domingo, 1 de dezembro de 2019

Hayek x Keynes - "A batalha do século"

Após as últimas postagens complexas e um tanto "azedas" sobre a reforma da previdência, vamos falar agora sobre algo bem mais legal relacionado a economia: 2 raps.

Já faz um bom tempo que esses vídeos foram postados, mas caso não conheça e mesmo que você não curta o assunto vale a pena ver nem que seja somente o primeiro. Foi genial o que esses caras fizeram. Resumiram 2 das escolas de economia mais importantes explicando o seu antagonismo de forma muito inteligente.


Mas quem foram Hayek e Keynes?

Friedrich August von Hayek: economista e filósofo austríaco depois naturalizado britânico. Pupilo de Mises, da Escola Austríaca de Economia. Sua teoria sobre os ciclos econômicos recebeu um Nobel em 1974.

John Maynard Keynes: economista britânico que pregou ideias que influenciaram bastante os modelos macroeconômicos, incentivando uma maior intervenção dos governos na economia.


Round 1: Fear the boom and bust (Tema a expansão e recessão)
Como é bem resumido no video: "Keynes quer dirigir o mercados, Hayek quer libertá-los". Vemos como Keynes é praticamente um superstar já que fala tudo o que as pessoas querem ouvir.

O povão não se incomoda, na verdade adora ver o governo oferecendo dinheiro, e claro que nunca se chateia com essa ideia de gastar cada vez mais sem pensar em poupar...

Como bem dizia Keynes, para que pensar no futuro se "no longo prazo estaremos mortos"... Não precisa pensar muito para ver como isso vai contra tudo o que a blogosfera de finanças recomenda.

Já Hayek é desconhecido, impopular. Tenta trazer as pessoas à realidade com foco no longo prazo. Mostra que estímulo governamental é como beber mais no dia seguinte para tentar curar uma ressaca. Explica que não há como se ter prosperidade sem poupança e investimento


Round 2
No segundo rap temos uma luta de boxe e um julgamento que começam focados na temática da recessão após a crise do subprime. Logo na entrada a gente vê como o pobre do Hayek continua desconsiderado... acaba sendo barrado na entrada, enquanto Keynes entra mesmo com o detector de metais apitando...

Keynes continua insistindo que devemos manter o gasto fluindo... Hayek resume mais uma vez que sabemos muito pouco do que realmente ocorre para tentar interferir e que o "longo prazo" chegou...

O final é emblemático. No boxe, mesmo nocauteado, o juiz concede a vitória para Keynes. No julgamento, a maioria aplaude Keynes, mas é interessante ver que alguns começam a dar voz a Hayek...

Na verdade nunca houve um debate entre eles. As ideias de Keynes ditavam aquela época em momentos que governos interviam bastante na economia. O valor de Hayek só foi reconhecido muitos anos depois, durante a crise dos anos 70.


E o que a Escola Batalha de Economia prega?

Vemos nos vídeos como fica claro que é muito mais cômodo ser keynesiano e isso explica muito da popularidade de suas ideias. Ninguém precisa fazer conta, basta só aceitar um dinheiro que o governo está injetando para consumo e/ou investimento.

Mas com o seu entendimento de como o mundo real funciona, a Escola Batalha de Economia defende que o ideal seria algo na proporção de 80% Hayek e 20% Keynes. O que faz um país crescer é o trabalho, pessoas empreendendo e gerando empregos, o mercado em sua maior parte se auto regula.

Há áreas como assistência social, justiça e combate a monopólios que precisam sim de governos minimamente sérios e eficientes atuando, e é ai que mora o grande problema: ineficiência e corrupção são muito comuns em vários países...

No final não seria um estado mínimo, mas sim um estado otimizado e eficiente, colocando o nariz somente aonde deve, sabendo os momentos onde precisa intervir e ciente que na maior parte das vezes a sua ação deve ser mínima.

Por exemplo, o pós-guerra na década de 40 precisava de um empurrão a mais, talvez a crise do subprime de 2008 tivesse sido ainda pior sem a atuação do governo, por mais que ainda assim eu questione a forma como tudo foi feito, com alguns bancos grandes saindo ainda maiores da crise.

Mas nunca há uma solução perfeita. Assim é o mundo...

E como diria um amigo meu: "Se o governo não faz, os profissionais vão fazer..."

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Reforma da Previdência - Parte 2: Havia alguma alternativa viável?


Esta postagem é uma continuação desta, onde fiz uma análise da Reforma da Previdência à luz da Escola Batalha de Economia.

Não queria me estender muito pela polêmica e também por ser complicado resumir algo tão complexo, mas como não gosto de deixar as coisas pela metade resolvi concluir o assunto.

Mais uma vez adianto que o meu objetivo nunca foi de comemorar ou torcer por uma reforma. Não gasto meu tempo com isso, não tenho disposição para defender nada nessa área. É algo muito lógico, mas o fato de eu ser peão e não me posicionar não muda em nada o fato de ela ter sido aprovada.


A intenção na verdade é analisar fatos e dados e nesta postagem em especial avaliar se havia alguma alternativa. Na Escola Batalha de Economia a gente tenta entender como as coisas funcionam.


Vamos relembrar mais uma vez o problema:

Como bem explicado nesse artigo já tivemos 6 emendas constitucionais sobre previdência. Não cabe mais aquele tradicional "ah era pra ter sido mais debatida". Já são 20 anos que esse assunto vem sendo tratado...

Deficit 2018: R$197 bi (+7% em relação a 2017): arrecadou R$397 bi, gastou R$594 bi, gasto esse que corresponde a 8,6% do nosso PIB, ou seja: R$594 bi de um PIB de R$6,8 tri.

Em 2019:
Orçamento total: R$1,438 tri:
- Previdência: R$767,8 bi (53,4%)
- Saúde: R$118,6 bi (8,25%)
- Educação: R$98 bi (6,8%)
- Segurança: R$11 bi (0,78%)

Nos dias em que escrevi isso, houve alterações no senado que reduziram a economia para cerca de 800 bi. No final ainda saiu da reforma as mudanças no BPC, aposentadoria rural, mudança de idade mínima das mulheres e regras ficaram mais brandas para professore.


Mas afinal, havia alguma alternativa viável?

Uma dos maiores erros que podemos cometer é se considerar como o detentor da verdade absoluta. Sempre é bom se dar o benefício da dúvida. Baseado nisso pesquisei os motivos pelo qual não se deveria fazer uma reforma da previdência.

Depois de um bom tempo de pesquisas, achei essa imagem que resume bem os principais argumentos que encontrei. Comentarei cada tópico.


1) Seria lindo ver esses 476 bi de grandes devedores voltando, mas a verdade é que só dá pra recuperar menos de 100 bi parcelado pois a grande maioria das empresas já faliu. Se alguém descobrir uma forma de tais empresas voltarem das cinzas para pagarem seus débitos essa ajuda seria muito bem-vinda. E como o déficit é hoje de 200 bi anuais, admitindo que alguém conseguisse cobrar tudo isso, ele não taparia o buraco nem do primeiro ano.
"Ah, mas eles não cobram nunca os devedores ricos etc e tal": há um novo mecanismo de cobrança a inscritos na dívida ativa da União que caracteriza o “devedor contumaz”, ou seja, aqueles que apresentam, entre outras características, dívida igual ou superior a R$ 15 milhões por mais de 1 ano. O texto impede que esse tipo de devedor possa participar de programas de refinanciamentos, como os Refis, por 10 anos e permite o cancelamento do cadastro fiscal do contribuinte, caso constatado que o devedor causou desequilíbrio concorrencial.
Obs: Não podia deixar de falar o quão problemático podem ser esses Refis: já foram 40 desde o ano 2000: Premia o mau pagador e incentiva o bom pagador a ser mau também...

2) IGF é a sigla para o Imposto sobre Grandes Fortunas. De competência da União, previsto na constituição, é o único que nunca foi instituído. Não entendo como chegaram nesse valor de 14 bi, um valor que pouco resolve o problema (lembro de novo: déficit anual 200 bi)... Seria algo muito mais simbólico do que efetivo.
Mas então os economistas freestyle vão dizer: vamos aumentar o valor desse imposto! Quando exageram demais na mão, adivinha o que ocorre? Os ricos se mudam para outro país e muitas vezes levam junto seus negócios e então os pobres que trabalhavam para esses ricos ficam sem emprego.Vejam o que aconteceu na França: o governo acabou revogando a alíquota de 75% quando viu que afetava mil pessoas e aumentou em apenas 250 milhões de euros a arrecadação...

