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sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Retrospectiva 2022 / Fechamento CZB: -2,72% no ano / Expectativa 2023 / O fim de uma era

RETROSPECTIVA

A Carteira Zé Batalha obteve um rendimento de -2,72% no ano. Chegou a bater quase -10% em junho, já em outubro reverteu para +1,6%, mas aí de novembro pra cá foi só lenhada e deu nisso aí. #saudade dos 26% obtidos em 2019...

Um ano de muitas tensões, como tem sido de uns tempos pra cá, infelizmente. Se a pandemia deu uma amaciada, tivemos guerra na Ucrânia e as já previstas tretas eleitorais no Brasil.

CARTEIRA ZÉ BATALHA 

Após a leitura do livro "The Warren Buffet Way" e várias reflexões, resolvi acionar um plano de realocação, conforme tratei no post anterior.

Como podemos ver nessa lista o Tesouro Selic foi o melhor investimento do ano, indo em linha com meu plano de aportar mais na RF. A queda forte nas ações BR foi depois das eleições, diferente do que muitos pensavam.

O mais interessante é que ao comparar com o fechamento de 2021 vejo que praticamente tudo que brilhou em 2021 apanhou em 2022.

CZB-RF (+12,91% no ano)

Selic se mantendo em seus +13,75% e o momento de redução da taxa de juros cada vez mais incerto. Em 2021 a CZB-RF rendeu apenas +4,5%.

Estarei focado na meta de chegar a 40% de RF neste ano. Devemos ser o país da renda fixa ainda por um bom tempo...

Se você não quer esquentar muito a cabeça com investimentos, é uma boa pedida. Dá pra obter fácil pelo menos 1% ao mês neste momento sem muito esforço. Cada vez mais lembro dos papos com o colega gestor da CMT, que não abre mão de uma alta alocação em renda fixa no Brasil.

CZB-Ações (+6,75% no ano)

Em 2022, venci o IBOV com seus +4,69%. Em 2021 a CZB-Ações rendeu -16,72%. 

Os alugueis de ações estão ficando cada vez mais interessantes na medida que o patrimônio vai crescendo, uma das vantagens do buy and hold.

Uma das maiores vitórias aqui foi a performance de CIEL3, segunda ação que mais subiu no ano com +142,09%! O Zé Batalha sempre acreditou. De 2020 para cá foram muitos aportes abaixo de R$4!

Mas tenho também 2 entre as 20 ações que mais caíram no ano: CVCB3 (-66,54%) e OIBR3 (-77,63%). Apostas...
Minha cara quando olho as cotações de OIBR3...

CZB-FIIs (+6,25% no ano)

Em 2022, venci o IFIX com seus +2,22%. Em 2021 a CZB-FIIs rendeu -6,19%. 

Houve bons momentos de alta nas cotações dos FIIs, mas na medida que foi surgindo insegurança sobre o cenário fiscal as inevitáveis quedas ocorreram.

Dos 10 ativos da carteira, somente GGRC11 (+1,98%) e VISC11 (+4,08%) tiveram rendimento positivo no ano. Os que tiveram rendimento mais negativo: FIGS11 (-8,68%) e HGRE11 (-8,15%). Aí você pode se perguntar: por que ainda rendeu tão positivo? Resposta: muitos proventos! 

CZB-USA (-36,12%) (Rendimento convertido em reais)

Para se ter uma ideia do impacto da alta de juros americana, a CZB USA já chegou a estar mais de 40% positiva em 2021, quando rendeu +36,01%! Mas a pancada de 2022 foi tão braba que ela negativou!

Dos 14 ativos, somente KO (Coca-Cola) ficou positivo no ano: +7,43%. A que mais caiu foi META, -64,22%, num ano em que o antigo Facebook apanhou mais do que mala velha conforme tratei nesse post.

CZB-CRIPTO (-67,78% no ano)

Praticamente empatado com o ativo de referência, o BTC, que levou uns -66%. Carteira de cripto é isso aí. Está impressionado com essa queda? Em 2018 levei -80,42% nos peito. Já em 2017 deu +726,35%, em 2020 +359,59%, 2021: +196,90%. Só a loucura de sempre. Tudo normal aqui...



Reflexão sobre os resultados da CZB até hoje

Esperava sim resultados melhores, mas não estou desanimado nem arrependido. Todas as decisões que tomei até hoje me serviram de aprendizado. Até outubro do ano passado eu estaria ganhando da Selic e hoje eu ainda ganho da inflação e da poupança. Sigo na perseverança.

