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sábado, 29 de janeiro de 2022

Tentando ser otimista em 2022

Estava revendo o meu post anterior, entre outros. Percebi que apesar de eu tentar ser realista ao escrever, falando só de inflação, crises, crashs e outras tretas, acho que dá pra tentar ser mais otimista, algo que na verdade sempre procuro ser.


O FUTURO DO BRASIL

Certa vez escutei algo que guardo até hoje: "A gente deveria olhar o brasil como um filme, não como uma fotografia". Houve muitos avanços nas últimas décadas, mas realmente há muito por fazer ainda. E exatamente por isso há mais espaço para crescer. Nos USA já está quase tudo feito por assim dizer...

Sobre o que vai ser do Brasil, independente de quem vença as eleições, me lembrei do que escutei em um podcast recentemente: "Nem Suíça nem Venezuela, continuaremos sendo Brasil". 

Já houve momentos recentes da nossa história em que o mercado precificou muito mal certos candidatos que depois de eleitos não causaram tanto mal como se esperava, pelo contrário, a maioria das coisas até melhorou, inclusive a bolsa.

Se ocorreu uma vez, PODE vir a ocorrer de novo.

BOLSA AMERICANA CAINDO SEMPRE ARRASTA A BRASILEIRA JUNTO?

Eu já afirmei isso com tanta certeza, por tantas vezes, inclusive no último post. Mas a verdade é que isso não é uma ciência exata.

Basta ver como o ano começou. 

Muitos falaram que o fluxo estrangeiro buscando ativos baratos poderia atrair capital para a nossa bolsa e com isso puxar pra cima ações locais. E isso está acontecendo nesse momento. Até convite da OCDE o Brasil recebeu.

O mercado americano parece sofrer uma correção, já que se valorizou muito mais que o brasileiro nesses últimos anos. Há um fluxo direcionado para mercados emergentes em geral, e com isso a bolsa brasileira vem subindo quase 8% no ano no momento em que escrevo.

Vejam só o mês de janeiro: S&P caindo e IBOV subindo. Para quem está comprado em ativos brasileiros isso pode ser um bom sinal.

Basta o IBOV subir um pouco que a gente fica assim...

Mas até quando dura essa alta? Penso que até o mercado começar a surtar por conta de notícias relacionadas a eleição. Claro que não sabemos como vai ser até o final do ano, mas essa alta já vem chamado a atenção de muita gente.

RENDA VARIÁVEL CONTINUA NA CZB É CLARO

No post passado fal algo que deve ter ficado mal interpretado. Eu não tento perder muito tempo para adivinhar o futuro. Tento sim seguir o meu plano.

O motivo de eu estar priorizando aportes em RF não é por ter desistido da RV. É pelo fato de eu querer bater minha meta de alocação 35% de RF / 65% de RV, pois esse é meu plano atual. Hoje está em 31%/69%. Se a RF subir mais que a RV talvez nem precise aportar tanto. 

O COMEÇO DO FIM DA PANDEMIA?

O avanço da vacinação somado a agressividade no contágio da Omicron no sentido de que pode apressar uma possível imunidade de rebanho PODE representar o começo do fim da pandemia, se não surgirem variantes mais perigosas. 

Isso é bom pra retomada completa da economia mas MUITO melhor para reduzir a mortalidade dessa terrível pandemia.

E independente de como vão ficar os investimentos é o que eu realmente mais desejo é que o fim da pandemia esteja cada dia mais próximo.

sábado, 8 de janeiro de 2022

Batalhanomics - Finanças e Economia - Resultados 2021 (CZB +3,5%) - Expectativa 2022

TRETAS MUNDIAIS

O FED passou um bom tempo declarando que a inflação seria temporária, mas finalmente admitiu que é menos transitória do que se esperava. Os preços continuaram subindo.

O que causou isso: escassez e atrasos de suprimentos relacionada à pandemia e escassez de mão de obra somados à demanda crescente do consumidor. O mundo parou e o processo de reabertura ainda se mostra difícil.

Situação parecida ocorreu na Segunda Guerra Mundial. Mas uma hora as cadeias de suprimentos e a vida voltou a algo mais próximo da normalidade, aí a inflação voltou a ceder a níveis mais “normais”. 

Voltando ao nosso tempo, a Evergrande suscitou incertezas de até quando dura esse modelo econômico chinês, ainda mais quando vemos que lá tem apartamentos vazios suficientes para a população da Alemanha. O setor de construção civil responde por cerca de 25% do PIB chinês. Impacto mundial é enorme pois a China tem puxado o crescimento do mundo. 

EXPECTATIVA 2022

Começando 2022 no Brasil e expectativas

Sobre previsões há um grande filósofo da região que fala exatamente o que penso. Quem quiser conhecer confira o vídeo apenas para ver o que ele diz em 2:48.

Quando seria essa volta da normalidade? Fica mais difícil ainda prever com a ameaça da Omicron. O problema pode se agravar se ocorrer mais uma quebra da cadeia produtiva. Os Bancos Centrais seguirão no desafio de aumentar juros para conter a inflação sem retrair o consumo.

Há quem ache que o câmbio pode estar já bem esticado, que o risco-retorno para o Brasil pode ser mais favorável por conta disso e que a bolsa já caiu demais, mas eu não compro essa ideia. Como já falei nesse post é ano de eleição, então o bicho vai pegar. Volatilidade vai ser braba. 

Penso que declarações populistas de candidatos loucos pra vencer (e serão muitas) farão o cenário fiscal se deteriorar ainda mais e com isso a renda variável deve ir junto. 

Gastos com auxílios subiram de R$36bi pra R$100bi por ano. O que o governo dá com uma mão a alta do dólar provocada pela incerteza fiscal deve tirar com a outra, pois isso faz a inflação subir ainda mais.

O que há de mais certo é o plano do FED. A ata do FOMC veio mais dura e convicta da alta de juros esse ano e o fim do tapering. A redução dos estímulos será bem mais forte e ainda com 3 altas de juros previstas, terminando em 1% no final do ano.

No pior caso as seguidas altas de juros nos USA podem fazer nosso cambio depreciar ainda mais forçando uma alta maior da Selic. 

A bolsa brasileira fechou o ano em queda forte enquanto lá fora o mercado rompia máximas. Avalie o que pode ocorrer aqui se a bolsa lá fora cair, o que pode muito bem ocorrer com essa alta de juros. Qualquer espirro lá fora tende a causar uma pneumonia aqui. 

E A NOSSA SITUAÇÃO COMO FICA

EUA exportam essa inflação para o mundo todo e por isso o Brasil também não escapa. Juros devem seguir aumentando para combater a inflação.

O que mais impressiona é que mesmo com um carrego atual de 9,25% de juros BR (e crescendo) contra 0,25% US o dólar nem assim está baixando. 

No momento juros curtos estão mais altos que os longos. Praticamente todas as escolas de economia que se prezem defendem a teoria que quando isso ocorre é sinal de início de retração da economia. O profissional Kobori explica bem pra caramba isso. Em resumo é uma quebra da hipótese da preferência da liquidez que diz que o normal é que quanto maior o prazo maior o risco.

Por tudo isso acho difícil o país crescer tanto como muitos pregam. Mas se tem uma coisa que essa pandemia mostrou foram as exceções mais loucas possíveis. Só resta aguardar.

E para lascar mais ainda o peão vemos cada vez mais comuns os casos de "reduflação".


CARTEIRA ZÉ BATALHA

Zé Batalha aguentando mais um ano de sola na carteira. Vem tranquilo.

CZB sofreu com um rendimento pífio de +3,5% obtido (não muito diferente de 2020) e isso graças a parte dolarizada da carteira e as cripto. Perdendo feio pra inflação que deve passar dos 10%. O que me consola é que não estou só nessa. Até muitos gestores profissionais levaram uma surra esse ano. 