3) Eu sinceramente não tenho nem o que comentar pois não entendo de que forma o fim da reforma trabalhista faz 37 milhões de pessoas saírem da informalidade...

4) No mundo real, esse 1 trilhão seria incrível. Mais uma vez políticos e economistas freestyle alegam que metade do orçamento brasileiro é gasto com dívida pública fazendo muita gente acreditar. A verdadeira despesa anual do governo compreende: juros e encargos da dívida + amortização da dívida, o que deu um total de 360 bi em 2017, um valor bem distante da conta deles.
E um dos motivos da dívida não parar de crescer é exatamente pelo fato do país gastar mais do que arrecada ao longo de tantos anos. Para ter menos juros a gente precisa de superávit nominal para poder reduzir a divida.
Outro papo muito comum é dizer que somente os bancos se beneficiam disso. Os 2 grandes bancos privados (Bradesco e Itaú) detém 210 bi, menos de 5% da dívida pública. A maior parte dessa dívida está nas mãos de fundos de investimento, fundos de pensão, BNDES, FGTS, o próprio BC e o governo. Além disso, nós pobretas que compramos títulos do tesouro direto temos cerca de 1,5% da dívida.
A famosa "auditoria independente da dívida" questiona os métodos de cálculo, o que faria a dívida diminuir, mas isso ao custo de um calote. E ao dificultar o mecanismo de emissão de títulos para financiamento do governo, provocaria um aumento na taxa de juros, tendo em vista a dificuldade que seria pagar dívidas somente com o dinheiro dos impostos.
Eles são os mesmos que dizem que o Equador resolveu o problema da sua dívida, mas é o caso de um país que não tem moeda própria e que se aproveitou de um contexto bem especifico da crise de 2008 para negociar sua dívida cotada em dólares americanos, oferecendo aos credores a oportunidade de se livrar dos seus papéis com um deságio de 70%.

Se quiser entender melhor como isso funciona não deixe de ler esse artigo. Esse também é muito bom, com links para os dados do SIAF no site do Tesouro.

5) Esse é um ponto é o único que eu consigo concordar em alguma coisa. Os militares alegam que "nunca se aposentam", ficam em "disponibilidade". Maior balela isso aí. O governo afirma que o custo é menor mas promoveu um grande reajuste (característico de políticos que querem agradar seus apoiadores, nada de novo aqui) com a reestruturação das carreiras que vai implicar em aumento das despesas. Resumindo: receberam um aumento e mantiveram benefícios de integralidade e paridade que foram retirados de outras carreiras.

Argumento bônus - "Essa reforma só vai servir aos interesses do mercado financeiro": Esse é até engraçado. Olha o que ocorreu no último grande enriquecimento do "mercado financeiro" do país, quando eram exatamente as pessoas que esse pessoal tanto defende que estava no poder: O IBOV chegou a multiplicar por 5 nesse período, bancos bateram recorde de lucros, ações/lucros de várias empresas em disparada. Mas adivinha o que estava acontecendo ao mesmo tempo? Taxa de desemprego caindo, economia pujante e um dos momentos mais prósperos da economia do país. Pode parecer injusto eu sei, mas o mundo funciona assim: onde o rico prospera, há um pobre do outro lado ganhando emprego. Boa sorte pra quem tentar mudar isso aí...


Conclusão

A Grécia já chegou em estados como MG, RJ e RS e estima-se que mais da metade dos estados devem ir no mesmo caminho, principalmente por conta de gastos previdenciários elevados.

A ideia desses pensadores era que o governo devia trabalhar mais pelo lado da receita. O problema é que para bancar todas essas despesas do Brasil deveria crescer como uma China, mas não a de hoje, mas aquela dos bons tempos, que crescia uns 6 a 10% ao ano.

Encerro esse assunto com esse texto até porque está comprometendo minha meta de menos textão em 2019 e esse saiu grande pra kralho rs #pas

sábado, 5 de outubro de 2019

Carteira Batalha - Setembro (+3,16%) | Acumulado 3T 2019 (+12,05%)

CENÁRIO ATUAL

Afrouxamento monetário segue forte tanto no Brasil como no mundo. Incrível como existem cerca de 13 trilhões de dólares pelo planeta alocados em ativos de rentabilidade zero ou negativa. Selic já tem grandes chances de ficar abaixo de 5% até o final do ano. A economia mundial desaquece e parece que o Brasil mais uma vez vai contra o ciclo...

Reforma da previdência desidratada no senado mas segue para aprovação até o final do mês, gerando uma economia de 800 bi. Dados do CAGED animam. Será que agora vai?

Ataque à refinaria na Arábia Saudita provocou efeitos menos prejudiciais do que o esperado no final das contas. Quanto a guerra comercial não perco mais tempo falando daqueles cornos. Já encheu o saco essa treta Trump x Xi Jinping. A cada rusga deles os ativos desabam por todo o mundo.


VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL

Continuo com academia zero por falta de foco e disciplina nesse aspecto. Mas futebol de 1 a 2x por semana, o que não resolve mas é o que gosto. E creio que tão cedo não devo mudar isso. Essa é minha vida.

No trabalho estamos vivendo momentos de incerteza que irão proporcionar meses (ou anos) intensos e emocionantes... rs. Ótimo momento para que todos revejam suas carteiras e reflitam sobre um plano B, C, D independente do que vier a acontecer.

Cenário micro-econômico Batalha: Próximo ano eu e a Sra Batalha teremos um considerável aumento de despesas pois a Batalha Filha vai começar seus estudos. Não abrimos mão de investir o melhor que pudermos dentro das nossas condições, é claro.

Já comecei a fazer o planejamento financeiro 2020. Austeridade se mantém bem sólida:
  • Ao renegociar a conta da Vivo obtive um ótimo desconto e reduzi mais uma vez a conta mensal, desta vez em R$33
  • Consegui baixar a conta de energia em R$50 (e creio que ainda pode ser mais): peguei a dica da sogrinha e comecei a desligar o gelagua toda noite, o que pra mim é tão simples quanto apagar as luzes. Ninguém acorda de madrugada aqui para beber água gelada. Eu esperava que a eficiência energética desses aparelhos fosse melhor.
  • Já faz um tempo que pensava em renegociar a minha tarifa bancária mensal. Sou cliente Van Gogh Santander, mas mesmo com o bom serviço prestado considero o valor de R$69,90 muito alto (e isso porque tenho um desconto de 50%). Liguei para o teleatendimento e para minha surpresa de pronto já estornaram os últimos 3 meses e isentaram a dos próximos 3. De qualquer forma terei que ir pessoalmente na agência para renegociar em definitivo.
Vamos agora para os resultados, lembrando que nunca menciono valores, somente performance.


RENDIMENTO CARTEIRA BATALHA - ACUMULADO 3º TRIMESTRE: +12,05%

Carteira Batalha brilhou muito neste último mês. Vencemos os índices de referência. O rendimento mensal de setembro ficou em 3,16%. No acumulado do ano até 30/9 obtivemos +12,05%. A correlação negativa da queda de juros com os ativos de renda variável explica em parte essa alta.


CZB chegando cada vez mais próximo da meta de alocação de ativos. 8 FIIs até o momento. Pretendo entrar em mais 2 até o fim do ano e assim fechar a meta de 10. Para chegar na meta de 12 ações devo me desfazer de uns 3 papéis assim que o momento for propício.

Do último trimestre pra cá consegui reduzir em 11% minha alocação em ações, aumentei em 5% a de FIIs e em 9% a de Tesouro Direto. Hoje: 66% em RV e 34% em RF:



TESOURO DIRETO - ACUMULADO 3º TRIMESTRE: +7,34% (início abril-2019)

Foi linda a última queda de juros. Proporcionou um ótimo rendimento nos títulos indexados ao IPCA. Conseguimos em TD 2,88% em setembro.


AÇÕES - ACUMULADO 3º TRIMESTRE: +14,16%

Depois dos -1,98% de agosto, o placar do mês de setembro: CZB-Ações +4,11%  x  +3,57% IBOV


FIIS - ACUMULADO 3º TRIMESTRE: +8,46% (início maio-2019)

É a espécie de ativos que mais tenho estudado neste ano com o objetivo de definir a carteira até o fim deste ano, como já falei. Placar do mês de setembro: CZB-FIIs +3,64%  x  +1,04% IFIX


CRIPTOMOEDAS - ACUMULADO 3º TRIMESTRE: +37,33%

O que eu tinha de estudar desse tipo de ativo foi em 2017. Praticamente nem olho muito mais. Só vai ter aporte quando a estratégia mandar: -7,83% em setembro


sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Apostas de turnaround da Carteira Batalha - Rumo (RAIL3) e OI (OIBR3)

O sonho de grande parte das pessoas que investem na bolsa de valores é acertar aquela "grande tacada". Comprar uma ação nas mínimas e levar ela ao topo. Algo como o maior caso de turnaround recente da nossa bolsa: Magazine Luiza (MGLU) -> uma ação que vale hoje cerca de R$35, chegou a valer R$0,12 em 14 de dezembro de 2015. Quase 300x de valorização!

