sexta-feira, 10 de abril de 2020

Coronavirus - Covid19 - Isolamento ou não?

Após vários estudos e análises, esse é o parecer oficial da Escola Batalha de Assuntos Contemporâneos.

Hoje já podemos dizer com toda certeza que quem menosprezou o vírus se deu mal. Fizeram campanha pra Milão não parar e hoje o prefeito pede desculpas pelo erro, para citar só um exemplo.

Até o dia 19/3 muitos faziam chacota dos estudos do Imperial College que previam milhões de mortos (mais precisamente 2,2M no EUA e 500K no Reino Unido), só esqueceram de mencionar que esse estudo considerava que os governos NÃO IRIAM FAZER NADA, deixar a própria população se contagiar e se imunizar com o tempo. Adivinha só o que aconteceu logo depois que eles viram o tamanho do problema? Abandonaram a ideia.

Donald Trump, um dos maiores defensores globais do retorno ao trabalho anunciou a prorrogação do isolamento social nos EUA até 30 de abril. Desistiu, portanto, da meta de normalização até a Páscoa e já anunciou dias difíceis durante essas semanas. Boris Johnson chegou até a ir pra UTI ...

Quando você até esses caras abandonando a ideia, é porque não parece haver outra alternativa mesmo. Será que se eles tivessem se antecipado a situação seria menos crítica?


A questão não é comparar o corona com gripe, acidente de carro, dor de barriga como muitos vem fazendo aí. O problema é que sistema público de saúde nenhum deve dar conta de atender tanta gente com esse nível de isolamento solicitado, imagina sem nenhum.

O Covid-19 mata e interna de 10x a 15x mais que uma gripe comum. Não vai morrer gente só desse vírus, vai morrer muito mais de outros problemas pois não vão conseguir ser atendidos com a superlotação.

Sim, eu sei que a economia, vidas, empregos e possibilidade de caos e desordem social estão em jogo. Mas sim a economia já está ferrada de um jeito ou de outro e sim o governo está injetando dinheiro mas não vai chegar para todos na proporção que precisam. A única coisa que ainda pode ser feita é tentar diminuir a quantidade de mortos.

Em termos de economia eu sugiro a leitura desse artigo do Alexandre Schwartsman, que segue alinhado com o que eu penso.

Agora claro, depois que tudo isso terminar vai ter centenas de especialistas publicando um estudo X ou Y pra dizer que sem isolamento tudo seria melhor e etc mas a verdade é que a gente nunca vai saber.

E dado o pouco que sabe ainda desse vírus, sem vacina e sem cura... hidrocloroquina tem ajudado muito, mas não é milagre, virou o nióbio do momento...


E isso não quer dizer que não é para não fazer nada. O próprio ministério da saúde já começa a estudar o momento como deve proceder na fase pós-isolamento.

Já vi estudos que apontam que primeiro, se faz esse isolamento total da população, que dure de 15 a 30 dias no mínimo. Depois quem se contaminou não transmite mais a doença e se corta a subida quase vertical da curva de infectados, aí se inicia o isolamento para os grupos de risco, para que a economia volte a girar. [Fonte]

Como li recentemente: "Esse é o problema do Brasil: queremos os benefícios dos países desenvolvidos, mas continuamos nos comportando como terceiro mundo. Queremos os benefícios do lockdown mais brando da Coréia do Sul, mas sem antes parar o contágio da epidemia e sem investir como eles. Queremos o bem estar social da Alemanha, mas não queremos fazer os 6 anos de superavit que eles fizeram."


Sim, a OMS errou feio (todos erram) ao acreditar nos dados da China, e já errou em várias outras coisas mas é a fonte mais confiável no momento não é a toa que praticamente todos os governos mesmo tardiamente estão adotando essa posição. Se a gente não seguir recomendações da OMS, vai seguir de quem? Do presidente de Belarus?

Aí eu pergunto, quem está adotando uma posição diferente da recomendação da OMS nesse momento? Quem vai pagar pra ver dadas as circunstâncias?

Aí alguém pode falar... Ah mais tem uns países ali da Ásia que não fizeram isolamento e estão muito bem. Sim, mas cada caso é um caso...

Será realmente que a gente pode se comparar com Japão, Coreia do Sul e Singapura? Deixa eu falar aqui somente dos 2 primeiros:
1 - São países com território menor e portanto de mais fácil controle
2 - Extremamente mais organizados
3 - Recursos, contas e sistemas em dia para atender a população
4 - População tem hábitos de higiene quase que obsessivos, diferente do brasileiro que toma muito banho e pouco lava a mão
5 - Já usam máscaras no dia a dia há muito tempo mesmo antes do corona até porque vivem com ameaças de vírus (SARS, gripe suína entre tantas outras que surgiram por lá)
6 - Não tem costume de muito contato físico com os outros, diferente da gente que só se fala se pegando, se abraçando e se beijando
7 - Os caras são hiperdisciplinados. Governo mandou estão obedecendo.

A gente tem que se comparar é com países maiores, tipo os EUA, que mesmo não tendo as favelas da gente, nós pelo menos temos um sistema de saúde pública mesmo que longe do ideal. E olha a situação que eles estão. E ainda não estamos nem na metade da história, infelizmente...

Profissionais fazem assim:

3 comentários:

  1. COm ou sem, estamos fudidos! Dividas publicas monstras e impagáveis, nossa reforma da previdencia que daria economia em 10 anos foi toda gasta em abril e nao bastou. Onde vamos parar agora?

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    1. Temos que gastar mais ainda, é uma situação emergencial. É plenamente possível quitar a dívida pública no longo prazo, porém a discussão maior é sobre qual é o modelo de Estado que desejamos para o país. Se é o Estado do Bem-Estar Social, com direitos e deveres, ou se é o Estado Mínimo, só com deveres.

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    2. Essa é a questão do momento, realmente.
      Estamos vendo um governo de linha liberal ciente de que o estado precisa intervir muito neste momento.
      Resta saber quando a situação se acalmar. Os caras vão voltar com a faca nos dentes pra cortar tudo que for imaginável.

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