CZB-Ações: -16,72% (IBOV -11,93%); CZB-FIIs -6,19% (IFIX -2,29%); CZB-Cripto +196,90% (BTC +74,38%); CZB-USA +36,01% (28,7% S&P); CZB-RF +4,5%.

Mas foi um incrível ano de proventos, o melhor da história da carteira.

Os FIIs da CZB tiveram um novembro terrível (-5,76%) mas um dos melhores dezembros da história (+11,07%).

No final do ano passado vendi 20% do que tinha em cripto, algo raro pra mim que não costumo realizar posições. Segui o plano que citei nesse post. Cada real que investi desde 2017 virou R$20. Então embolsei R$4 de forma que já garanto um lucro caso um dia eu perca essas cripto ou ocorra algum crash louco.

Vemos que hoje o bitcoin não tem mais aquela descorrelação antes imaginada com os ativos financeiros tradicionais porque ele já meio que faz parte desse mundo também, ainda mais com os fundos liberados pela SEC no ano passado.

Por fim, batendo papo com o gestor da CPM peguei ideias para otimizar a administração da carteira. Aderi ao StatusInvest e migrei as planilhas relevantes para as nuvens do Google e Microsoft. Perdia tempo demais com isso no fechamento de cada mês.

PLANOS PARA A CZB EM 2022

Aportar ainda mais forte em RF. Acho que pelo menos uns 70% da grana que sobrar pro aporte tem que ir pra ela. TD-IPCA está pagando cerca de 5% ao ano + inflação se levar até 2026, o que daria 15% agora. Em algum momento a inflação deve desacelerar e a expectativa de juros deve começar a cair. Se a situação piorar é só segurar até o vencimento.

O bom da RF é que dá menos trabalho. Em vários casos não precisa saber se está barato ou se preocupar em vender na alta como ocorre na RV. Não é preciso gastar tanto tempo caçando ativos.

Aportes em RV devem continuar na CZB mas serão inferiores aos da RF pelo fato de eu não encontrar opções boas o suficiente. Pretendo continuar aportando em FIIs aproveitando os proventos que vão caindo na conta. 


Numa live recente dos mestres Baroni e Bacci, eles trataram de algo que me fez pensar e reforçar ainda essa ideia. Há vários bons FIIs que no meio da pandemia não obtiveram nem a correção do IGPM nesse período de forma que se ele era R$100 há 3 anos atrás e agora continua R$100 ele deve estar uns 50% mais barato.


FELIZ 2022 A TODOS! MUITA SAÚDE PRINCIPALMENTE!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Os maiores erros da CZB: BRF, VALID, ULTRAPAR - por que desisti | CIELO, COGNA - por que continuo

A grande maioria das pessoas costuma esperar uma história de sucesso de como ficar rico. De como alguém comprou bitcoin por 8K e hoje tem 320K achando que se comprar hoje vai conseguir o mesmo retorno...

Ao invés disso, acho que a gente aprende mais com relatos de erros com o intuito de tentar evitá-los, tais como esse: O que aprendi ao perder 1 milhão de dólares.

Tento sempre registrar o motivo pelo qual investi em um ativo. Lá na frente faço uma análise para entender se errei ou acertei. Se considero que errei, como nos 3 casos que listarei nesse post, vejo qual lição posso tirar.

ERROS COMETIDOS NA ESTRATÉGIA BUY AND HOLD

Muitos dos defensores da estratégia B&H só falam do lado bom e esquecem de mencionar o que fazem quando as coisas não vão tão bem. Até hoje o Canal do Holder não falou mais nada de Cielo desde o último resultado de 2019. Sem desmerecer o seu trabalho, os vídeos dele são ótimos. 

Por ser uma estratégia bem focada no longo prazo, no B&H a gente tenta focar na qualidade dos ativos, para ir compensando os erros, pois uma coisa é certa na vida: vamos fazer besteiras.

Um erro comum a todos os ativos que escolhi: o da pressa, especialmente a pressa em diversificar. Por vezes é a ânsia de aproveitar a "oportunidade de uma vida", como tantos vendem por aí.

Outro erro foi escolher várias empresas com margens de lucro tão baixas. Às vezes é algo inerente ao negócio, que ainda assim pode ser bom se compensar na escala, mas com o tempo vi que não foi o caso dessas 3 empresas.

BRF (BRFS3)

A impressão que tenho é que a BRF nunca conseguiu concluir a fusão Sadia-Perdigão e até hoje sofre com isso. Mesmo sendo uma das maiores empresas do setor de alimentos do mundo, atuando em mais de 140 países.

O mais incrível é que a Sadia era uma ótima empresa que graças a imprudência de gestores que decidiram investir pesado em derivativos foi engolida pela concorrente Perdigão, que não calçava nem a chuteira dela.

A história é contada nessa matéria. Por ser muito longa não li tudo mas destaco esse trecho: "No dia seguinte, às oito e vinte da manhã, o diretor-financeiro Adriano Ferreira entrou chorando na sala de Walter Fontana Filho. A Sadia acabou perdendo 2,5 bilhões de dólares."

Já faz vários anos que só apresenta resultados desanimadores mas eu ainda botava um pouco de fé quando chegou o Pedro Parente pra tentar botar ordem na casa. Foram planos de desinvestimentos desse tipo que ajudaram a tirar a Petrobrás do buraco na época em que ele esteve por lá. 

Mas nem ele resolveu as tretas, então desisti do case. Pode ser uma opção tática para quem quiser ganhar a curto ou médio prazo apostando em uma possível fusão com a Marfrig.

Enfim, quando entrei em BRFS3 em novembro de 2014 eu queria uma empresa do setor de alimentos para a CZB. Poderia ter analisado com mais calma, sem pressa, e optado por M Dias Branco que é bem melhor, algo que fiz anos depois.

VALID

Já faz tempo que perdi a fé nela, apesar do ótimo resultado no último balanço. Em julho de 2015, quando entrei nessa pensei em apostar numa small cap, algo na área de TI. Uma empresa focada em serviços de autenticação que tinha uma percepção que cresceria muito com o tempo.

Em 2015, se esperava uma entrada forte no mercado americano, que sua operação lá seria maior que aqui. Baseando na decisão de migração de cartões magnéticos para chipados desse mercado. Além disso havia: contratos de fornecimento de CNH, SIM cards e por aí vai mundo afora.

Até 2015/2016 dava resultados satisfatórios mas de lá pra cá só piorou e com isso a cotação caiu junto. Em 2015 foram emitidos cerca de 9M de ações a R$44. Se venderam é porque a gestão achou ela bem precificada a esse valor. Diluíram os acionistas existentes. Em 2019 a R$16 houve quem apostasse nela por conta de contrato para impressão de provas do ENEM e pela compra da startup Agrotopus.

A realidade é: PL e receita estacionada faz uns 4 anos; últimos lucros registrados menores que os de 2011; margens caindo ainda mais. Poucas perspectivas. O que explica a cotação beirando os R$7-R$8 para algo que comecei comprando a R$51 em 2015...

Acho que há até algumas empresas mais decentes na área de TI no Brasil para investir, mas nem se comparam com as opções existentes nas bolsas mundo afora.

ULTRAPAR

Quando entrei em setembro de 2016 parecia ser promissora mas parece não ter administrado bem sua diversificação de negócios e então se perdeu no tempo.

Desde a mudança na política de preços da Petrobras em 2017 que ela só apanha. A fim de reduzir as linhas de negócio, vendeu Conectcar e Oxiteno, além de Extrafarma para a sua concorrente Pague Menos. 

Tenta arrumar a casa mantendo apenas Ultracargo, Ultragaz e Ipiranga, procurando focar mais no refino aproveitando o espaço deixado por Petrobrás no segmento.