Iphone x MGLU3

Será que vale a pena arriscar para tentar achar a próxima MGLU?

Esse tipo de investimento vai quase que contra tudo o que acredito, mas acho que pode valer a pena desde que não seja comprometido uma parcela muito grande do seu patrimônio nisso e que você estude muito bem o case antes de tomar qualquer atitude.

Investimentos de risco elevado só podem ser feitos num nível em que você possa tolerar as perdas, ou seja, colocar aquele dinheiro que se você perder o seu mundo não vai acabar.

Eu costumava colocar no máximo 5% do meu portfólio em "apostas", mas hoje em dia reduzi para 3% (criptomoedas também estão nessa classificação). Além disso, considero uma boa colocar entre 0,5% e 1% em cada ativo, conforme recomenda esse ótimo vídeo do Canal do Holder.

Se a aposta der certo, vem depois a decisão de continuar e se beneficiar do fato de ter virado um bom ativo, entrando assim na carteira de buy and hold, caso atenda aos critérios.


Rumo (RAIL3): Por que entrei nessa

De todos os papéis que tive até hoje, foi minha primeira aposta desse tipo. Admito que foi dica daquele barbudinho chato da Empiricus, durante o ano em que cheguei a assinar. Na verdade foi um amigo que me deu a dica. Li o relatório e comprei a ideia.

Eram mais de 20 páginas onde ele detalhava muito bem todo o case. Resumindo: somos muito dependentes da malha rodoviária para escoamento da produção agrícola. Sentimos isso na pele no impacto causado pela greve dos caminhoneiros em 2018.

Para crescer mais o Brasil precisa de uma melhor infraestrutura logística. 65% do transporte de mercadorias é feito pelo modal rodoviário, 26% ferroviário e 9% hidroviário. Há uma demanda não atendida e com isso uma enorme perspectiva de expansão.

Na época, setembro de 2016, o relatório prometia um ganho de 400% no melhor cenário e 90% no pior. 2 anos e 4 meses depois estou com um ganho de 225%. Na Carteira Batalha de ações ela só perde para Eztec, que está com um rendimento louco de 270% hoje.

Decola, tremzinho!

Um outro motivo pelo qual entrei: A empresa tem uma relação com o setor agrícola, que cresceu até mesmo durante esse tempo de crise. Eu gostaria de ter alguma exposição nesse setor, nem que fosse indiretamente.

Entrei em RAIL3 com cuidado colocando por meta na época apenas 2,5% da minha carteira de ações, mas diante da evolução da empresa, já estou projetando um bom aumento de participação na carteira.

Tem dado certo até então. Conseguiu seu primeiro trimestre de lucro desde 2012. Me impressiona também a quase unanimidade de gestores de fundos que acompanho que também estão comprados em Rumo.


OI (OIBR3): Por que entrar em algo tão ruim?

Antes de mais nada, gostaria de adiantar que essa é uma das piores empresas que eu já analisei em toda a minha vida. Procure no Google a história dela e você vai entender. Tudo de ruim que você possa imaginar ela já passou...

A ação já chegou a valer R$360 e a pouco tempo bateu cerca de R$0,70. Ah e não esqueça que está em recuperação judicial...

Entrei nela a R$0,80 (com um mínimo de capital, claro) pois ela já estão tão no fundo que mesmo que se acabe perderei algo que posso suportar. Mas por que ela entrou na CZB? Após várias pesquisas reuni algumas informações que me fizeram entrar nessa.



O ruim

Na verdade, o péssimo: a situação atual. Entra R$4,5 bi de caixa operacional/ano com saídas de R$7 bi. Prejuízo acumulado: R$11 bi.

O bom

Somente as perspectivas e possibilidades, que são várias:
  • Venda de participação na angolana Unitel = R$4 bi
  • Venda de torres + data center = R$650 mi
  • Venda de rede de fibra ótica = R$1 bi
  • Venda de imóveis = R$1 bi
  • Venda da Unitel = R$4 bi
  • Créditos ligados a PIS/Cofins = R$2 bi (com expectativa de mais R$1 bi)
  • Dedução de IR pode chegar a até R$ 3,7 bi
  • Aprovação do PLC 79 é o fator mais recente que pode ajudar a cotação a subir
Claro que muita coisa pode acontecer, inclusive nada… Há muita boataria que pode ser vendida pra TIM, alguma chinesa, até AT&T entrou na história...


E atenção - Disclaimer:

Mais do que nunca eu reforço que nada disso é recomendação de compra. É só a p*rra da minha opinião...


E fechando o mês de agosto...

A CZB teve um rendimento de -1,22% perdendo para o IBOV e seus -0,67%. No acumulado do ano temos um ganho de 8,62%. A CZB-Ações rendeu -1,98% e o acumulado do ano 9,66%.

domingo, 18 de agosto de 2019

Recessão global? Próxima grande crise?

Esta última semana foi de muita tensão nos mercados como há muito não se via: China e Alemanha (o motor da Europa) em desaceleração, seguindo o caminho de outras economias relevantes do velho continente, como Itália e Reino Unido; Estados Unidos com curva de juros indicando recessão; e com tudo isso o IBOV voltou pra menos de 100K...



Uma das coisas mais bacanas que li na blogosfera financeira ultimamente foi:

"Estude crashes passados: Com sua carteira atual, tente simular o que teria acontecido no pior momento da economia nos últimos tempos. Simule qual o valor da sua carteira no pior momento e o que isto teria significado para você."

Seguindo o conselho vou tentar simular uma crise como a de 2008 -> a bolsa no Brasil caiu 50% em 6 meses e demorou 16 meses para voltar ao patamar, mas depois ainda caiu 50% até 2015.

Na minha simulação a Carteira Batalha de Ações perde metade do seu valor também. A queda na carteira como um todo seria hoje de 27,40%. A diversificação em outros ativos acaba protegendo a carteira de uma queda maior. Penso que haveria uma grande alta nas criptomoedas em um cenário desses, o que reduziria minhas perdas, mas considerei um cenário menos otimista.

O rendimento é calculado com a marcação a mercado, mas eu não venderia nada, ao contrário: eu compraria barato. Isso faz reduzir meu preço médio nos papéis e aumentar os ganhos no longo prazo.

Essa é a grande vantagem dessa estratégia. Não fico esquentando a cabeça tentando achar os melhores momentos de entrada e de saída de um papel colado num home broker. Análise técnica está aí pra isso, mas não é para todos. Conhecendo meu perfil vejo que também não é para mim... 

Quando eu venderia? Num cenário de desastre na minha vida em que eu precisasse de muito dinheiro e as minhas reservas em renda fixa ou possíveis empréstimos não fossem suficientes. Que Deus me livre que isso ocorra pois aí sim eu estaria relegado à sorte de um bom momento do mercado.


Qual o impacto até o momento?

Neste mês de agosto até esta última sexta 16/8 a CZB-Ações caiu 3,08% e o IBOV caiu 2,27%.

Nessas horas penso que deveria colocar um disclaimer sobre os resultados percentuais da Carteira Batalha, pois na verdade essa medição de rentabilidade de período não serve de muita coisa. Eu não sou gestor de carteiras pra precisar ter um bom track record...

É divertido, acho legal registrar pra comparar com outros índices. Há uma utilidade de ver como a carteira se comporta, mas no final o que vai fazer mesmo a diferença é o aporte e uma carteira bem diversificada com bons ativos no longo prazo.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Reforma da Previdência - O tamanho do problema e o preço a pagar

Ao mesmo tempo que comecei meus estudos sobre investimentos há 6 anos atrás, comecei a me interessar mais por economia. O aprendizado em ambos me ajuda muito a cada dia entender mais as regras do jogo, o que me tem feito errar cada vez menos nesta área e daí surgiu a Escola Zé Batalha de Economia.

Pretendo começar a falar sobre esse assunto mas sempre tentando ao máximo (por mais difícil que seja) não me ater ao lado político. Já faz um bom tempo que não tenho mais saco pra falar sério sobre política. Não vale a conversa. Muita lacração e pouco debate que traga algum aprendizado.

Aqui na blogosfera financeira me sinto mais à vontade de expor minha análise pois os debates tendem a ter qualidade muito maior do que os das redes sociais, mesmo havendo discordância, que é algo saudável, desde que bem embasada. Por isso optei por esse meio, contando com isso para continuar a postar sobre o tema.