Este ano penso em fazer uma maior alocação ao fundo de pensão da empresa onde trabalho. Meu objetivo principal é acumulação de patrimônio para a aposentadoria e é lá onde tenho a melhor performance (e onde estou aportando menos...), apesar de não contabilizar nos meus cálculos aqui da CZB. A questão é só torcer para não roubarem mais esse fundo como fizeram há alguns anos atrás, algo normal no Brasil infelizmente...

Na CZB decidi que quem entrou, entrou. Só a porta de saída está aberta a partir de agora. Não quero mais fazer estudos tão detalhados como os do post passado. Já deu esse negócio de estudar novos ativos. Manterei o que tenho de bom e extirparei o que não presta. Essa é a meta.

EXPECTATIVAS PARA 2023

Dado a consciência que tenho da inutilidade de esquentar a cabeça com previsão de cenários, reitero que o que escrevo aqui são apenas minhas opiniões.

A questão fiscal, como sempre, é crucial. Surgiram sim muitas sinalizações de que não seria devidamente tratada, mas a grande verdade que a gente só vai saber mesmo no decorrer do ano. Só observo, tento ser racional, focando no que tenho controle.

O que realmente espero é que algo tenha sido aprendido com os erros cometidos na década passada. Que não se arrisquem em experimentos como "a nova matriz econômica", que nos levaram à grave crise de 2015-2016, o que causou 7% de derretimento do PIB em apenas 2 anos. 


Notícias mais recentes dão a entender que não há um sentimento de gasto desenfreado, mas sim uma considerável preocupação com essa questão. Resta saber o quanto disso será exequivel, o que só saberemos com o tempo.

Independente do que ocorra eu sempre torço pro Brasil dar certo.

Em relação às ações se tem algo que pode animar é o valuation (pra quem acredita) ainda baixo, mas fica sempre a dúvida do quanto ainda pode cair em meio a tantas notícias que jogam contra.



MUNDO - O FIM DE UMA ERA DE JUROS BAIXOS

2022 marcou o fim de cerca de uma década de juros em zero ou negativos. Uma situação que criou um cenário muito irracional de captação de dinheiro que ocasionou um bull market em diversos mercados, como ações e criptomedas.

O mundo deve seguir em cenário contracionista de elevação de juros. Portanto, devemos ter mais um ano bem desafiador para os investidores.

Nos USA, juros podem até estacionar este ano mas eles ainda estão com 1,7 vagas pra cada trabalhador, desemprego em 3,5% e ainda caindo (pleno emprego extreme) e altos salários! Mesmo que os juros não se elevem tanto, a recessão deve forçar esse movimento, desacelerando os lucros, então ações devem cair ainda mais. Os ciclos da economia são inevitáveis.

Por isso penso que não é necessário ter muita pressa para alocar em USA nesse momento. A frase padrão hoje lá é: "não sabemos qual a intensidade dessa possível recessão e o que está ou não já incorporado nos preços dos ativos".

A reabertura da China neste ano pode ser uma ótima notícia para o Brasil e o mundo em geral.

"TANTO NO PESSOAL COMO NO PROFISSIONAL..."

Um ano muito bom, graças a Deus!

Pude fazer viagens que planejava fazer há muito tempo e não fiz devido a pandemia. Viagens com minha esposa e filha além de levar minha mãe para Aparecida e Canção Nova (seu sonho). Espero em 2023 contiunar viajando sempre que possível.

No profissional, a meta é terminar meus cursos pendentes na Udemy e pretendo me dedicar mais aos projetos pessoais de programação.



Um ano de muito reconhecimento (daquele que o peão mais gosta) pelo meu trabalho, mais até do que eu esperava. É muito bom ver quando a sua perseverança surte efeito. Muito feliz por isso.


FELIZ 2023 A TODOS!

domingo, 25 de dezembro de 2022

Realocação da carteira de Renda Variável - Repensando a CZB

Este ano de 2022 foi marcado por uma realocação forte na carteira Zé Batalha. Finalmente falarei sobre esse tão adiado post.

Passando a faca na carteira

REPENSANDO A RENDA VARIÁVEL NA CZB

Era algo que já vinha refletindo faz um bom tempo. Ao ler neste ano "The Warren Buffet Way", acabei filosofando ainda mais sobre a questão, vendo como os mestres compõem suas carteiras. 