Dívida líquida aumentando de forma crescente nos últimos 10 anos, EBITDA caindo, lucrando menos. Com a perda de produtividade e essa piora a cotação caiu. 

Eu sinceramente nem lembro porque entrei nessa. Não é uma empresa ruim, acho até superior às outras 2, mas existe melhor.


COMO ELAS FICAM NA CZB?

Batalha Cat pensando na besteira que fez...

Como já falei em posts anteriores, gostaria de enxugar a CZB. Com menos ativos, tentar focar nos de maior qualidade, o que daria até menos trabalho para administrar a carteira.

O que fiz à medida que observei os problemas e vi que não eram negócios tão bons assim com o tempo foi diminuir as alocações até chegar ao ponto de parar de aportar neles.

Agora a ideia é me livrar de todas as 3 em algum momento. Hoje estaria perdendo cerca de 40% do valor aplicado. Gostaria de ao menos recuperar o que investi quando (e se) a cotação bater ou chegar próximo do meu PM, mesmo sabendo que estarei perdendo dinheiro se considerar a inflação, custo de oportunidade e etc mas que se dane. 

Poderia assumir o prejuízo e partir pra outra mas pra investir em que? Pra mim já deu. Faz parte do jogo. E por mais que não sejam empresas tão boas, ainda assim estão longe de falir.

Zé Batalha só esperando a hora de plantar o machado nessas 3


CIELO e COGNA - POR QUE CONTINUO

E ainda continuo em CIELO e COGNA mesmo com perdas até maiores. Por que?

CIELO teve seu modelo de negócio muito afetado com toda a concorrência das maquininhas, chegada do PIX, entre outras coisas. 

Apesar de obviamente ser muito difícil voltar a lucrar os R$4 bi/ano de outrora, ainda é uma empresa que dá lucro, líder de mercado e bem gerida. Não parece ser tão eficiente como Stone mas esta passa pelos mesmos desafios e caiu muito esse ano também.

Não tá fácil pra ninguém, mas tem quem diga que essa que é "a boa"...

Na marcação de mercado as perdas são grandes é claro. Pra você ter uma ideia cheguei a comprar a R$26 algo que vale cerca de R$2,60 hoje... Já fui bem mais otimista como registrado aqui mas ainda continuo nela.

A empresa tinha praticamente um monopólio e então começou a ser afetada por uma forte concorrência. Veio a COVID e então muito menos vendas passando por suas maquininhas. Dívida Líquida / EBITDA aumentando bastante.

Quanto a COGNA a pandemia foi um soco no estômago. Obrigou ela a acelerar de forma emergencial toda o seu projeto de EAD. Ainda assim deu muita sorte em fazer uma emissão bilionária a R$11 pouco tempo antes do início da pandemia.

EBITDA melhorou no 3T21. Dívida Líquida / EBITDA reduziu de 3 em 4T19 para 2 no 3T21. Pra quem acredita eles afirmam que concluíram o turnaround. Tem uma ótima gestão. Ainda boto fé. Há um déficit educacional muito grande ainda no país. 

Mas é óbvio que o momento ainda é péssimo. Sofre muito com a pandemia e evasão. EAD cresce bastante mas tem o ticket mais baixo.


POR FIM

RV é assim: Lembro de ver essas 2 ações batendo R$4 e eu achando que não tinha mais pra onde cair. Pra quem acredita ainda na empresa nessas quedas dá pra acumular muitas ações comprando mais barato.

Mesmo com todas as perdas citadas, a CZB se mantém positiva pois há outras que compensam. Muito do que essas aí me lascaram tenho proventos e uma WEGE que compensa praticamente tudo hoje, e o mais interessante é que este é o ativo de melhor performance na CZB-Ações e nunca foi considerado "barato" pelos analistas...

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Preparando a Carteira Zé Batalha para 2022: O ano do Mad Max

"Calma... o ano de 2022 nem começou." Certamente, mas a preparação para os possíveis impactos na CZB já começou desde o semestre passado.

Pois tem um detalhe importante nessa história: será ano de eleição. Tento ser otimista e espero estar bem errado, mas com toda essa polarização creio que vai ser um saco, um período insuportável. 

Vão se preparando pois o ano do Mad Max deve ser tenso...

Falo isso já faz tempo com o meu chapa, que é gestor da CPM, mas...

Alguns acham que já começou...

Contudo não é sobre o ano ser legal ou não que vamos tratar aqui, e sim dos reflexos que toda essa turbulência pode causar na economia e nos nossos investimentos. Baseado nisso estou procurando posicionar a carteira para melhor suportar o que pode vir por aí. 

Tecnicamente nossa bolsa pode estar barata, mas já faz um tempo que diminui e hoje parei os aportes em ações, muito pelo fato da CZB já estar acima da meta de alocação nessa classe de ativos. O foco por um bom tempo tem sido e deve continuar sendo: renda fixa (no meu caso Tesouro SELIC), FIIs, e investimentos atrelados ao dólar.

COMO VAI FICAR A TAXA DE JUROS

O BACEN, cada vez mais hawkish, já praticamente jogou a toalha para o controle de inflação deste ano e vai lutar só por 2022 mesmo.

Já admite elevar a taxa Selic (hoje em 5,25%) para um patamar acima do neutro. Segundo a Escola Batalha de Economia ela deve fechar o ano acima de 8% com tudo que vem ocorrendo (e é muita coisa).

Falcão do BACEN levando os juros cada vez mais pro alto

IPCA tá lascando demais, muitos fatores que influenciam: combustíveis (barril do petróleo + OPEP) e dólar alto -> faz aumentar transporte público e frete dos produtos; commodities sobem junto com o dólar pois são cotadas nela -> isso incentiva o produtor a exportar e com a redução da oferta local o preço sobe ainda mais; para completar temos crise hídrica que influi na bandeira vermelha da energia mas também na produção de milho e soja, que são matéria-prima de rações que influenciam no preço das carnes. De bônus: a inflação de serviços vindo com tudo com a retomada e safras afetadas por geadas no centro-sul.

É tanta treta junta que até o xane se assustou

Daí já fica claro uma das minhas escolhas desde o início do ano: a boa e velha renda fixa no Tesouro Selic, que deve subir cada vez mais para tentar frear a inflação. Aqueles tempos de juros a 2% já se foram e não devem voltar tão cedo (se é que voltam).

Tesouro IPCA? Não ainda. Quero aguardar o momento que a expectativa da taxa de juros volte a ser de queda, algo que deve demorar. Pois assim posso ganhar tanto se manter o título até o vencimento como posso ganhar ainda mais no caso de vender o mesmo antes.

INVESTIMENTOS ATRELADOS AO DÓLAR

Ter ativos dolarizados não quer dizer torcer contra o país. Significa sim uma proteção para sua carteira além da possibilidade de estar em um mercado financeiro muito mais desenvolvido.

Claro que a supracitada alta da taxa Selic contribui para -> entrada de mais dinheiro no Brasil  -> consequentemente a valorização do real -> o que provocaria uma queda na cotação do dólar. Então, por que entrar nessa?

Exatamente pelo que falei no início: o 2022 turbulento que devemos ter, que deve fazer o real apanhar muito do dólar, compensando esse movimento contrário que deve vir pela alta da Selic. 

Na verdade antes mesmo do ano do Mad Max chegar, o real vive levando surras por conta desse cabaré que é o nosso cenário político...

Algo bom que ocorreu foi que a Dívida/PIB deve ficar na casa dos 80% ao invés dos 100% que eram esperados devido a uma recente melhora na arrecadação propiciada em boa parte pela inflação. Apesar do que descobri que tecnicamente esse valor deveria ser 95,7%, seguindo os critérios internacionais e não 88,4% conforme o último cálculo citado no vídeo lincado. Tudo isso devido a metodologia usada e nosso "histórico" de falconismos...