"O Brasil que eu quero..."

O que algumas das nações que mais admiro e que parecem funcionar da melhor forma possível: Japão, Coreia do Sul, Alemanha, Áustria, Suíça, países nórdicos, entre outros, têm em comum?
1) Baixa taxa de juros
2) Baixa inflação

Claro que não é só isso que faz um país ser bem sucedido, claro que todos investiram muito em educação, mas também nunca deixaram de lado a austeridade fiscal. Desafio você a procurar algum país com alta taxa de juros e de inflação que seja próspero. Meu conceito de prosperidade não é ser somente o mais rico (tipo EUA), mas sim um bom PIB per capita, bom IDH, baixa desigualdade social.

Compare o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) desses países que citei. Eles têm o IDH dos meus sonhos. Há uma correlação quase que direta: 1º) Noruega: 0,953; 2º) Suíça: 0,944; 5º) Alemanha: 0,936 e por aí vai... Só a título de curiosidade: 79º) Brasil: 0,759... :-(

Estamos bem longe desses países, talvez a gente nunca chegue lá. Mas o caminho para chegar nem que seja um pouco perto do nível deles para mim está cada vez mais claro.


Por que a Escola Zé Batalha de Economia considera isso tão importante?

A matemática e a economia me ajudaram a entender que o maior flagelo que pode afetar os pobres é a inflação. Aqueles R$100 de gastos com alimentação que viram R$200 representam um aumento de 10% para 20% de quem ganha um salário mínimo. E um aumento de apenas 1% para 2% de quem ganha R$10000. Uma conta simples que não deixa dúvidas de quem sofre mais.

Nossa taxa de juros atual é 6%, incrivelmente a menor de nossa história. Há cerca de 15 anos atrás, era 25% e já foi bem maior do que isso.

Quando a taxa de juros é alta, vale mais a pena deixar o dinheiro guardado numa aplicação de renda fixa. Quando a taxa de juros é reduzida vale mais apenas investir em um negócio ou consumir => e é isso que puxa o crescimento da economia.

Por que o governo aumenta a taxa de juros? É o instrumento tradicional (longe de ser perfeito, mas é o que temos pra hoje) utilizado para controlar a inflação:

Inflação sobe acima do ideal => Taxa de juros é aumentada
Inflação controlada ou baixa => Taxa de juros é reduzida

Imagine uma empresa bem gerenciada com 1 bilhão em caixa. Com taxa de juros a 14%, como ocorreu há cerca de 3 anos, eles investem tudo em Selic e obtém um resultado financeiro sem esforço de 140 milhões num momento em que a economia está estagnada, lucrando muito mais do que poderiam com o seu próprio negócio. Num cenário econômico mais promissor, essa empresa teria investido na abertura de novas unidades -> o que proporcionaria mais empregos.

Cada queda na taxa de juros gera uma economia de dezenas de bilhões/ano ao país só com o pagamento de juros da dívida. Juros soberanos caem e empresas e pessoas também terão juros menores nos seus empréstimos, claro que longe do ideal mas há vários estudos do BC para implementar medidas com o objetivo de combater essa diferença.

Também estou ciente que no longo prazo o país vai precisar de mudanças estruturais para continuar crescendo. Não podemos contar apenas com as quedas nas taxas de juros


Mas como fica pra quem conta com renda fixa? O negócio é migrar pra renda variável?

Quem vive de rendimentos de renda fixa vai sofrer com essa tendência de baixa. Mas estou convicto que uma rentabilidade menor é um preço justo a pagar para ter um país com uma macroeconomia mais estável e previsível.

Já estamos vivendo uma tendência de procura por investimentos em renda variável que dão um rendimento melhor, obviamente aliado a risco. Fundos de pensão e pessoas físicas cada vez mais vão procurar investir nesses ativos o que deve ocasionar um aumento no rendimento dessas aplicações.

Os lucros das empresas aumentam com despesas financeiras mais baixas. As cotações seguem os lucros no longo prazo.


E a Reforma da Previdência, qual o tamanho do preço a pagar?

Nosso país é muito rico, mas extremamente endividado que testa limites do seu déficit desde 2013


A previdência é disparada a maior despesa entre os gastos primários do governo (que desconsidera a despesa com juros da dívida pública, o que merece uma postagem à parte). Os 767 bilhões gastos consomem TRÊS VEZES MAIS do que saúde (118 bi), educação (98 bi) e segurança pública (11,3) JUNTOS.


As despesas de pagamento do funcionalismo público e de previdência não se submetem ao teto de gastos. E olha só quais despesas têm crescido de forma descontrolada no decorrer dos anos:


E o que isso acarreta? O achatamento de todas as outras despesas, que todos nós claramente consideramos super importantes: educação, saúde, segurança e etc. O gráfico abaixo mostra claramente como elas ficariam cada vez mais comprometidas sem uma reforma.


As barras azuis e laranja são os gastos com previdência. Em 2026, em apenas 8 anos, praticamente 80% do gasto primário seria usado para despesas previdenciárias, sobrando cada vez menos dinheiro para os demais serviços básicos oferecidos pelo governo. E olha que ainda vivemos num país jovem. Quem investe em um país com essas perspectivas?

E para pagar as despesas deste ano e não incorrer em crime de responsabilidade foi necessário o presidente solicitar um crédito suplementar de R$250 BI. Ou seja: o governo já endividado de HOJE precisa de crédito extra para pagar as contas. Então devemos contar com uma promessa de que no futuro o estado vai dar conta de algo que ele não consegue atender hoje, mesmo com todas essas perspectivas de crescimento de despesas?

São somente 2 opções:
1) Com Reforma: diminuição do rítmo de crescimento das despesas com um mínimo de austeridade e controle => redução na taxa de juros => ambiente mais atrativo para investimentos => expansão ou criação de empresas => redução do desemprego. Sim, é óbvio: empresas buscam lucros, com isso produzem mais e consequentemente gerando mais empregos, o que faz a economia crescer. É assim que funciona.
2) Sem Reforma: para honrar os pagamentos, só restaria ao governo: A) aumentar (ainda mais) os impostos para tentar obter mais receita => mais sonegação e desemprego => empresas reduzem seus quadros funcionais para diminuir despesas e manter seus lucros. Para compensar o aumento de impostos as empresas também podem repassar a despesa para o consumidor final aumentando seus preços, o que causa aumento da inflação e pra combater essa inflação o governo aumenta a taxa de juros. B) governo emite moeda para pagar dívidas => aumento da inflação => mais uma vez aumento da taxa de juros.

Resumindo: o preço pode ser pago com 1) reforma da previdência ou 2) maior inflação e aumento na taxa de juros.

Um contra-argumento que sempre escuto é a menção à Dívida Pública/PIB elevada de alguns países desenvolvidos bem maiores que a nossa: Japão (253%), EUA (106%), Canadá (96%). Mas esses caras têm rating melhores, prazo e taxa de juros mais favoráveis que o nosso, por vezes até juros negativos. Em relação aos 3 citados, estas são as taxas atuais respectivamente: [-0,1%], [2,5%] e [1,5%]. Não dá para comparar. São economias muito mais sólidas e seguras.

"Estou esperando a economia decolar faz 3 anos..."

Sim. Eu também. Mas há um fator humano comportamental na retomada da economia que ninguém pode controlar. O governo pode tentar todas as medidas de estímulo que julgar necessárias mas a economia só vai sair do buraco no momento que o empresariado voltar a ter confiança para investir.

Não é de hoje que a previdência é um problema mundial em vários países com um mínimo de organização. Uma rápida busca no google te mostrará pelo menos 60 (não só desenvolvidos) que já tiveram de fazer isso.


CONCLUSÃO

A análises da Escola Zé Batalha de Economia procuram sempre ser pautadas com números e dados.

Sei que a reforma vai causar um impacto na população. Sei que para os mais pobres a aposentadoria é muitas vezes uma proteção contra o desemprego.

Tenho vários pontos de discordância com essa reforma e todas que já vi até hoje, mas conforme mostrei com os dados sei também que algo precisava ser feito. A meu ver, algumas das coisas que havia de pior tais como as mudanças no BPC foram retiradas.

Claro que se aposentar pelo INSS mais cedo ajudaria demais os meus planos de IF e o de tantas pessoas, mas sei que para isso primeiro o país precisa sair da trajetória de falência. Ninguém gosta de tomar uma injeção, ou fazer uma cirurgia. Mas às vezes é necessário para evitar algo muito pior lá na frente...

