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sábado, 15 de fevereiro de 2020

Dica de documentário: Indústria Americana - American Factory

Faz alguns dias que assisti este documentário no Netflix. Cerca de 6 anos após a quebra de uma fábrica da GM em Ohio, uma fábrica chinesa de vidros automotivos chega trazendo esperança de emprego aos moradores.



O problema é que tudo ocorre nos moldes chineses: pagamento de salários abaixo da metade do que os americanos ganhavam antes, exigências de não-sindicalização, entre outras coisas. E é aí que a relação entre os funcionários e a empresa começa a complicar.

Um dos pontos mais interessantes que achei é como ele mostra bem as diferenças culturais entre China e EUA. Uma das cenas que mais me impressionou foi a festa de fim de ano da matriz chinesa... surreal. E num mundo tão globalizado, como um país que é considerado um rival geopolítico pode funcionar bem como um parceiro.

Além disso vemos a imparcialidade, algo que considero muito importante para a qualidade da obra, ao mostrar os vários lados da história, tanto dos chineses como dos americanos, empregadores e empregados. Eles conseguem pegar situações do cotidiano da indústria que fazem a gente se sentir dentro do problema.

Este filme ganhou o Oscar de melhor documentário neste ano, não que eu ache isso o principal motivo para assistir, dado a quantidade de filmes que ganham o Oscar e não são tão bons assim...

A conclusão que cheguei é que é quase impossível parar a China, pois ele tem uma força de trabalho extremamente produtiva, que trabalha feito jumento, recebe menos da metade do que um trabalhador padrão e ainda se sente satisfeita com estas condições, pois é algo que já está enraizado na sua cultura.

Na classificação Batalha de filmes leva uma nota 8 bem honesta. Fica a dica.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Ghost in the Shell - Análise da obra

Esta semana teremos o lançamento mundial do filme (live action) de Ghost in the Shell, dirigido por Rupert Sanders e estrelado por Scarlett Johansson, o que talvez seja o que mais chame atenção para o filme, que tem uma história muito maior por trás.

Ghost in the Shell é uma das maiores obras-primas sobre o universo cyberpunk já criadas. O mangá foi criado por Masamune Shirow em 1989. O anime foi lançado em 1995 pelo estúdio Production I.G e dirigido por Mamoru Oshii. É considerado um dos melhores animes da história.

A história é centrada na Major Motoko Kusanagi da Seção 9, uma hacker super talentosa e exímia combatente, que pertence a uma divisão de combate ao ciberterrorismo do governo japonês. A história se passa em 2029, num futuro distópico onde as pessoas têm um cérebro cibernético e se conectam ao cyberespaço através de cabos conectados à nuca.

Ghost in the Shell - Anime e Filme


Não assisti na época do lançamento pois àquela época sem toda a informação da internet não tinha acesso fácil a esses animes. Anos depois assisti por curiosidade. Creio que foi uma das primeiras vezes que pude perceber o quão profundo poderia ser um anime.

Na minha opinião Ghost in the Shell (abreviarei como GITS) é um dos maiores exemplos de como animes são subestimados. Muitos ainda tem ideia de que todos os animes tem um estilo mais juvenil do tipo Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball Z,etc.

Gosto de filmes que me levem a reflexões, algo que há de sobra neste. Eu sempre descubro algo novo ao assistir mais uma vez (acho que já foram umas 10x). Creio que meu interesse por tecnologia e ficção científica aumentou depois dele, mas também acho que não é um filme para todos. Pode ser chato para alguns, mas é gosto.
Capa do primeiro filme
Se você em 1999 assistiu Matrix e achou um filmaço (assim como eu), saiba que a inspiração dos irmãos (ou irmãs?) Wachowski surgiu de GITS,  e este por sua vez foi inspirado nos livros Neuromancer e também em um livro de psicologia filosófica chamado Ghost in the Machine.

Filmes e Séries de TV

Séries:
  • Ghost in the Shell: Stand Alone Complex - Tanto a 1ª (2002) como a 2ª (2004) temporada tiveram 26 episódios. Trata de várias operações realizadas pelo esquadrão da major, além de episódios avulsos que tratam da história de seus membros e algumas situações relacionadas a essa realidade distópica
  • Ghost in the Shell: Arise (2013) - Foram 4 episódios de cerca de 50 min. Teve também a versão Alternative Architecture, que dividiu 8 episódios de 25 min e ainda acrescentou 2 episódios extras para fazer o link com o filme que saiu em 2015. Essa série trata dos eventos que ocorreram antes do filme original, tal como o processo de formação do esquadrão da major.

Eventos de Arise mostram a formação da equipe
Filmes:
  • Ghost in the Shell (1995) - o filme trata da major em sua operação para capturar o Puppet Master, e daí surge várias reflexões existenciais que mexem com a protagonista no decorrer da trama
  • Ghost in the Shell 2: Innocence (2004) - a história ocorre cerca de 3 anos após os eventos do primeiro filme. Foca em Batou, parceiro da major, investigando uma série de assassinatos cometidos por robôs. Mais questionamentos filosóficos ainda, mas este não supera o primeiro filme, até porque é um filme mais confuso.
  • Ghost in the Shell: Stand Alone Complex - Solid State Society (2006) - conclui os eventos ocorridos na série Stand Alone Complex
  • Ghost in the Shell: The New Movie (2015) - dá sequência à história da série Arise e ao final ele faz a ponte com a história do primeiro filme, que deu inicio a franquia
Acho que nem preciso dizer que assisti tudo isso aí...