E quais as opções para investir em dólar? São várias, das quais destaco: bolsa estrangeira, criptomoedas (mas não muito), ou caso não queira ter trabalho de abrir conta em corretora do exterior, tem os nossos ETFs que replicam índices da bolsa americana (tipo IVVB11, etc.). Só não recomendaria os BDRs da nossa bolsa.

E por fim, se eu estiver bem errado em relação ao futuro e meu cenário não se concretizar, tenho a chance de ganhar com a alta da bolsa brasileira.

FIIs

Já fui fazendo posição em FIIs desde o 1º semestre. Com a recuperação da economia e a crescente redução das medidas restritivas (se Deus quiser) teremos um retorno aos shoppings e escritórios (nem que seja em parte neste caso), o que deve fazer os rendimentos mensais voltarem aos patamares de antes da pandemia.

Pode ser que a chance de comprar cotas mais baratas seja agora, pois no momento que as coisas estiverem normalizadas o preço deve ser bem maior. Pode ser que as cotas venham a cair ainda mais por conta do cenário nacional ou que venham a subir já que não devem mais tributar os rendimentos dos FIIs, ao contrário dos dividendos das ações (parece que vai ficar em 15%). Então parte da turma que investe pensando em renda passiva migraria das ações para os FIIs. Tudo pode ser...

CENÁRIO ATUAL

Uma vantagem que temos é que 95% da nossa população quer se vacinar, enquanto na Europa e EUA esse percentual fica em 60% a 70%. O que pode piorar (e Deus nos proteja disso) é o surgimento de variantes mais contagiosas que podem levar ao surgimento de novas mutações mais resistentes às vacinas.

As constantes tretas políticas e incertezas em relação às variantes puxaram para baixo as cotações em agosto. O cenário atual de inflação crescente puxa a taxa de juros para cima e com isso faz muitas pessoas venderem RV para voltar para RF. Muitos entraram na bolsa após ver a taxa de juros nas mínimas e talvez não estejam preparados para o cenário atual. 

Sobre as criptomoedas, penso que esse tipo de irracionalidade pode fazer elas subirem ainda mais.

Na sexta-feira passada teve Jackson Hole. O bom velhinho Jerome Powel anunciou que a festa continua, ou seja, os $120 bi mensais de estímulo ainda não serão reduzidos com o intuito de retornar a economia ao pleno emprego, pois acham que a inflação nos USA é temporária. Com isso os mercados  de lá se acalmaram muito e seguiram em alta.

Na CZB a gente continua reinvestindo os proventos e aportando o dinheiro que sobra, seguindo sempre a estratégia de alocação, independente do que vier: Mad Max, Thanos, White Walkers, Terceiro Impacto, Apocalipse Zumbi, etc. 

Venha o que vier, vocês não vão quebrar a harmonia do Zé Batalha

Mas nunca esqueça que essa pandemia foi mais que o suficiente para explicar a todos nós que não adianta se apegar totalmente a previsões, óbvio que incluindo as minhas. 

sábado, 5 de junho de 2021

IBOV nas máximas. Agora vai ou é só ilusão?

Encerramos uma semana de muita euforia com o IBOV de volta ao topo, mas será que tudo isso se justifica?

Zé Batalha analisando os dados...

Normal se animar um pouco, mas nunca fique eufórico. Já diria os mestres: "O que mata o homem é a empolgação".

O QUE HÁ DE POSITIVO?

Um dos maiores drivers de todo esse otimismo foi a alta na estimativa do PIB e isso é ótimo. 

O carry trade (captar a juros baixos para investir em um local com juros altos) voltou a ser interessante (diferencial aumentou) por conta da recente alta da Selic que deve aumentar ainda mais 0,75 na próxima reunião. 

Com isso o dólar tende a cair por conta da maior entrada de capital estrangeiro aqui. Esse movimento se provou mais forte que o problema fiscal, pelo menos nesse momento. 

Enquanto escrevo isso o dólar fechou a R$5,05, algo impensável a meses atrás. Será que dura essa queda? Espero que sim. Ajudaria a pressionar nossa inflação para baixo.

O QUE PODE FAZER TUDO PIORAR?

Sempre é bom lembrar que temos um desemprego em níveis muito elevados ainda. 

Haverá uma terceira onda? Quem sou eu pra adivinhar mas cheguei a dar isso quase como certo ao analisar o ritmo de vacinação. Só que hoje me questiono pois eu pensava que não iria me vacinar nem antes do 4º trimestre, pois estou no fim da fila (com toda razão, pois tenho 42 anos) mas já vejo previsões de que eu possa me vacinar já no mês que vem.

Será que esse ritmo de vacinação será o suficiente para evitar uma próxima onda? Ainda acho difícil mas Deus ajude que sim.

Há uma chance do país ter a maior seca em mais de 100 anos. Imagina se no momento em que a economia começar a sair do buraco, isso se confirmar. Seria como um "segundo meteoro". Um possível racionamento travaria o crescimento e o aumento no preço da energia poderia puxar mais a inflação para cima levando os juros na mesma leva.

Ameaça de inflação norte americana vem surgindo com frequência. O mestre Michael Burry já fala faz alguns meses dessa ameaça e já fez seus aportes se preparando pra isso e outras coisa mais....

Um cara que você deve escutar

Ele vivia mandando alertas na sua conta do Twitter mas a SEC calou o cara. Ele teve que apagar tudo e acho que até saiu da rede social. Pra quem quer conferir os arquivos basta conferir essa conta.

O que é diferente da situação atual em relação a 2008? Agora o dinheiro vai direto pra mão do peão ao contrário de 2008, quando era colocado na conta dos bancos. E os programas de incentivo continuam sendo aprovados, o que faz a ameaça ficar cada vez maior...

O QUE HÁ DE DIFERENTE?

Vi dados que apontam que o Brasil botou 8% do PIB em auxílio emergencial, o que fez a quantidade de pessoas em situação de pobreza extrema reduzir de 5,5% pra 1,7%. Era inevitável que isso provocasse um aumento na inflação local.

Coisas muito loucas também ocorrem lá fora. Nos EUA, algumas unidades do Mcdonalds estavam pagando 50 dólares só para o sujeito comparecer na entrevista e agora estão dando Iphone pra quem se mantiver no trabalho por 6 meses.

CARTEIRAS DECOLANDO

A CZB teve quedas fortes recentes por conta das cripto, mas a recuperação tem sido grande esses dias por conta da alocação em ações. Mais uma época boa para ostentar resultado de carteiras... rs

Citando carteiras de amigos e parentes com quem converso, vejo também que a CSB (Carteira Senhora Batalha), CPR e CPM também estão decolando. Tento ajudar com as minhas sugestões quando solicitadas, mas minha intenção principal é tentar poupar eles dos erros que cometi até então.

sábado, 20 de março de 2021

1 ano de Corona Crash - E o cenário atual: início de alta de juros

Mais de 1 ano desde que o mundo parou.

Ainda estamos nessa luta tentando sobreviver no meio dessa loucura

Mas seguindo o foco do blog vamos lembrar os vários circuit breakers ocorridos neste mesmo mês do ano passado.

Foram 6 ocorridos em 8 pregões, sendo que os piores dias de março foram:

  • 9: -12,2%
  • 11: -7,6%
  • 12: -14,8%
  • 16: -13,9%
  • 18: -10,3%

Lembro muito bem do dia 19/3/2020, início do lockdown onde moro. Vendi boa parte do que tinha em Tesouro IPCA para aportar em ativos de renda variável nessas quedas. 

Me planejei nos dias anteriores e passei a manhã desse dia realizando as operações. Essa postagem do ano passado resume bem o que fiz na época.

Vimos empresas excelentes como WEGE chegar a R$32. Hoje passa dos R$70. Mas claro que temos também casos como o de CIEL3 que chegou a R$4 nesse período e hoje flerta com os R$3,50.