Qualquer que fosse a opção a gente iria se ferrar. Essa reforma só faz a população se ferrar menos, mas a verdade é que poucos conseguem ter uma visão do todo. Normal. A verdade é que governos devem ser vistos mais como instituições com as quais você deve se proteger do que com alguém que possa te ajudar...

[Atualizado - 12/11]: link da segunda e última parte desse artigo

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Carteira Batalha - Rendimento acumulado no 1º Semestre 2019 (+6,05%)

ANÁLISE DO CENÁRIO ATUAL

Crescimento econômico moderado da zona do Euro e saída do Reino Unido. No Brasil, crescimento negativo no primeiro trimestre, com a crise da Argentina tendo considerável influência. O ambiente teve um maio pessimista que foi melhorando até o final de junho

S&P caiu quase 7% em maio e a nossa bolsa ficou estável com uma alta de 0,7%. Esse é um ponto que considero muito importante. Quedas nas bolsas americanas puxam o mundo todo junto e o IBOV não foi afetado.

O IBOV fechou acima dos 100K pela primeira vez no dia 19/6. Será que minha previsão vai se confirmar...?


O FED já deu por certo não aumentar a sua taxa de juros, mas imagina se ela baixar (e há chances disso ocorrer), o IPCA cada vez mais baixo e com isso uma grande chance de redução da nossa taxa de juros => o IBOV deve decolar.

Claro que toda minha tese depende de inúmeros fatores impossíveis de serem listados aqui, mas obviamente é necessário ter uma proteção na carteira caso o pior aconteça. Como ouvi recentemente, monte algo que: "Se der cara você ganha mas se der coroa você perde pouco".

No Encontro do G-20, finalmente foi fechado o acordo de livre comércio do Mercosul com a União Européia, uma ótima notícia para o Brasil. No mesmo evento, Trump e Xi Jinping parecem estar perto de encerrar essa novela da guerra comercial...


PROJETOS PESSOAIS

Tentei retomar meu negócio de organização de competições de futebol com meu sócio. Era algo que me garantiu uma pequena renda extra durante alguns anos, mas ao tentar voltar este ano vi que havia muitas barreiras de mercado (concorrentes com campos, algo que não tenho e nem pretendo ter). Enfim, não faltou insistência mas o negócio não se mostrou viável.

Como não deu certo, resolvi focar neste momento em trabalhar ainda mais a minha estratégia de investimentos para consolidar a minha carteira com o objetivo de IF no longo prazo. Apesar de ser algo que faço porque gosto no fundo isso dá muito trabalho.

Houve correções no método de cálculo dos rendimentos da carteira. Agora o aporte é feito no último dia do mês e eu considero o IPCA no período certo para evitar a distorção que dava antes.


RENDIMENTO DA CARTEIRA BATALHA - 1º SEMESTRE: +6,05%

Finalmente após quase 1 ano e meio consegui vender meu apartamento antigo, o que proporcionou o a amortização do financiamento imobiliário atual, o tão sonhado momento de redução das despesas mensais em mais de 30% e a retomada dos aportes mais agressivos a partir de então. Os não recorrentes que sobraram foram muito importantes para reequilibrar a Carteira Batalha.

Meta de alocação da carteira RF/RV: 50/50 (me julgue :D), apesar de hoje eu ainda estar muito longe dela (73% em RV e 27% em RF):

Rendimentos no mesmo período:
IBOV: 14,88% 
IFIX: 11,67%
Carteira Batalha: 6,05%
Poupança: 2,24%
Dólar: -0,85%

[colocar gráficos ate então (estilo aportador)?]


TESOURO DIRETO: 4,60%

Retornei neste 2º trimestre os aportes no TD com o objetivo de reforçar a renda fixa da carteira. Se a Selic baixar até o final do ano como muitos estimam, pode rolar um bom ganho nos títulos de Tesouro IPCA da carteira.


AÇÕES: + 4,78%

Depois das várias mudanças nas alocações ocorridas no 1º trimestre, a carteira obteve bons ganhos, inclusive batendo o IBOV neste mês de junho: 4,63% contra 4%.


FIIS: + 2,20%

Depois de vários meses de estudo, finalmente entrei nos Fundos de Investimento Imobiliário. Por enquanto entrei devagar em shoppings, logística e lajes corporativas. Será um tema para um próximo post à medida que for me aprofundando mais no assunto.


CRIPTOMOEDAS: +89,83%

No 1º trimestre, reportei aqui que parecia estar ocorrendo algum turnaround pois o ano tinha começado com uma queda de -22,07% mas fechou o 1º trimestre em -1,05%. Aí me surge essa alta louca que vemos agora. Pelos meus cálculos só o BTC teve uma valorização de 728% até o fim do mês de junho...

Como minha exposição é baixa neste tipo de ativo, não ocorre tanto impacto na carteira. 



sábado, 8 de junho de 2019

Sái LEVE3 e BBSE3, entra MDIA3

Eu sei. Não está legal a minha arte gráfica, but i don't give a shit. Esta é minha humilde homenagem à copa do mundo feminina que vai ser show.

Carteira Zé Batalha - Substituição:
Sái: Metal Leve #LEVE3 e Banco do Brasil Seguridade #BBSE3
Entra: Moinho Dias Branco #MDIA3

No mês passado me desfiz das minhas posições em MAHLE Metal Leve (LEVE3) e Banco do Brasil Seguridade (BBSE3).

A motivação foi a diretriz atual de procurar concentrar a Carteira Zé Batalha (CZB) em ativos de maior qualidade, tentando selecionar as mais TOP de fundamentos.

Meu objetivo é reduzir a carteira de ações para 12, no máximo. Tenho 16 hoje, o que acho demais para acompanhar, além do que a carteira fica mais pulverizada do que deveria.


MAHLE Metal Leve - LEVE3. Por que saiu da CZB?

Não é uma empresa ruim, muito pelo contrário. Uma boa empresa, tem mais de 1 século, controlador alemão MAHLE tem 60% dela, free float (% de ações da companhia em livre circulação no mercado) de 30% na ON, liquidez 200 K/dia que é suficiente, MAS:
  • Lucros inconsistentes. No último balanço foi recorde mas oscilou muito nos últimos dez anos
  • PL e Receita não sai do lugar faz 6 anos
    • PL desde 2010 sem evolução
    • Receita desde 2011 sem evolução
Entrei na ação em agosto de 2015. Saí com um rendimento histórico no período de +30,23 %

Em resumo: é boa, mas tem coisa bem melhor para se aportar na CZB. 


Banco do Brasil Seguridade - BBSE3. Por que saiu da CZB?

Pode parecer incoerente sair de BBSE3 depois dessa postagem onde explico porque investi nela, mas entrou no mesmo critério de LEVE3.

Bons fundamentos: PL crescente, lucros e EBITDA estáveis mas que já tiveram anos anteriores de melhor crescimento. ROEs muito bons e ótimos payouts.

Era uma das melhores pagadoras de dividendos da CZB, para quem gosta. Pra se ter uma ideia de cada R$100 que coloquei nesse papel recebi R$20 de dividendos.

Entrei no papel em julho de 2014. Saí com um rendimento histórico no período de +18,87 %

Em resumo: é boa, mas tem coisa bem melhor para se aportar. [2]


Moinho Dias Branco - MDIA3. Por que entrou na CZB?

Eu não estava mais disposto a entrar em um novo ativo na carteira de ações, mas ao decidir pela otimização precisei abrir espaço para Moinho Dias Branco. Motivo: Fundamentos excelentes.

Sua fatia de mercado: 36% do setor de massas e 34% de biscoitos, além de produzir outros alimentos como óleos, margarinas entre vários outros, o que proporciona múltiplas fontes de receita

Vendas para o exterior respondem por 1% do total mas vem crescendo muito. Atualmente vendem R$ 46 mi para 37 países

O EBITDA e a receita líquida crescem de forma ininterrupta de 2003 a 2018. Incrível.

Houve a aquisição da carioca Piraque em 2018. A empresa usou parte do caixa e se alavancou. O caixa líquido ficou negativo com essa aquisição, pois teve aumento da divida (divida barata no BNDES). Ainda assim a Dívida Líquida / EBITDA ainda está em 0,85 e a Dívida Bruta / PL em 0,22. Tranquilo demais.

A expectativa é que a sinergia deve se completar em 2 anos. O que mostra que a empresa ainda tem um bom espaço para crescer, com boas chances de aumentar mais esse market share.

O LL reduziu 16%, mas houve um crescimento do EBITDA de 11% nos ultimos 3 anos. Tem um bom free float de 37% na ON.

Os incentivos fiscais também ajudam muito essa empresa. Ela pagou somente 10% de imposto, enquanto que normalmente as empresas pagam por volta de 30%.


