x-org-config-file-how-do-i-configure-x-there

Após a instalação do Ubuntu, recomendo esses links para instalação de programas que todos nós precisamos, mas no caso do Ubuntu a maioria das pessoas não conhece tão bem:
Players de música:
http://www.diolinux.com.br/2015/04/os-7-melhores-player-de-musica-para-linux.html
11 coisas a fazer após a instalação:
http://www.omgubuntu.co.uk/2015/04/things-to-do-after-installing-ubuntu-15-04

Conclusão

Em resumo, o que o Windows 10 precisa melhorar pra me oferecer uma melhor experiência: Otimizar os drivers de vídeo (Sis Mirage Graphics), que ainda apresenta instabilidades, e o áudio da Realtek que fica chiando com frequência. Alguns vídeos dão certas travadas tanto no Linux como no Windows.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Operadoras cobrando internet mesmo com o serviço desabilitado no smartphone

Como já é de costume nossas operadoras de telefonia, mais uma vez elas inventam uma nova forma de cobrar dos seus clientes algo que não foi solicitado.

Tenho um plano pós-pago da Oi juntamente com a minha esposa, sendo que somente na linha dela tem internet. Pra usar internet no meu aparelho revezo chips pré-pago da Claro e da TIM. Motivo: a Oi não pega no interior onde meus pais moram e por isso preciso de outras opções para me comunicar com eles gastando menos com tarifas, além de poder receber ligações quando estou por lá. Interessante que na região em que eles vivem quando a Claro apresenta um bom sinal, o sinal da TIM piora, mas isso já é outra história. Enfim, não vale a pena pra mim fechar outro plano pós-pago, por isso prefiro continuar com o pré-pago.

O problema: De uns tempos pra cá, a Claro tem cobrado a tarifa diária (pré-pago) de internet mesmo nos casos em que o serviço está desabilitado no smartphone. Percebi que todo dia pela manhã ocorria o desconto de R$0,99, usando ou não a internet. Em outras palavras, você vai gastar R$30 por mês, esteja usando a internet ou não. Pelo que pesquisei na internet, a TIM parece fazer o mesmo, mas não ocorreu comigo.

A solução: Pelo menos no caso da Claro, percebi que a cobrança se devia ao fato do 4G estar habilitado no aparelho na opção Redes Preferenciais. Basta então, sempre que não for usar a internet, colocar 3G como rede preferencial, além de desativar o tráfego de dados. No Moto X, você deve entrar em Configurações -> Redes -> Redes celulares -> Tipo de rede preferencial. Fazendo isso, no dia seguinte você não será mais tarifado. Você terá que lembrar sempre de fazer este procedimento um dia antes.



quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Internet Wi-Fi muito lenta no Moto X e/ou Android Lollipop - Resolvido

No mês de julho de 2015, tive um problema com a minha internet wi-fi, que será detalhado neste post. Tenho internet GVT 25Mb que me atende muito bem em todos os dispositivos, inclusive simultaneamente:
  • CPU
  • Notebook
  • Tablet
  • Celular Moto X [Lollipop] e Moto G[Kitkat] (meu e da minha esposa)
  • PlayStation3
  • 2 TVs Smart (Samsung e LG)
Em resumo, simples navegações, downloads, YouTube, Netflix, games online, enfim tudo funciona perfeitamente bem de forma que poucas vezes tive algum problema.

O Problema

Há pouco mais de uma semana, passei por um dos problemas mais estranhos que já vi na rede local da minha residência.
Ao conectar o meu Moto X de 2ª geração à rede Wi-Fi, percebi que em alguns momentos a internet ficava muito lenta. Cheguei a fazer testes em que alguma páginas chegavam a demorar cerca de 60 a 90 segundos para ser carregadas, exatamente como mostrado no vídeo abaixo:

http://www.stevenf.com/downloads/iphone-6-moto-x.mp4

Ao receber uma visita de parentes, pude perceber que todos os celulares do pessoal, tais como Samsung Galaxy e Iphones não apresentavam este problema. Juntando todas as peças cheguei a seguinte conclusão: o problema não podia ser atribuído somente a minha rede, já que todos os dispositivos citados até agora não apresentavam lentidão, exceto os nossos celulares Motorola; mas também deveria haver alguma mudança recente ocorrida na rede ou na configuração do meu roteador, visto que meu Moto X não apresenta este problema ao conectar em outras redes Wi-Fi.

A Solução

Depois de muitas pesquisas e muitos testes e mudanças de configuração no celular e no roteador, este artigo resolveu os meus problemas:

http://forums.androidcentral.com/lg-g4/542447-slow-wifi-fixed.html
Que nos remete a este outro link
http://phandroid.com/2015/05/13/comcast-wireless-gateway-lollipop-bug/

Em resumo, o problema parece ocorrer não só nos celulares da Motorola mas também em outros modelos com a versão Lollipop do Android (e pelo que vi depois, versões anteriores também). A causa do problema é que o celular tenta solicitar um endereço IPV6 do roteador e nesse momento ele não consegue conversar com ele por algum motivo. Logo, ou você desabilita o ipv6 no seu roteador (opção que não tenho, pois não desbloqueei meu roteador) ou desabilita o ipv6 no Android, o que me pareceu mais simples e rápido do que mexer em toda uma infraestrutura já funcional.