Hoje os aportes em ativos de RV locais são bem mais calculados pois a margem de segurança não é tanta e a situação fiscal do país preocupa.

Deixei guardada essa sequência de prints de alguns ativos da CZB para relembrar a loucura que foram aqueles dias, no auge do corona crash.

09/03/2020


10/03/2020

11/03/2020

12/03/2020

13/03/2020

Uma das conclusões que tirei desses dias foi que quem não suporta ver tantas quedas no seu patrimônio talvez não deveria investir em renda variável, sob o risco de vender no desespero e perder muito dinheiro.

Não vendi nenhuma posição nessa época. Na verdade só não aportei em BRFS e VLID pois são as 2 que pretendo sair um dia.

Em relação aos FIIs, mesmo eles sendo menos suscetíveis à volatilidade, também ocorreram quedas enormes. Peguei BCFF11 a R$54,40 nessa época, sendo que hoje negocia próximo aos R$90. Nesse post eu tratei sobre o impacto do Corona Crash na CZB-FIIs também.


CENÁRIO ATUAL

Tivemos na última reunião do COPOM o aumento dos juros para 2,75% e já anunciado um aumento seguinte de mais 0,75% na próxima reunião.

Considero que o BC tem feito um bom trabalho até então mas muitos criticaram essa redução e manutenção de juros a 2% por tanto tempo.

Só o tempo dirá se o BC cometeu um grande erro ao fazer isso. Eu acho que ele agiu em tempo.


O mais importante ao comprar títulos de um país: yield (rendimento) e crescimento. Não temos nenhum dos dois hoje, e muito risco. O Brasil está muito longe de ser um país que pode se dar ao luxo de ter uma taxa de juros tão baixa e com juros reais (ao descontar a inflação) negativos.

O mais louco é que o mercado financeiro recebeu bem a notícia de uma alta de juros. A explicação é que o que realmente importa para ativos de renda variável não é a Selic atual, mas sim a taxa longa (de vários anos a frente) pois é essa que é usada nos cálculos de projeções e foi ela que começou a baixar após esse aumento da Selic.

Além disso a alta na Selic deve pressionar a cotação do dólar pra baixo, o que também vai ajudar a conter a inflação.

E a inflação tá TENSA...

A alta nos juros era certa. O mandato do BC é de comprometimento com o controle inflacionário, ao contrário dos EUA, que além disso precisa fomentar a redução do desemprego.

Mas acho que o que fez o BC aumentar 0,75% (e não os 0,5% que todos esperavam) já anunciando a próxima foi essa alta súbita nas taxas de juro americanas longas. O timing para essas ações é algo crítico, basta ver o que ocorreu em gestões anteriores do BC.

Se os juros americanos sobem, o Brasil e outros países precisa acompanhar. É fato.

E por que as treasures americanas longas subiram tanto?

Os USA deve voltar aos níveis pré-pandemia já no inicio do ano que vem graças a vacinação em massa (#invejabranca). 

Estima-se que em 2 anos apenas para recuperar os níveis de emprego sendo que na ultima grande crise  isso demorou uns 10 anos. Com a perspectiva de economia pujante a expectativa de inflação aumenta e com isso o motivo dos juros longos.

Apesar de Jerome Powell afirmar que ainda não há esse pensamento. Mas sem ele admitir está assim, imagina com a anuência dele.

E por fim é bom lembrar que com a alta dos juros, as dívidas soberanas ficam mais caras.

E foi assim que essas dívidas estavam ao final de 2020: Os EUA fecharam com 135% de dívida sobre PIB. Japão com 225%. China com 285%. Itália com 158%. Brasil com 90%.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Expectativas 2021 para o Mundo, Brasil e o Zé Batalha

Previsões servem pra pouca coisa. No final se você acerta as pessoas te acham incrível, mas a verdade é que não passa de sorte, pois são tantos eventos possíveis que nenhum ser humano tem esse poder de adivinhar por competência. 

Quem poderia prever o que aconteceu num ano louco como 2020? E já tem muitos tentando prever quanto vai bater o IBOV ou a próxima crise que claro, pode acontecer.

De qualquer forma acho importante ter ao menos um mínimo de planejamento. É o que tento fazer, mas tenho ciência da força do acaso, o que por sinal me faz lembrar um livro bacana que li ano passado: O andar do bêbado.

Então vamos lá. Ciente de tudo que já falei até então, ou seja, que nada disso pode acontecer, tratarei agora das expectativas para este ano, tendo em vista os fatos atuais.

CENÁRIO NACIONAL E MUNDIAL

Após tantas previsões que uma crise hedionda chegaria, finalmente surgiu uma mas não foram os déficits globais nem os juros negativos que todos esperavam. Estes só ficaram maiores. 

Nos EUA, temos indicadores hoje similares ao da crise das “.com” em 2000. O que não quer dizer que estamos em outra bolha pois tudo hoje é bem diferente: empresas de tecnologia já dão ótimos resultados há um bom tempo.

Você só sabe que existe uma bolha depois que ela estoura. Muitos falam isso porque não entraram no ativo enquanto observam ele subir demais.

A resposta pra todos os problemas já faz décadas é baixar os juros. Mas acho que chegamos num limite.

As expectativas de volta do crescimento se confundem com os riscos de crise de endividamento mundial. Nos EUA a Dívida/PIB saiu de 73% em 2008 para mais de 100% em menos de 10 anos. Tudo isso bem antes da pandemia.

Apesar dos keynesianos falarem que "no longo prazo todos estaremos mortos", aqui no Brasil creio que o risco de problemas por endividamento é ainda maior.

Sobre endividamento, eu fico com a pureza da resposta das crianças...

No Brasil

Há uma expectativa de retomada econômica, como não podia deixar de ser tendo em vista a acentuada queda que ocorreu em 2020. Mas uma retomada não quer dizer uma recuperação, pois para voltar aos melhores níveis que já tivemos deve demorar muito mais.

Acho que inflação não assusta tanto assim. As pressões inflacionarias devem cair com o desemprego e o fim dos estímulos, se é que eles vão ocorrer logo, pois há chances deles se estenderem por mais alguns meses. 

Isso por conta da continuidade da gravidade da pandemia, o que pode fazer tais estímulos serem necessários para a população mas vai fazer a dívida crescer ainda mais.

O BC abandonou o forward guidance, logo juros devem subir este ano para conter a inflação, mas acho que patamares de 2 dígitos ainda são bem improváveis.

Por conta disso acho difícil ver a bolsa render menos que a renda fixa no longo prazo. Se as empresas voltarem a ter crescimento de lucros, serão mais rentáveis que os juros e com isso as ações serão mais rentáveis que o CDI a longo prazo

Ativos promissores para 2021

Uma aposta quase unânime dos profissionais para o ano que vem é a alta das commodities, puxada pelo retorno do crescimento chinês, algo que pode beneficiar os emergentes, e portanto o Brasil. VALE saiu de R$60 em novembro passado para perto de R$100 esses dias.
 
Imóveis também tem boas chances de valorizar. Juros baixos e uma grande oferta ao crédito pelos grandes bancos, tendo em vista que é uma das formas deles ganharem mais dinheiro agora. Se os juros se mantiverem baixos esse movimento deve ir longe.

Ações de bancos e outros ativos mais seguros que não se valorizaram tanto em 2020 também podem entrar nessa festa. Isso explica muito das valorizações recentes na nossa bolsa.
 
Na CZB-Ações: VALE3, EZTC3 e ITUB3 podem se beneficiar desse cenário.

O mercado financeiro parece ter abraçado mesmo as criptomoedas. Algo que pode representar uma continuidade nas altas, ao mesmo tempo que algumas delas já estão no radar da SEC.