Uma das coisas mais importantes que percebi é a necessidade de ter um pouco mais de convicção. É fato que a diversificação nos protege e já até falei dos perigos que vejo de se ter uma convicção absoluta, mas um mínimo dela é necessário ao investir para se ter maiores ganhos. Claro que esse aprendizado a gente adquire com o tempo.

A carteira da Berkshire de Warren Buffet com cerca de 40 ativos tem somente 80% da alocação em 10 deles. Peter Lynch tinha 1000 ações mas ficava concentrado em poucas, Charlie Munger tinha apenas 10. Todos foram muito bem sucedidos. Sei que é bem difícil para nós, meros mortais, se comparar com esses gênios, mas acho que há sim um aprendizado aqui.

A pala do Lionel Messi do mercado financeiro

Então, repensei por completo a CZB, mantendo a diversificação mas também tentando evitar a pulverização, ao notar ativos com menos de 1% de alocação geral. A meta é passar a faca no que não vale o meu tempo, como essas carniças que citei nesse post.

Spoiler do que não presta na minha carteira

Decidi que poucas ações são para o longo prazo e são nessas que vou me concentrar! O estudo que faço nos balanços trimestrais dá mais confiança nos aportes e ao reduzir a quantidade de investimentos reduzo também a distração com o que não vale meu tempo.

REALOCAÇÃO NA CZB-RV

Inicialmente, separei os ativos de alta qualidade presentes. Aumentei metas de alocação destes e diminui ainda mais os que não se enquadravam. Ao final, a CZB Geral ficou com 87% dos ativos nesta categoria (contando também a RF, tal como Tesouro Selic e IPCA+ 2026). Os 13% restantes não são tão bons e/ou são as poucas apostas que restam.

A pergunta que fiz ao definir quem entra nesse grupo seleto: quem aguenta a pancada ou até se aproveita dela. No caso de ações, tentar ao máximo olhar a empresa da porta pra dentro. O que temos menos controle é o cenário macroeconômico.

Em momentos de bear market, quando o negócio vai ficando mais feio, com ameaças fortes de recessão (como agora), se torna ainda mais importante analisar o caixa líquido das empresas investidas. Nessas horas, as grandes sobrevivem e podem até ficar maiores.

Costumam ser empresas de alta qualidade com cotações mais baixas que o normal, tais como Microsoft, Apple, Google, Coca-Cola (USA) ou WEG, Itaú, Engie, M Dias Branco (Brasil). Elas também sofrem, mas tem tudo para continuar sendo excelentes. São nestas que quero estar fortemente investido.

Muitas delas tem vários bilhões em caixa, são lucrativas e tem dívidas sobre controle, não precisam levantar tanto capital e por isso uma alta taxa de juros afeta menos que a maioria. O mesmo não pode ser dito de empresas super endividadas que ainda operam no prejuízo.

Ou seja: quando o negócio é bom, quando é bem gerido, ele dá lucro a todo momento, com ou sem recessão. Por isso nunca vendo uma empresa boa, que se enquadra nesses critérios. Na verdade pode ser uma boa hora até para comprar estas, ou mesmo empresas não tão boas mas que estejam com problemas temporários.

EM DETALHES, O QUE FIZ ESTE ANO NA PRÁTICA EM TERMOS DE REALOCAÇÃO

Pra começar vendi RAIL3, ainda no lucro, após ter entrado em 2016. Analisei que o ano seria tão ruim ou pior por conta da alta dos juros, ela ter muita dívida e o negócio não ser tão bom como avaliei. Saiu da carteira mas como poderão ver tenho coisa muito pior ainda. Como a ideia é de reduzir ativos ela foi uma das escolhidas até porque ainda saí com algum lucro. 

Da venda, comprei EZTC3, MDIA3, VALE3, CVCB3 e até OIBR3. Destaquei em negrito aqui as que considero de alta qualidade. Vou analisar esses e outros ativos presentes na CZB em seguida.

EZTC3: cíclica, mas super bem gerida, penalizada pelos juros altos. 

VALE3: gera muito caixa e distribui muitos dividendos na alta do ciclo. Nunca vamos viver sem minério de ferro. Buffet diz que commodities só são vantajosas se for uma low cost provider, e VALE está cada vez mais nesse caminho. 

Dei sorte em ter feito aportes agressivos em MDIA3 com ela na faixa de R$20 a R$21 e logo depois ela chegou a passar de R$40.

Houve programas de recompra durante o ano que beneficiaram VALE3 e MDIA3.