A próxima meta é me ver livre de BRFS3 e VLID3. Haverá um momento propício. Enquanto isso elas ficam de quarentena.
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sábado, 18 de maio de 2019

VIVO x NET - Qual a melhor internet?

Em março, recebi uma proposta de telefonia fixa e internet 120 Mbps bem tentadora da NET. Não sei como o cara já tinha todos os meus dados e sabia que eu era cliente VIVO 50 Mbps. Depois encontrei a explicação nesse artigo.

Adianto que todas as informações que vou passar nessa postagem referem-se ao Centro da cidade de Fortaleza, bairro onde resido.

Digo isso pois são muitas variáveis envolvidas: cabeamento, infraestrutura da região, do prédio, da forma que a conexão chega até o apartamento, entre tantos detalhes, que não dá pra apontar de forma definitiva qual a melhor internet de todas. Aqui falo só da minha experiência.

Não trabalho nessa área, sou analista de sistemas - desenvolvedor (portanto relevem se falar alguma besteira), mas me interesso pela área de redes. Os testes relatados aqui se referem apenas ao meu apartamento.



A proposta da NET

A oferta de 120 Mbps saía pelo mesmo preço dos 50 Mbps que eu já tinha: R$125.

Zé Batalha com todo seu profissionalismo fez as seguintes perguntas:
1) Tem franquia de consumo?  R: Não
2) Há alguma limitação de franquia ou o quer que seja? R: Não
3) Posso fazer um teste sem compromisso? R: Sim. Me deram 7 dias para testar sem compromisso.
4) Já sou cliente Claro pós-pago. Rola um combo e um desconto? R: Me ofereceram 240Mbps acrescentando apenas R$10.

Sempre estive bem satisfeito com o serviço da VIVO mas a proposta estava linda. Só restava TESTAR.

Peguei relatos de pessoas no grupo de WhatsApp do meu prédio. Vi que algumas estavam satisfeitas e outras não, tanto com VIVO quanto com NET. Sei que isso tem muito a ver com a forma que a pessoa utiliza o serviço. 

Não posso julgar as opiniões pois não conheço cada perfil. Mas por falta de conhecimento técnico tem muita gente que acha que o Wi-Fi após 3 portas e paredes tem que funcionar tão veloz quanto o de quem está em frente ao roteador da sala.


Parecer para quem não quer Detalhes Técnicos

Logo percebi que na NET há alguma instabilidade que não conseguia medir com testes, nem explicar tecnicamente: momentos em que cheguei a passar cerca de 1 minuto para carregar fotos no Instagram, ou mesmo uma página leve no navegador, enquanto que na VIVO o problema não ocorria.

A NET chegou a bater 96 Mbps de download no Speedtest, com 10 Mbps de upload. Isso tanto para dispositivos ligados via cabo ou Wi-Fi.

O problema é que ao testar seguidamente dava 60, 38, 29, numa loteria de Mbps. Na VIVO, sempre tenho resultados na faixa de 47 Mbps de down e 3 Mbps de up, conexão muito mais estável.

Outro problema que percebi na NET foi uma demora para conectar no Wi-Fi (há a opção de 2,4 e 5 Ghz, mas deu ruim em ambos). Fiz os testes desligando o roteador da VIVO para evitar do sinal ficar poluído.


AND THE WINNER IS: VIVO!

Conclusão: A velocidade que contrato na VIVO é garantida e estável 99% das vezes. Acrescento que esta conexão ficou bem melhor após eu colocar um switch que me permitiu ligar via cabo a TV do quarto e a CPU do escritório, desonerando mais o Wi-Fi, mas esta solução não funcionou com a NET...

A VIVO, mesmo com uma velocidade teoricamente menor, se mostrou um serviço muito mais confiável e esse foi o critério que me fez querer manter meu contrato com eles. 

Se você não entende ou não quer saber dos detalhes técnicos já pode parar a leitura por aqui.


Parecer para quem quer Detalhes Técnicos

Foram 5 dias de testes intensos. A minha rede local dispõe de 13 a 16 dispositivos em média:
  • Cabo: 2 Smart TVs, 1 PC Desktop, 1 PS4 (PS4 e TV da sala ligados direto no roteador da NET, PC e TV do quarto ligados no switch)
  • Wi-Fi: 1 notebook, 3 a 6 smartphones, 2 câmeras IP
No PS4, sem influência do switch, foi possível chegar no máximo até 96 Mbps.

Cheguei a mudar a ligação do PS4 para o cabo CAT5e, que suporta velocidades de até 1 Gbps. Os cabos mais comuns CAT5 suportam só até 100 Mbps, mas em tese é possível chegar também a 1 Gbps em distâncias mais curtas. Não houve diferença de velocidade com a mudança do cabo. Não sei se o roteador da NET é gigabit, o que seria um empecilho pra velocidade passar de 100 Mbps. 

O meu switch é bem simples e barato (mas me atende bem): um D-Link DES-1008A que é 10/100, portanto compreensível o fato da CPU e a TV do quarto não passarem da barreira dos 100 Mbps, ao contrário da TV da sala e do PS4.

Testei jogar online no PS4 e ocorreu um erro que eu nunca tinha visto: "perda de sincronia na conexão", o que fez abortar uma partida de FIFA 18. O que só demonstra como a NET é menos confiável, mesmo via cabo.

A transferência de dados via rede local e as câmeras IP funcionaram na NET tão bem quanto na VIVO. 


Wi-Fi

Em termos de Wi-Fi, cheguei a tentar mudar de canal, pois isso melhorou o meu sinal na conexão VIVO, mas não propiciou nenhuma melhora na NET. O sinal é bem inferior.

Talvez a questão do wi-fi se resolvesse caso eu ligasse o roteador como bridge, conectando um roteador de melhor qualidade, mas eu não tinha nem equipamento e nem saco mais para testar.

A NET disponibiliza um roteador que dá a opção de rede 2,4 GHz (padrão 802.11n) e 5 GHz (padrão 802.11ac). Redes 2,4 GHz são bem mais comuns mas podem ter maior interferência, pois há telefones sem fio e microondas que trabalham na mesma frequência, o que pode poluir o sinal. Uma rede 5 GHz tem um menor alcance mas trabalha com menos interferência.

Os smartphones que temos suportam as redes de 2,4 e 5 GHz. A rede 2,4 GHz da NET só ganhou da VIVO no banheiro do quarto de casal, local mais distante, mas ainda com a instabilidade.

Pode ser que a placa de rede Wi-Fi do seu notebook não suporte a rede 5 GHz (802.11 ac), como foi o caso do meu. Para saber isso digite o comando:  netsh wlan show drivers
Você verá uma sessão "tipos de rádio com suporte". No meu tinha: 802.11b 802.11g 802.11n

O roteador da VIVO mantinha 100% de sinal enquanto o da NET (seja 2,4 ou 5 Ghz) oscilava de 60% a 80%. Não tem conexão boa que resolva o problema de um péssimo roteador wi-fi, mas como já citei até via cabo havia instabilidade.

Havia momentos bons de ping de 8/9, download estável na faixa de 90 Mbps e upload de 10 Mbps, mas esses momentos não duravam muito.

Recentemente soube que a "fibra" da NET chega até o prédio, mas não aos apartamentos. E depois percebi que realmente no modem chegava um cabo coaxial. Fica a dica: se te venderem fibra óptica veja se realmente ela chega até o modem.


Cancelamento do serviço da NET

Foi bem tranquilo. Nenhuma taxa extra cobrada, conforme combinado. Ainda bem.

terça-feira, 23 de abril de 2019

1º Trimestre 2019 - 40 anos de idade e 10 de educação financeira

A postagem de hoje trata do primeiro trimestre de 2019 do Zé Batalha

ANÁLISE DO CENÁRIO ATUAL

Guerra comercial EUA/China parece começar a se resolver. IBOV oscila de acordo com qualquer espirro que derem relacionado à reforma da previdência. Christine Lagard e FMI acham que o mundo vai crescer menos. Possibilidade de recessão mundial compromete as expectativas internas. Na Europa, incertezas maiores por conta das indefinições do Brexit. Nos EUA, FED sinaliza manutenção de juros.


VIDA PESSOAL

Cheguei aos 4.0 e talvez nunca tenha refletido tanto sobre a idade que graças a Deus atingi. Por ter uma filha passei a me preocupar ainda mais com o meu futuro e a minha capacidade de prover uma vida digna a ela.

Batalha 4.0. Vem tranquilo.
Os desafios que estão por vir. Zé Batalha 4.0: -Vem tranquilo.