PROBLEMAS FISCAIS E ENDIVIDAMENTO

O maior problema que vejo é a questão fiscal, que está bem crítica aqui no Brasil. A dívida bruta do país saiu de 76% do PIB para mais de 90% em menos de um ano, e deve bater 100% em breve.

Esse problema de endividamento não é algo exclusivo do Brasil. Vários países desenvolvidos tem o mesmo problema como já falei, mas o caso deles é diferente.

Desde os anos 90 que dizem que o Japão vai quebrar e nada aconteceu. Tanto ele como os EUA tem um endividamento louco. O primeiro tem mais de 200% e o segundo mais de 100% do PIB. 

Mas ainda assim eles têm muito mais fôlego fiscal para aumentar sua dívida do que o Brasil. Enquanto nossa expectativa de taxa de juros daqui a 10 anos está perto de 8% hoje, a deles está na faixa de 0%. Alguma dúvida em quem o mundo confia mais?

Tivemos governos recentes com pegadas keynesianas estimulando gasto estatal achando que poderíamos gastar de forma similar a China para crescer de forma parecida.

Mas na China as coisas funcionam. A burocracia chinesa é baseada em meritocracia, eficiência e produtividade. Aqui, não. Nossas estradas, pontes, aeroportos e metrôs passam décadas para serem concluídas, (quando são concluídas), nossos hospitais sofrem falta de medicamentos e por aí vai...


Essa é a minha visão mas claro que há sempre um gráfico para "comprovar" o cenário que você aposta. 

NO PESSOAL E PROFISSIONAL

Há um assunto que por vezes me pego escrevendo mas acabo desistindo. Alguns colegas até sugeriram pra eu falar disso no blog.

É o maior medo em 11 de 10 funcionários de estatais: uma palavra que começa com PRI e termina com ZAÇÃO...

Acho que até sou capaz de fazer uma análise bem pragmática pois tento ao máximo não defender um grupo político ou ideológico. O Batalha Way of Life se trata de tentar ao máximo agir com racionalidade.

Mas a polarização está tão grande e chata hoje que procuro evitar falar disso pois sei onde pode parar, mas sei lá... quem sabe um dia eu resolva escrever sobre.

E por que falo disso aqui num post de expectativas? Porque, como funcionário de uma estatal, seria uma das poucas coisas que hoje poderia me afetar de forma considerável. Então vamos lá.

Melhor cenário

Ninguém privatiza nada nem interfere no dia a dia de trabalho do Zé Batalha 

Zé Batalha continua batalhando só esperando as próximas batalhas...

Pior cenário

Rola a privatização...

Ultraliberais, ancaps e escola austríaca de economia pegam o Zé Batalha pelo pescoço. Mas perceba em seu semblante que nada vai quebrar a harmonia dele.

Quanto mais analiso a questão mais otimista fico. Quanto mais persevero mais tranquilo eu fico. A única coisa que não tem mudado ano após ano é a perseverança do Zé Batalha.


Mas os batalhadores não se iludem. Esperam pelo melhor mas se preparam para o pior. Eles têm consciência do que é a vida, do que é o mundo, como diria o mestre Rocky Balboa:



sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Carteira Zé Batalha em 2020 - Um ano louco (+4,65%)

Após falar sobre A Batalha de 2020, venho agora falar sobre o lado financeiro e a boa e velha CZB.

Assim que a pandemia se iniciou e eu vi os vários circuit breakers foi essa a minha percepção sobre as chances da CZB sair no positivo esse ano conforme falei nesse post:


Só que para deixar o ano ainda mais louco a CZB teve um rendimento positivo de 4,65%, devendo ter empatado com a inflação do ano. Bem distante do resultado de 2019, mas tendo em vista as circunstâncias foi ótimo.

O DY da carteira (proventos mensais / patrimônio) deu 1,52% apenas, o mais baixo que já medi, fruto da Selic a 2% e do efeito da pandemia que comprometeu a distribuição de proventos de ações e FIIs. 

Analisando individualmente cada grupo:

Zé Batalha saindo de 2020 e refletindo sobre os resultados

Parte considerável dos ganhos se deve ao fato de no corona crash eu ter aportado em FIIs e ações a preços de banana. E vários desses ativos se valorizaram bem desde então.

Além disso em 2020 entrei em stocks/REITs e mesmo não pegando o melhor momento e entrando de forma modesta o câmbio e as altas crescentes contribuíram para o bom resultado.

É realmente de estranhar um mercado tão pujante em meio a uma pandemia, mas foram as injeções de dinheiro e redução de taxas de juros dos BCs que nos levaram a isso. 
 
Estou com os pés no chão por conta disso, principalmente em relação ao Brasil. Essa farra promovidas pelo BCs, mesmo que inevitável em alguns casos, está turvando a realidade econômica atual.
 
Isso pode dar problema lá no futuro, mas como diria Peter Lynch: "muito mais dinheiro foi perdido tentando prever a próxima crise do que com a própria crise".

E infelizmente tivemos mais uma década perdida. Um período que o PIB cresceu apenas 2,2%, enquanto o mundo cresceu 30%.

INVESTIMENTOS

Habilitei o aluguel automático na Rico. Na maioria das vezes dá pouco. Mas em alguns casos pode cobrir até o pagamento das taxas (que já baixaram muito também).

Até a Sra. Batalha começou sua carteira de ações em julho com a minha assessoria e está tendo um rendimento bem legal. 

AÇÕES (-2,41%)

Estrangeiros voltaram com tudo na nossa bolsa a partir de novembro aí puxaram tudo pra cima.
 
Novembro e dezembro foram bem positivos por conta desse rally. A CZB-Ações teve ganhos de 10,37% e 6,15% nestes meses.

CZB-Ações - Melhores e piores
Melhores: 1º OIBR3 [157,04%]; 2º WEGE3 [120,53%]; 3º VALE3 [70,47%]
Piores: 1º COGN3 [-59,49%]; 2º CIEL3 [-51,46%]; 3º CVCB3 [-46,72%]

FIIs (0,98%)


A diversificação da carteira propiciou um rendimento positivo, vencendo o IFIX que foi o pior investimento do ano.

CRIPTOS (359,59%)

A CZB-Cripto voltou a ter somente 3 ativos, pois me livrei de XLM e ADA. Era tão pouco que não valia nem o trabalho de acompanhar. Portanto a carteira hoje é composta de BTC, ETH e XRP.

Foi um ano bem incrível para as cripto. Lembrou 2017. A CZB-Cripto valorizou 55,88% só em novembro.

A Ripple não faz muitos meses foi destaque na tentativa de levar o XRP para o mundo das Moedas Digitais de BCs (CBDCs), mas aí acabou ganhando de "presente de natal" um processo bem grave da SEC, o que pode servir de alerta para outras cripto similares.

Desde então, o XRP tem desabado. Mesmo que vire pó, o que investi foi pouco levando em conta que sempre coloquei uma meta de 1% a 1,5% do total de criptos da carteira. Deixa rolar.

NOVA ABORDAGEM - CARTEIRA ZÉ BATALHA

Em 2021 não pretendo falar mais tanto assim sobre os resultados mensais ou trimestrais da CZB. Não que eu esteja decepcionado, na verdade está até em linha com o que planejei.

Esse é um campeonato com dezenas de rodadas. Não vale apena tomar um porre só porque seu time manteve a liderança empatando de 1x1 na sétima rodada. É algo parecido com a comemoração/lamentação por um resultado mensal ou anual.
 
Poucas coisas são mais sardinhas do que comemorar alta de cotação de ação... e eu já fiz muito isso...

O que vale mesmo é vencer o campeonato e pra quem investe pensando em um patrimônio constituído para uma aposentadoria mais tranquila isso demora bastante.

E se um dia eu conseguir meus objetivos eu não sou nem louco de dizer aqui. Talvez eu até fizesse isso se tivesse começado o blog no anonimato mas não o fiz.
 