ABEV3 tem sido afetada pela alta dos insumos, margens caíram, cotações pouco se mexem (faz décadas) mas como não tem muito pra onde crescer há chances de ser melhor pagadora (já é boa) de dividendos no futuro. Não repassou todo o preço abrindo mão de margem para recuperar mercado. Conseguiu crescer mesmo em um cenário de pandemia.


COGN3 teve alguns resultados muito bons no ano mas já estou posicionado o suficiente, lucros chegaram a melhorar mesmo com a alta da Selic, Blackrock voltou a entrar pesado. 

Mantive a aposta em CVCB3 para quando viagens voltarem com tudo e aportei mais nas fortes quedas oorridas. Apesar dos fundamentos longes do ideal, ela tem uma fatia enorme desse mercado de turismo.

Na bolsa americana, sempre que percebi quedas maiores, aportei aos poucos (nunca saberemos o melhor momento) nos ativos de alta qualidade da carteira.

BONUS: Sobre a minha aposta em OIBR3 - Um tópico à parte

Agora falando dos meu vacilos e do que não presta, mas ainda mantenho. Acabei apostando mais em OIBR3, mas é incrível. Eu nunca pensei que essa desgraça fosse cair tanto. 


Segue o que considero mais relevante:

-Vi que estava resolvendo a questão da VTAL, que ia investir R$30 bi na rede neutra em 5 anos, mas depois não ficou tão bom como se previa
-A situação da empresa era muito mais incerta quando estava a R$2 do que agora a R$0,20: tinha um plano com dezenas de itens muito difíceis que hoje já foram todos praticamente resolvidos, até mesmo a Recuperação Judicial
-Sobre falência, apesar de nada indicar isso até o momento: o negocio é tão louco que muita gente acha que a empresa está falindo apenas por ver a cotação chegando perto do zero. Sendo assim quando ocorrer o grupamento, 1000 ações a R$0,20 vai se tornar 10 ações a R$20 e então fica tudo resolvido... #RISOS
-Ainda assim se o pior ocorrer eu perco o equivalente a apenas 0,5% do meu patrimônio. Diversificação e exposição prudente a cases de turnaround é isso: estou tranquilo, de boa.
-Ainda acho que pode dar alguma alegria, mas seria coisa pra daqui a muito tempo...

OBS: Comecei a escrever esse post antes do resultado das eleições. Praticamente todas ações derreteram de lá pra cá e por isso o texto envelheceu mal. 

CONCLUSÃO

Dito isso, dá a impressão de eu estar empolgado com a RV, mas não... Comecei a entrar no TD IPCA 2026 e estou focado agora pra chegar na minha meta de 40% RF (antes era 35%). Falarei em maiores detalhes sobre isso e os eventos recentes no próximo post, de retrospectiva do ano.

domingo, 23 de outubro de 2022

CARTEIRA ZÉ BATALHA 3T22 - A recuperação inesperada: -0,59% no ano

Depois dos vários desabafos nos posts anteriores (risos), vamos voltar agora ao que realmente importa nesse blog.

É sempre interessante rever o que escrev antes sobre o que imagino que vai ocorrer. Ao final de junho achei que a gente em breve ia ter um grande crashCom o resultado de julho eu já demonstrava algum otimismo, chegando a pensar que as coisas não eram tão ruins assim.

Apesar do ótimo desempenho da CZB nesse 3º trimeste como mostrarei abaixo, eu não me animo com o que deve vir por aí. Os sinais de perigo são muitos. Ou seja, penso que essa melhorazinha aí nada mais é que o famoso dead cat bounce:

Você vê o bixane dando esse pulo mas foi só cadáver dele que quicou no chão ... :(

JUROS AMERICANOS E CENÁRIO GLOBAL

Como disse o Márcio Fontes, eu também penso que no futuro um dos maiores erros da história será a afirmação do FED de Jerome Powell indicar que a inflação era transitória e não ter cuidado do problema o quanto antes. O preço deve ser alto não só para o USA, mas também para o mundo.

Quanto mais analiso a situação, mas acho que o problema está longe de ser resolvido. Dados de inflação a cada divulgação se mostram mais preocupantes.

Começamos o ano com projeções de 0,5% na taxa de juros norte americana e nesse momento essa projeção já está em 4,5%. E mesmo com esses sucessivos aumentos a inflação não está sendo contida. Desemprego ainda baixando e o core da inflação que continua aumentando, em 6% agora. 