Um dia parei pra pensar como cheguei aqui. Então lembrei que só em 2009, com 30 anos, comecei a me organizar financeiramente. Seria ótimo se o fizesse mais cedo, mas nunca é tarde para mudar pra melhor.

Tudo ocorreu logo após uma viagem de férias para Europa em que gastei muito além dos meus padrões, mas que sinceramente não me arrependo, pois foi um divisor de águas na minha vida. Me serviu para abrir mais a minha mente.

De 2009 para cá foram muito erros cometidos e aprendizados. O que mais me faz refletir é o quanto eu aprendi MUITO com o Batalha Pai neste aspecto. A minha mãe teve uma importância fundamental na minha vida, mas em termos de educação financeira foi com ele que mais aprendi.

Lembro do quanto ele insistia em relação ao fato de eu não conseguir guardar dinheiro. Pelo mesmo motivo que tento explicar (quando me pedem) para os colegas hoje em dia: eu sabia o valor do meu salário, mas não tinha noção do quanto gastava por mês e por consequência não tinha noção se sobrava algo para investir.

Ainda longe do ideal, mas me anima ao ver muita gente jovem com esse pensamento hoje em dia no Brasil. Quem sabe a gente tenha no futuro uma geração um pouco mais consciente neste quesito.


RENDIMENTO DA CARTEIRA BATALHA NO 1º TRIMESTRE: +4,51%

IBOV: 8,56%
IFIX: 5,57%
Carteira Batalha: +4,51%
Selic: 1,51%
Poupança: 1,05%
Dólar: 0,57%

Abril é o mês mais importante em termos de definições da CZB (Carteira Zé Batalha) de renda variável. Nessa época são liberados os balanços anuais das empresas. Minhas decisões de alocação mais relevantes são feitas mais nestes momentos e bem menos nos trimestrais.

Após refletir sobre algo que adiantei no último post resolvi fazer uma realocação agressiva da carteira de RV.

Decidi que meu objetivo agora é focar em concentrar mais a carteira (não só de RV) em ativos de ótima qualidade e menos na diversificação, diferente do que fiz no começo. Penso em colocar 90% no mínimo em bons/ótimos ativos.

O restante eu posso arriscar em apostas, cripto, turnaround, etc... O que tenho de "pior" em RV hoje (BRFS3, VLID3 e RAIL3) está ocupando uma meta de 8%. Por sinal essas 3 merecem ser tratadas num post futuro.

lyanna mormont na fúria
Zé Batalha, onde estava com a cabeça quando comprou VLID e BRFS?
Então darei mais peso a ativos top como WEGE e ITUB e reduzirei muito mais os que não vem tendo bons resultados, tais como os supracitados. Tenho cogitado também a possibilidade de me livrar de alguns ativos estagnados pra adquirir algum nível top...

Realocação de carteira:
  • Alocação AUMENTADA:
    • EGIE3: resultados excelentes: aumento de receita e lucro líquido. Houve um aumento na divida/EBITDA, mas ainda sustentável tendo em vista os vários projetos em uma empresa muito bem administrada e que cresce muito. Foi o maior aumento de alocação na carteira.
    • WEGE3: incrivelmente consegue resultados melhores a cada ano. Alcei ela ao topo juntamente com ITUB3 no rol das empresas com maior participação na carteira.
    • ITUB3: Resultados excelentes e pra completar teve uma grande distribuição de dividendos
  • Alocação REDUZIDA:
    • CIEL3: reduzi mas não foi pela queda de cotação. Tem queimado margem. No guidance dela esse lucro vai cair de 3,5 para 2,3BI. Mas está se mexendo, como mencionei nesse post. Pela cotação ter caído muito foi a que mais fiz aportes nos últimos 12 meses
    • UGPA3: caindo lucros e margem e aumentando a divida/EBITDA. Só receita aumentando.
    • BBSE3: resultados piores: caiu muito o PL e lucro liquido. Ótimo payout de 120%. 
    • LEVE3: 7 anos de receita estacionada. Nos 2 últimos anos o lucro melhorou mas não muito.
    • KROT3: aumentou brutalmente a divida para aquisição da Somos e com debentures. Receita e PL estável, lucro caiu 30%.
  • Alocação MANTIDA:
    • VALE3: resultado excelente. Lucro líquido aumentou na casa dos 30%. Colhe frutos da reestruturação de Carajás, o mais moderno projeto de mineração do mundo. Dívida caindo bastante mas as incertezas dos processos judiciais por conta da tragédia de Brumadinho podem causar impacto negativo
    • EZTC3: tanto receita lucro líquido e margem caíram muito, mas ainda assim essa empresa faz milagre nesse segmento imobiliário.

RENDIMENTO DAS AÇÕES NO 1º TRIMESTRE: + 5,12%

O ano começou com um mês de janeiro bem animado com um rendimento de 10,76% na carteira. Mas após sucessivas quedas fechamos o trimestre nesse rendimento de 5,12%.

Destaque negativo para Ultrapar (UGPA3) com -13,91% no trimestre e positivo para Engie (EGIE3) com valorização de 24,77%.


RECOMPONDO A RENDA FIXA

Aproveitando o adiantamento do 13º salário, estou começando a recompor a carteira de títulos do tesouro aos poucos.


RENDIMENTO CRIPTOMOEDAS NO 1º TRIMESTRE: -1,05%

Após mais uma queda feroz de -22,07% no início do ano, parece estar ocorrendo algum tipo de turnaround. No acumulado fechamos em -1,05% e nem estou considerando a alta que vem ocorrendo nos últimos dias.

Destaque positivo para BTC que valorizou 7,20% e ADA que valorizou 64,71% no período (mas minha alocação é só de 2%) e como destaque negativo temos XRP com desvalorização de 15,50%.

A alta no BTC acaba por compensar as quedas de algumas criptomoedas na carteira pois no final o que vale é o que temos em reais lá.

sábado, 23 de março de 2019

Desafios e riscos ao revisar estratégias - Hora de arriscar mais em ações?

Em um post anterior cogitei a possibilidade de aumentar a minha posição em ações, achando que poderia "arriscar" mais naquele momento.

A verdade é que o motivo de se expor mais em ações, dentro da minha estratégia, não deve ser por um otimismo em relação a economia.

Estratégias são feitas para serem seguidas, mas se necessário após uma cuidadosa análise, revistas.

Sim, há grandes chances da bolsa dar um salto. Mas há tantos outros riscos (e sempre haverão) que o motivo pra qualquer alteração em uma carteira buy and hold deve vir sempre de algo mais concreto e não de meras expectativas.

Não podemos tomar decisões mais arriscadas tentando adivinhar futuro. O ideal é tomar decisões comedidas com diversificação e proteção.

Os maiores riscos que o Zé Batalha vê hoje:
  • Os últimos boletins apontam que a economia brasileira já começa a dar sinais que pode crescer bem menos que o esperado neste ano
  • Devemos ter uma desaceleração no crescimento de maior parte das grandes economias;
  • Entre os países que desaceleram, temos a China, principal parceira comercial do Brasil desde 2009;
  • Uma recessão pode estar chegando na economia americana, algo compreensível após uma década de crescimento, o que pode causar um impacto global;
  • Os "cisnes negros" que não tem hora pra chegar. Vai que 2019 seja o ano...
Ainda assim a Reforma da Previdência pode proporcionar um ganho que supere esses problemas que possam surgir. Ela é o ponto mais crítico no crescimento do déficit do governo.

Não deve garantir o trilhão de economia que o Paulo Guedes quer. Aposto que uns 60% a 70% disso aí após ser desidratada pelas discussões no congresso, ainda mais depois das palhaçada que foi a proposta de reforma da previdência dos militares.

Créditos: bastter.com


Psicologia comportamental

É muito difícil não virar a cabeça com as perspectivas atuais (ainda mais quando chutei um IBOV de 144K até o fim do ano) e arriscar uma alocação 50%-50% em Renda Fixa-Renda Variável para aproveitar um momento que parece bem propício para apostar em ações.

Essa "animação" aumenta quando se constata que fundos de previdência vão ter que ir pra bolsa nesse contexto de taxa de juros baixa e devem puxar ainda mais o IBOV para cima.

Sou funcionário público CLT, não tenho estabilidade garantida por lei, mas ainda assim é muito maior do que a iniciativa privada. Tais condições me dão um pouco mais de conforto para me expor em renda variável.

O risco de privatização é maior em um governo mais liberal, mas ainda acho improvável com as informações que tenho hoje, e claro que isso vai da percepção de risco de cada um. Esta é a minha.

Sempre pensei em dividir RF-RV pautado no avanço da minha idade. Tenho usado isso até então. E isso deve continuar. Hoje a meta está 60%RF-40%RV.