Enfim, cada um tem o seu objetivo e suas condições de chegar até ele. O patrimônio definido como meta varia de acordo com as necessidades de cada um. 
 
Enquanto alguns moram sozinhos ou não tem filhos, outros precisam arcar com despesas para ajudar até mesmo os pais ou sogros. E na vida dos batalhadores ocorrem várias situações imprevistas que podem fazer seu patrimônio cair.
 
Portanto, pretendo falar mais dos ativos em si e menos dos resultados da CZB, sobre outras coisas relacionadas a investimento e economia, minha análises, etc.

Mas o acompanhamento da carteira continua até pra fazer as calibragens que sempre são necessárias de acordo com o meu perfil e estratégia de investidor.

Em breve, um post sobre as expectativas para 2021 
#PAZ

sábado, 26 de dezembro de 2020

The Battle of 2020 - A Batalha de 2020

Reflexões sobre 2020

No post de fechamento do ano passado falei que as batalhas seriam grandes em 2020, mas nem no meu dia mais pessimista eu poderia imaginar o que a gente passou neste ano. 

Eu inclusive cheguei até a subestimar e desdenhar da ameaça Covid em fevereiro. Mais uma da série "The quieter you become the more you can hear".

Foi duro para todos. Isolamento, distanciamento, perdas de entes queridos, empresas fechadas e empregos perdidos.

Um dia normal desde o começo da pandemia em 2020 para os batalhadores

ANÁLISE DO 2020 DO ZÉ BATALHA

Analisando o que planejei consegui manter uma vida bem mais tranquila nas redes sociais tentando focar mais no que vale a conversa. Por sinal pretendo ainda dobrar essa meta.

Já a atividade física que já era fraca ficou preocupante pois nem meu futebol eu estou jogando por conta da pandemia, uma das coisas que mais gosto de fazer na vida. Preciso tomar vergonha e fazer exercícios físicos.

Nada contra quem ainda ainda joga bola. Não tenho medo de pegar Covid, mas sim de passar pros meus coroas ou pra minha sogra, pessoas de maior risco com quem convivo.

Foi um ano pra repensar muita coisa. Sigo com minhas ideias, mas refleti bastante sobre alguns pontos de vista, tais como a participação do estado na economia, em posts como esse.


"TANTO NO PROFISSIONAL..."

Foi um ano de muita perseverança no trabalho, muito estudo e cursos, tendo em vista um forte incentivo da empresa. Trabalhei/estudei do mainframe ao blockchain, do ASP Classic ao React.

Mas já fiz muito curso. O negócio é tentar colocar em prática agora. Tenho procurado arranjar algo para aplicar o que aprendi. Se não for possível no trabalho, em projetos pessoais.

Quando falo com colegas próximos vejo que foi um ano que trabalhamos muito para a digitalização de serviços do país. Com a pandemia, empresas como CEF, Serpro e Dataprev tiveram que se desdobrar para fazer em poucos meses algo que seria feito em vários anos.

Em outubro fiz um investimento para melhorar o parque tecnológico Batalha. Como tratei nesse post o meu desktop antigo era sofrido. 

Agora estou com uma ótima máquina, um AMD Ryzen 5 3400g com 16Gb de RAM e um SSD de 240Gb. Tem me servido muito tanto para o trabalho em home office quanto para meus projetos pessoais.

Por sinal, gostei muito de trabalhar de home office, mas aponto uma grande desvantagem: se perde muito tempo com configuração de ambiente e máquinas. 

Por vezes perdi tempo tentando resolver um problema e quando vi era a VPN que estava fora, ou era algo que podia ser acessado por uma VPN mas não pela outra. O cara acaba tendo que aprender mais sobre redes também. Por um outro lado, foi um grande aprendizado.

Outro desafio em alguns momentos, para quem tem filhos, é se concentrar na tarefa e conciliar o tempo com as tarefas domésticas e etc.
 
 
"...COMO NO PESSOAL"

Sobre o blog e redes sociais

Sobre as reflexões de ainda ter esse blog, que faço por que gosto, não tenho retorno financeiro. Percebi que escrever aqui me ajuda a organizar as ideias, registrar entendimentos que podem ser consultados no futuro, 

Rever como o que penso pode mudar com o tempo (e isso faz parte da vida, acredite) e até debater com pessoas que tenham o mesmo interesse no assunto concordando ou discordando de mim, mais de uma forma muito mais construtiva e educada do que pude vivenciar nas redes sociais.

Ainda assim este ano vi que há um lado muito bom nas redes sociais que tanto questiono. Esse lado bom ocorre quando alguém tenta ajudar o próximo sobre algo que ele tenha mais experiência. 

Hoje tento me focar mais nisso: ensinar e aprender.

Outra coisa que tenho refletido é que no mundo de hoje você precisa se expor de alguma forma para se desenvolver. A participação que vi nas comunidades e redes sociais nas imersões da Alura, onde as pessoas se ajudavam bastante, e artigos como esse me fizeram chegar a essa conclusão. 

"When we expose ourselves on the Internet, we are subject to all kinds of responses, good or bad, and it is important to know how to deal with both
Or, if you are like me, your motivation for writing articles may come simply from the desire to share knowledge with others and to want to observe and analyse points of view and opinions different from yours.
You do not need to write with the aim of becoming famous, but to register your knowledge for yourself, creating an archive of useful information that you can search for when you need it."


Algo que me também me ajudou nessa conclusão foi o fato de ter conhecido excelentes profissionais na área de TI que não tiveram o reconhecimento merecido muitas vezes porque quase ninguém sabia o que eles estavam fazendo.

O "novo normal" da pandemia

Essa vida que a gente tem levado pode deixar muita gente louca ou mais louca do que já era.

Creio que fui pouco afetado pelo isolamento. Se isso me deixa feliz por um lado ao mesmo tempo me deixa um pouco preocupado. Pois eu sinceramente não senti muita falta do trabalho presencial...

Claro que há parentes e amigos que gosto muito e sempre é ótimo estar com eles, mas sinceramente não sinto muita falta de reuniões (tirando o meu futebol rs...) com muitas pessoas. E acho que ultimamente gosto muito mais de escrever do que falar, o que claro, pode não ser tão bom assim também...

Longe de ser psicólogo, mas às vezes acho que vivo o tal do dilema do ouriço... rs

E isso vale para outros meios também. As pessoas querem conversar no WhatsApp. Eu só quero as figurinhas. Não quero saber da vida dos outros, se fulano casou, comprou carro, ou terminou relacionamento. Disso estou bem convicto.

Por fim, sei que o fato de estar com minha mulher e filha todos os dias me faz muito privilegiado de poder superar esse período. Para quem mora sozinho ou tem problemas psicológicos foram e ainda são dias terríveis.

Que seja um feliz 2021 para todos vocês, batalhadores!



quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Carteira Zé Batalha de FIIs - Impacto da Pandemia de Covid-19

Conforme prometido, ao final do post sobre a CZB de FIIs, venho relatar os impactos do Corona Crash nesta carteira.

COMPLEMENTANDO - RISCOS DOS FIIs

Completando o que falei no post anterior, ao investir em renda variável, sempre é bom lembrar dos riscos, por isso recomendo bastante as seguintes referências:

1) Nesse post no fórum do Bastter, há uma longa discussão sobre riscos dos FIIs, com gente muito capacitada opinando

2) Um ótimo vídeo com o professor Andre Bacci sobre a possibilidade de chamada de capital:

Resumindo: não temos nenhum caso reportado de chamada de capital, ou seja: o pior caso, quando você além de perder tudo que investiu, fica obrigado a ajudar no pagamento dos prejuízos porventura ocasionados. Poucos sabem disso, mas isso pode ocorrer em fundos de investimento multimercado...