Atualizado dia 07/08/2016:
O problema não ocorre somente em celulares Motorola. Foi reportado que até o momento o bug já ocorreu em outras modelos de outros fabricantes também: Positivo S480, Zen Fone, XPeria Z2, Galaxy J5, Galaxy S7.

A solução dada pelos links acima foi instalar o DNSET, que cria uma VPN que vai forçar o celular Android a conectar usando IPV4. Não necessita nem rootar o seu aparelho. Na descrição do aplicativo, ele afirma que configura o seu aparelho pra usar os servidores DNS do Google (8.8.8.8, 8.8.4.4) e o app desliga após a VPN ser estabelecida. Eu cheguei a tentar configurar manualmente meu DNS pros do Google, mas o problema de lentidão persistiu, sendo resolvido somente com o DNSET mesmo.

Algumas pessoas não confiam muito nesse aplicativo pelo tráfego ter que passar por uma VPN, apesar de segundo o desenvolvedor, e até onde pude analisar com o traceroute, o tunelamento é feito localmente. Na verdade, não deu pra entender por completo o funcionamento, mas caso não queria usar o aplicativo existe uma outra forma de se resolver o problema seria editando um arquivo de configuração para desabilitar o IPV6, conforme explicado neste link:
http://www.reddit.com/r/Android/comments/2z1gyo/fix_lollipop_wifi_issues_and_coincidentally_the/

Concluindo, comecei a utilizar o DNSET em casa e não tive mais problema de lentidão. Em outras redes Wi-Fi que não tenham esse problema (a grande maioria) basta desabilitar o mesmo. Em 27/09/2015, percebi que Acredito que a GVT modificou alguma configuração na sua rede, pois já faz mais de 1 semana que o problema não mais ocorre.

Estas são outras soluções mais completas, conforme dicas recentemente dada nos comentários [Atualizado dia 29/08/2016]
1) O aplicativo Disable IPV6, mas seu aparelho precisa de root
2) Se tiver um roteador Wi-Fi antigo, conecte esse roteador na saída do roteador principal. Crie uma segunda rede Wi-Fi (sem IPV6) com outro nome e conecte nesta os dispositivos Android que possuem a falha. A rede principal ficaria para os outros dispositivos. Esse roteador secundário fica em modo roteador e não em modo access point.

Análise técnica do problema [Atualizado dia 24/08/2016]:
Após alguns ótimos comentários do André Lange, resolvi atualizar o post com uma análise mais detalhada do problema feita por ele, além das novas soluções já listadas acima. Pra quem quiser uma análise ainda mais apurada, sugiro que confiram os comentários dele nesse post. O fato é que o Android tem um bug no IPV6, mas especificamente no seu protocolo da camada de enlace NDP. É incrível como até hoje esse bug do Android ainda não foi corrigido, o que tem prejudicado bastante a migração para IPV6.
"No momento em que você conecta o smartphone em uma rede WiFi com IPv6, a navegação em IPv6 funciona normalmente durante alguns minutos. Passados esses minutos, o celular para de responder ao protocolo NDP, mesmo o roteador enviando inúmeras requisições de Neighbor Solicitation para o endereço IPv6 do celular. Isso faz com que o roteador WiFi pense que o celular não está mais presente na rede e assim os pacotes que chegam para o endereço IPv6 dele não tem para onde ir (o roteador não sabe qual o MAC associado àquele endereço IPv6 ou essa informaçao já expirou) e são descartados. Os pacotes IPv6 gerados pelo celular continuam indo para a internet. São as respostas que não retornam ao celular pq ele deixa de responder o protocolo NDP, que é fundamental." Uma das soluções apontadas pelo André (veja nos comentários) é setar o MAC do smartphone manualmente através de um script.
E qual a real importância da adoção do IPV6? "O acesso IPv4 com NAT (tradução de endereços no roteador para permitir compartilhamento de um endereço IP entre várias máquinas) já criou inúmeros problemas e dificuldades para os usuários. Por exemplo, a necessidade de configurar port forwarding nos roteadores para jogar online, baixar torrent, fazer acesso remoto ou simplesmente pra obter a qualidade total nas chamadas de audio/vido em apps como o Skype. Acontece que com a exaustão dos endereços v4 públicos (a internet cresceu e os números acabaram) isso já está piorando, pois os provedores não tem alternativa senão implantar mais uma camada NAT no próprio provedor (CG-NAT) e amontoar diversos clientes atrás de um único endereço IP. Como nós usuários (mesmo os mais avançados) não temos acesso administrativo a esse NAT do provedor, não temos mais como fazer port forwarding e os programas que faziam automaticamente isso por nós (via UPnP) também não conseguem mais fazer. A qualidade do acesso em v4 vai piorar cada vez mais com esse CG-NAT, ficando muitos usuários bloqueados em algum site porque o endereço IP que eles compartilham no provedor teria sido alguma vez utilizado de forma maliciosa/fraudulenta no acesso à esse site. A única solução de longo prazo para tudo isso é a implantação do IPv6, que por ter uma quantidade muito maior de endereços disponível elimina a necessidade de compartilhamento de endereços (NAT)."