Não pegue muita pressão com essa galera aí falando em IBOV a 500K ou até 1M daqui a 3 anos. Claro que isso pode ocorrer, mas o meu conselho é ignorar previsões super otimistas.

Não dá pra investir contando com isso como se fosse uma certeza. Olha a turma que entrou no hype do bitcoin em 2017...

Mas vale a pena se posicionar em ações. Desde que você tenha um perfil capaz de ser paciente para ganhar no longo prazo e o mais importante: Nunca comprar ações com o dinheiro que pode ser necessário no curto prazo.

Sim, isso pode ocorrer. Mas não aposte todas as suas fichas.


O que vale a pena revisar na estratégia

Estive pensando recentemente no fato da Berkshire do mestre Warren Buffet ter na soma dos seus 5 maiores papéis um valor de 73% do total da carteira. Não dá para comparar com a humilde carteira Batalha mas isso me fez refletir.

Com isso decidi fortalecer a participação em bons ativos como WEGE e ITUB para 10% e/ou 9,5%  da carteira RV ao mesmo tempo que reduzo as piores e deixo em quarentena por exemplo: VLID e BRFS para 3% e/ou 3,5%.

Na próxima postagem, quando terei os dados dos balanços do 4T18, farei grandes alterações nas metas da carteira.

Em resumo, decisões de alocação independem de governo. Não podemos adivinhar o futuro. E para nós, investidores pobretas, tentar apostar alto nele custa muito caro.


Pra refletir:

"Quando você estiver confiante demais nas suas convicções sobre o mercado, as chances ficam maiores de você cometer um erro grave."

segunda-feira, 18 de março de 2019

Dissecando o caso Betina da Empiricus

Oi, eu sou o Zé Batalha. Comecei a investir com 300 conto faz 6 anos e não estou nem um pouco perto de ter 1 milhão de reais, mas a Bettina Rudolph tem, e foi o grande assunto da internet dos últimos dias.

No melhor estilo Empiricus, ela afirma que começou com R$1520 e depois de 3 anos de investimento tem hoje um patrimônio de 1 milhão de reais, diz que pode ensinar qualquer um a conseguir esse patrimônio e GARANTE que os resultados serão os mesmos...


A Empiricus ataca mais uma vez...

Acho que todos já conhecem ela. É aquela empresa que enche seu saco no youtube com vários anúncios indesejados (já cheguei a receber 5 num vídeo de apenas 20 minutos).

A Empiricus vende um mundo imaginário de Bob em que você, batalhador como eu, pode ganhar MUITO dinheiro no curto prazo em um passe de mágica. A empresa fatura milhões com essa proposta e com uma campanha de marketing super agressiva, estratégia que muita gente vem fazendo hoje em dia pra pegar dinheiro da galera

A verdade é que é praticamente impossível conseguir isso que a Dona Betina promete: formar um patrimônio robusto de forma rápida, simples e segura através de investimentos. Impulsionar capital em menos tempo tem um alto preço: risco maior. Obter sucesso com isso é tão fácil quanto ganhar na loteria. 

São coisas que não se batem no mundo real dos investimentos: É impossível ganhar dinheiro de forma rápida e sem riscos ao mesmo tempo. É possível ter segurança mas com tempo. E nunca é tão simples como da forma que é vendido pela Empiricus e várias outras empresas. 


Dissecando o caso Betina

Tomei essa entrevista como base. A única que me dispus a ver:



Resumindo em tópicos. Vou me esforçar mas você é livre para acreditar ou não na Betina:

1) Ela começa afirmando que não transformou R$1500 em 1 milhão (ainda bem porque nesse prazo é impossível). Começou com R$1500 e continuou fazendo aportes durante esse tempo
2) Diz ter começado a trabalhar com 15 anos. Ganhou dinheiro com aula de dança, modelo, até panfletagem... Se for verdade, admiro a perseverança dela...
3) Admite que é uma pessoa bem privilegiada. Nesse ponto, achei honesto da parte dela pois está na cara que vem de uma família financeiramente bem sucedida. 
4) Diz que seguiu as dicas da Empiricus... De TRINTA ações só perdeu dinheiro em UMA. Isso eu duvido muito. Acho que nem Warren Buffet com quase 100 anos tem esse track record. Aqui começa aquele estilo Empiricus de vender as coisas, até porque ela já faz parte da empresa né...
5) Afirma que teve sorte ao entrar num momento de baixa da bolsa em que realmente estávamos na crise em 2016. Exatamente os 3 anos que ela precisou pra ser milionária...

Eu realmente não duvido que ela tenha esse patrimônio. É perfeitamente possível. Ela pode ter tido uma educação financeira desde cedo e se mora com os pais durante esse tempo ou parte dele suas despesas são mínimas. Pode sim ter começado com R$1500, mas resta saber O QUANTO ELA APORTOU NESSE PERÍODO e isso ela não fala

Fica bem mais fácil vencer a corrida do milhão assim se você tem essa condição financeira e aportou uns 400 ou 500 mil reais, o que é muito provável, nesse período de alta da bolsa de 3 anos.

Realidade muito diferente da gente que faz parte da família Zé Batalha.


Conclusão

A minha tese é que Betina sempre foi rica, ou melhor, já nasceu aposentada como costumo dizer... E isso não é errado. Ao contrário de muitos por aí não acho que sucesso ou riqueza seja sinônimo de crime. Sorte a dela. 

O que eu acho errado, muita pretensão, é uma pessoa/empresa afirmar que qualquer um pode conseguir isso de forma rápida, simples e segura.

Mais uma vez a Empiricus consegue o que queria: o hype. Como diz o velho ditado: "o mundo é dos espertos".

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Seguradoras - Banco do Brasil Seguridade (BSSE) ou Porto Seguro (PSSA) ?

O objetivo da postagem de hoje é analisar com alguns detalhes as melhores seguradoras da nossa bolsa.





Quando comecei a diversificar minha carteira em 2014 optei por entrar com alguma posição nessa área. Optei na época por BBSE (Banco do Brasil Seguridade), mas tirei um tempo para analisar melhor a PSSA (Porto Seguro), considerada a melhor desse segmento.

Esse setor tem como característica uma margem muito baixa apesar de ter um potencial enorme de crescimento no paísPor isso pretendo continuar tendo uma participação razoável na minha carteira. 


Houve um tempo em que coloquei como critério escolher as top picks de alguns setores/segmentos. Não lembro por qual motivo à época preteri a PSSA em prol da BBSE. Se fosse hoje talvez fosse diferente.

A PSSA tem como vantagens não ter o controle do governo como a BBSE, algo que vejo como um risco para o acionista, por estar sujeita a ingerência política. A PSSA é mais focada no mercado de seguro automotivo, além de se mostrar mais eficiente quando se analisa seus indicadores de negócio.

BBSE tem um maior diversificação atuando além dos seguros, nas áreas de previdência e capitalização. Tem à disposição uma enorme carteira de clientes do Banco do Brasil, o que vejo como uma grande vantagem. 

Valeria a pena trocar de ação?

Não vejo razão para mudar de ação por tão pouco, pois BBSE é ainda assim um papel com ótimos fundamentos para o longo prazo.

BBSE abriu o capital faz pouco mais de 6 anos, mas sempre apresentou ótimos resultados: PL crescente, lucros e EBITDA estáveis mas que já tiveram anos recentes de bom crescimento. ROEs muito bons e ótimos payouts. Uma das melhores pagadoras de dividendos da carteira falcão do Zé Batalha.

No último resultado (4T18), BBSE apresentou queda no PL e lucro, o que pode acarretar uma pequena redução de participação na minha carteira para aumento de outro papel que esteja com melhores fundamentos.

Se por um lado PSSA é a top pick do setor, o Itaú é controlador dela com 71% das ações hoje, e sendo também acionista dele, de alguma forma já tenho alguma participação nela. 

Como ponto negativo da BBSE temos o fato de não divulgar receita, impossibilitando uma análise mais completa como a da PSSA com seu ótimo histórico de resultados. 

Conclusão:

Digamos que se a PSSA é nota 10, a BBSE seria nota 8,5.

Atualizações recentes na carteira de ações:

Aluguel de ações:
No ano passado , fiz a minha primeira oferta de aluguel de ações. Foi aceita mas em poucos dias encerrada por isso não ganhei quase nada. Pedi 12% a.a. em CIEL3, num contrato que ainda duraria de 5/11 a 30/11 o que me garantiria cerca de 1% no mês.

Pretendo ofertar boa parte da minha carteira este ano e falarei em um post sobre a experiência.