Mas, estamos no Brasil. Vai que alguma decisão judicial louca determine algo assim para os FIIs. Ainda assim há a chance de você ver o problema antes e vender suas cotas.

Baseado em tudo que pesquisei e principalmente no parecer dos especialistas das fontes que citei, eu acho muito improvável. O fato de investir em FIIs muito sólidos mesmo que não paguem um DY tão alto me deixa mais confortável.

QUEDA DOS RENDIMENTOS NA PANDEMIA

Vimos no auge da pandemia que muitos FIIs tiveram que reduzir ou até suspender o pagamento dos dividendos mensais.

Colocando por base o mês de janeiro, a queda chegou a 48% em maio. Os shoppings foram terrivelmente afetados. Logística foi o que menos sofreu.

O que mostra mais uma vez a importância de uma carteira diversificada com bons ativos.

O gráfico abaixo mostra como ficou a situação do pagamento de dividendos mensais da CZB de FIIs. Estou considerando a soma dos rendimentos por cota de cada um dos 10 FIIs presentes na carteira que mostrei no post anterior.


Começamos o gráfico da CZB-FIIs em fevereiro com um valor de R$7,29. Vemos que chegou a cair 43,07% em maio quando bateu R$4,15. Chegou no nível mais baixo em agosto (queda de 44,58%) pois esse foi o mês que FIGS não pagou nada e XPML pagou somente R$0,03 por cota. Ambos de shoppings.

LIÇÕES APRENDIDAS 

Dizem que os inteligentes aprendem com os próprios erros e os sábios com os erros dos outros. Vamos tentar ser sábios.

Antes da pandemia eu vi formador de opinião que vendeu tudo que tinha para ficar 100% alocado em FIIs para viver somente dos rendimentos deles, sendo que tinha mais de 70% alocado em shoppings...

Imagino como estava a cabeça dessa galera no auge da pandemia com uma redução tão drástica dos rendimentos mensais dos shoppings ainda mais quando não havia nem estimativa de um retorno das atividades destes. 

Tinha até gente usando FII como reserva de emergência!

Tem muita gente que investe em FIIs confiando apenas no VP (Valor Patrimonial) sendo que este é calculado somente no final do ano e não é lá muito preciso ainda mais num momento como o que vivemos agora.

PERSPECTIVAS

FIIs de logística devem crescer junto com o e-commerce. Parece algo inevitável. Talvez este seja o único segmento resiliente nessa pandemia.

Shoppings devem sofrer por mais tempo. Mas um dia essa pandemia acaba. 

Muitos afirmam que FIIs de escritórios e lajes corporativas devem ser bem afetados por um bom tempo também. Até entendo mas não dá pra imaginar que todos irão passar a vida toda trabalhando de home office.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Carteira e Análises - Zé Batalha - 3º Trimestre de 2020 - As incertezas de sempre...

CENÁRIO ATUAL

Foi um trimestre no qual descobrimos até que dá pra perder dinheiro em Tesouro Selic, por conta da dificuldade de rolagem da dívida que não ocorria desde 2002. Eu particularmente não sabia que ele podia render negativo em alguns momentos.

Apple, Amazon, Facebook e Google chegaram a valer mais de 5 tri, o PIB do Japão, terceira maior economia do mundo. Tesla chegou a gerar 25 bi de market cap num dia (20/8)...

Quando a gente vê coisas desse tipo é pra ficar com as barbas de molho mesmo. Tudo continua muito estranho.

O maior risco que vejo hoje para o Brasil é o elevado aumento de gastos do governo fazer a situação fiscal descontrolar de vez, causando grandes problemas no futuro. Não faz muito tempo, 2015/2016, tivemos a maior recessão da história no país por motivos similares.

No gráfico abaixo dos profissionais da Verde Asset vemos que o Brasil tem uma das maiores dívidas e também foi um dos que mais gastou na pandemia. 
 

Nossa dívida bruta pode passar de 100% do PIB em breve. Desde 1999, estamos resolvendo nossos problemas fiscais aumentando a carga tributária, mas ninguém aguenta mais aumento de imposto. 

Se a produtividade do país fosse das melhores as coisas poderiam até ser diferentes, mas na prática estamos longe disso.

A DÚVIDA DE SEMPRE: JUROS

A pergunta que não quer calar: como vai ficar a situação dos juros pelo mundo.

Quando a inflação aumenta, juros são elevados para tentar segurar ela. Estamos com taxas baixíssimas, algo nunca antes visto. 

A inflação bateu 0,64% em setembro, a tendência é de alta, mas creio que em um futuro próximo as coisas tendem a se ajustar. A elevada injeção de dinheiro na economia causou muitas anomalias.

Já o FED diz que leva essa situação de juro praticamente zero até 2023 aceitando inflação levemente acima de 2% em prol da queda do desemprego, pois eles têm mandato duplo, algo que não temos aqui.

Mas e no Brasil como fica? Estamos com apenas 2% agora mas juros longos cada vez mais altos.

Juros de 50%
Por incrível que pareça já foi assim


CZB - 3T20 - ONDE INVESTIR NESSE CENÁRIO?

A CZB acumula perdas de 4,02% no ano, sendo que a carteira de ações (-16%) está um pouco menos ruim que o IBOV (-18,20%) e a carteira de FIIs bem menos ruim (-2,73%) que o IFIX (-12,59%). Setembro manteve o padrão do trimestre de não ser um mês muito bom pra quase todos investimentos. 

Acho que é hora de pisar um pouco no freio em renda variável pois já não temos mais tanta margem de segurança nesse momento. As boas empresas da bolsa não estão mais baratas como na época do corona crash.

Sei da minha incapacidade de afirmar com certeza se um ativo está caro ou barato. Mas é óbvio que quanto mais barato você compra a ação de uma empresa, maior a sua margem de segurança. E sempre que possível é o que tento.

Beleza então, vamos pra renda fixa pós-fixada, só 2% de Selic ao ano?

Ou alguém topa levar ao vencimento IPCA para 2026 pagando apenas 2,97% + inflação? Mesmo sabendo que se tiver que vender antes do vencimento vai perder uma boa grana tendo em vista que nossos juros não tem mais outro caminho senão o de alta?

Acho que nessas horas em que tudo é tão incerto, muitas vezes a melhor coisa é não fazer nada, ou melhor, deixar na Selic ou até na poupança mesmo. É muito pouco, mas dado a situação...

OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS...

Eleições americanas devem definir o caminho dos ativos. Independente de quem ganhe eu acho que as ações de tecnologia mesmo bem valorizadas ainda tem muito espaço pra subir.

Será que o mercado vai se assustar quando ver o rombo fiscal do governo americano? Um aumento de impostos para cobrir esse rombo vai fazer os lucros das empresas e por consequência as ações caírem junto.

E gostando ou não: um dia ruim na bolsa americana é um dia ruim nas bolsas do mundo todo.

CHEGOU A HORA DOS IMÓVEIS?

Chance de fuga para ativos reais diante de juros baixos que podem se beneficiar de um cenário de inflação.

Por isso creio que seja um bom momento para comprar imóveis. Nós nunca tivemos e não sei se teremos num futuro recente uma oportunidade de juros tão baixos para financiamento imobiliário. 

Os grandes bancos estão oferecendo taxas da ordem de 6 a 7,5% ao ano se você receber seu salário por ele. Há cerca de 3 anos com muita luta contratei meu financiamento com uma taxa de quase 10%.

A Caixa teve R$ 11 bilhões contratados para financiamento habitacional somente no mês de junho. Conversei com um corretor que teve no mês de maio o recorde de vendas na sua profissão em 10 anos.

E se você parar pra pensar, com juros tão baixos, percentualmente são poucos no país que se sentem confortáveis de investir em renda variável. Faz muito sentido que essa parcela da população invista em imóveis, algo bem tradicional aqui.



"Hoping for the best, prepared for the worst"