Cito com minhas palavras o que o comentou o Pedro Cerize nesse episódio do Stock Pickers:

Imagine as empresas com dívida no balanço captada a 0% + spread do passado. Quando essas dívidas vencerem e eles forem rolar com juros a 5% + o novo spread que também aumentou, vamos estar vendo uma situação em que elas estariam deixando de pagar um juro de 3% e passar a pagar de 7 a 8%! Se não ganhou dinheiro até ali, ela quebra agora. Do outro lado o credor emitia dívida a 3% achando que ele ia pagar. Mas a 7% ele não empresta mais pra esse cara pois percebe que ele já está quebrando. É nesse momento que a quebradeira deve começar.

Essa molezinha de dinheiro fácil acabou

E o FED não parece ter outra alternativa. Vai precisar dessa quebradeira pra poder controlar a inflação por mais doloroso que possa parecer.

Na Europa, além dos juros altos tem a crise energética. O aumento nas contas de luz e gás está cada vez mais tenso. Recessão deve vir mais forte ainda por lá.

Para complicar ainda mais, temos a situação geopolítica mundial: Russia x Ucrânia, a treta China-Taiwan-USA, que proibiu exportação de chips de última geração pra China, entre tantas outras que decorrem delas. No pior caso podemos ter um problema muito pior do que algo inerente a economia.  Não consigo lembrar em minha vida de um cenário tão tenso como o atual. Que Deus nos proteja.

BRASIL

Ao contrário da década de 80 não temos uma dívida externa para tornar o problema da alta de juros norte-americana pior aqui. Naquela época a treta foi muito grande para todos os países que estavam nessa situação. Hoje pelo contrário, temos boas reservas.

Contudo, apesar de o Brasil estar mais avançado no processo e se falar já em queda de juros no futuro, não podemos nem de longe garantir isso. Uma alta desenfreada nos juros americanos pode provocar o mesmo movimento no nosso lado também.

CARTEIRA ZÉ BATALHA

Um trimestre bem surpreendente. Após os 4,83% em julho, 4,15% em agosto e 0,67% em setembro, a CZB vem zerando as perdas, ficando quase que flat no ano, com -0,59% de performance. Patrimônio vem crescendo só pelos aportes mesmo.

O interessante da CZB é que a porrada em USA e Criptos (mesmo a alocação sendo baixa) é o que tá puxando o rendimento geral pra baixo 📉. RF, Ações e FIIs estão 📈

2022 até o fim de setembro:

CZB-Ações [Aloc: 33%]: 11,14% x 4,97% IBOV

CZB-FIIs [Aloc: 20%]: 12,47% x 6,63% IFIX

CZB-USA [Aloc: 11,5%]: -33,54% (em reais)

CZB-Cripto [Aloc: 2,5%]: -61,15%

CZB-RF [Aloc: 33%]: 9,29% x 9,51% TD-Selic 2027


ONDE APORTAR NESSES MOMENTOS?

Ainda parafraseando o Cerize:

"Baseado na alta imprevisibilidade atual que vivemos, se você tiver um pouco de ações de commoditties (tem algumas pagando cerca de 20% de dividendos), alguns titulos de inflação mais longa (pagando 6% + IPCA), e um pouco de CDI (quase 14% a.a.) você deve se dar bem em um cenario de dolar a R$4,30 ou R$6,00."

Na CZB tenho quase tudo isso. Só não o TD IPCA longo, mas devo voltar a aportar no mais curto de 2026 mesmo, sujeito a menor volatilidade e com um resgate mais próximo.

Natural eu querer comprar nesses momentos de baixa em USA quando se vê essa classe tão longe da meta de alocação que eu defini. Cheguei até a aportar um pouco nos últimos meses lá, mas tenho me controlado e procurado fazer mais caixa na RF por tudo que já citei.

Cada vez mais duro pro ZB saber onde aportar

A regra é clara: Lucros caindo (o que deve ocorrer com a recessão que vem chegando) e juro subindo causa tendência de baixa na bolsa. E então pode propiciar preços melhores para aporte no futuro.

E como falou também o Márcio Fontes: "Basta pensar que: se todas as altas na bolsa americana que tivemos nos últimos anos foram por conta da baixa de juros e QE/injeção de dinheiro então deve ser muito óbvio que à medida que isso for acabando realmente haverá algum impacto."

Até quando dura? Essa é a pergunta que o mundo todo se faz neste momento.

Em breve, antes do fim do ano, o tão adiado post sobre a realocação da CZB que deve detalhar mais a estratégia a ser seguida a partir de agora.