A tecnologia e a filosofia por trás de Ghost in the Shell



Vemos de tecnologias que ainda hoje podem parecer futurísticas a outras que consideramos normais nos tempos atuais. Imagino a mente do criador que foi capaz de pensar e ter tantas ideias relacionadas a conceitos avançados de biotecnologia, computação e redes em 1989, um ano que a internet como a conhecemos sequer existia.

Imagine um mundo onde todos tem um cérebro cibernético. Ao mesmo tempo que facilita a vida das pessoas, isso muda vários conceitos existentes até então. O que seria a morte já que eu posso morrer em corpo mas transferir a minha consciência, o meu cérebro, o meu ghost para um outro corpo humano cibernético, ou mesmo para uma máquina?

Consciências podem existir sem corpos. Então seria o cérebro parte independente do corpo? Um cérebro sem corpo orgânico pode ser considerado um humano? O que torna então alguém um ser humano num mundo assim, qual o conceito de indivíduo? Uma inteligência artificial desenvolvida e com vontade própria poderia ser considerada um indivíduo, então?

Nesta visão de futuro, sempre se fala sobre um mundo sem matéria, somente consciências trafegando como dados na rede, a se tornar parte do "mar de informação", o que guarda muitas semelhanças com a internet que temos hoje.

Muitas situações desse futuro distópico são exploradas:
  • Um cérebro cibernético pode ser invadido e ter seus dados copiados e/ou alterados (inserção de memórias falsas). Vemos situações em que a major invade a visão de algum inimigo e se utiliza disso para facilitar uma invasão. Na série, vemos até momentos em que um hacker consegue alterar a visão da vítima.
  • Em um mundo com corpos protetizados, idosos mais abastados podem transferir a sua consciência para corpos mais jovens, prolongando a sua "vida", assim como é simples dar manutenção ou substituir partes danificadas do corpo por outras mais novas, melhorando a sua "qualidade de vida"
  • Acesso remoto ao ghost: em algumas operações a major controla um outro corpo remotamente a partir da sua mente
  • Sincronização de memórias: em questão de segundos uma informação pode ser passada para outra pessoa. Pra que gastar 1 hora explicando ou ensinando algo? Vemos programas de treinamento que podem ser utilizados para aprender algo (algo bem copiado no filme Matrix)
  • Aquisição de memória, controle de consciência e pessoas: os ataques terroristas chegam em um outro nível quando hackers conseguem comandar os movimentos de pessoas comuns a partir do momento que invadem seu cérebro cibernético
  • Ainda sobre o item acima, cabe uma reflexão. Como a justiça decide quem cometeu o crime? A pessoa que atirou ou aquele que comandou ela remotamente (admitindo que você consiga identificar quem foi)? Imagine a mudança em toda a legislação que isso provoca na sociedade 
  • Já começa a surgir o questionamento das pessoas que não sabem se tratam o corpo como uma coisa ou uma pessoa. Mudar de corpo muitas vezes pode causar crises de identidade
É bem interessante a importância que a major Motoko dá a Togusa, tanto no filme original como em alguns momentos das séries, pois ele é o mais humano de sua tropa, o único sem próteses cibernéticas (somente no cérebro, como todos tem nessa época, assim como hoje todos tem um smartphone...). Ela parece querer contar com uma opinião distinta a partir do momento que considera ele a pessoa mais "humana" de todos do seu grupo.

Há várias teorias sobre a major Motoko. Em GITS: Stand Alone Complex cogita-se que ela nasceu "sem um corpo" (sua mãe foi morta grávida dela) e então ela acabou sendo desenvolvida e evoluída como equipamento militar, que custeou todo o processo. Em GITS: Arise vemos como isso explica o fato dela ser propriedade militar, até adquirir direito ao próprio corpo e depois ter mais direito a um orçamento e mais independência após cumprir com sucesso várias missões à medida que vai montando a sua equipe.
Sobre o filme que estreia essa semana

Pelo que vi nos trailers, creio que ele vai pegar cenas notórias do filme original (como a clássica invasão ao prédio usando a camuflagem termo óptica), mas vai focar em aspectos interessantes de outros filmes e episódios das séries.
Camuflagem termo óptica

Percebi alguém muito parecido com o Kuze do Stand Alone Complex, que tem uma história muito bacana. O filme deve explorar vários conceitos de forma que não se prenderá apenas ao anime original. Se fizer sucesso, o que será desafiador levando em conta o histórico de adaptação de animes para live actions na telona, pode ser que surjam continuações, pois há muita coisa boa a ser explorada.

Estou com uma boa expectativa pelo que vi nos trailers, pois dá a impressão de estarem respeitando não só o filme original, mas todo o conjunto da obra. Já percebi referências a vários filmes e séries somente no pouco que vi. Na minha lista de filmes mais esperados do ano, esse é o primeiro lugar.

Recomendo que ao assistir Ghost in the Shell não tentem entender tudo, pois acho que é quase impossível. Vale muito mais pelo prazer de poder filosofar com os amigos sobre essa obra numa mesa de bar.

sábado, 5 de março de 2016

Review - Antologia Rocky + Creed


Os filmes da série Rocky muito provavelmente são os que mais inspiraram e influenciaram a minha vida e de várias pessoas que viveram nos anos 80 e 90, mesmo tendo a sua primeira versão sendo lançada em 1976. Após assistir Creed, resolvi relembrar a história desses filmes, onde acompanhamos a cada novo capítulo o crescimento deste personagem, os quais vi por dezenas de vezes e que não me canso de ver de novo.

Rocky não é bem um filme que fale somente de boxe, mas principalmente de luta, objetivos e perseverança. É a história de um homem que está disposto a lutar para fazer o seu melhor diante de todos os problemas que encontra na sua vida. E ninguém pode esperar muito dele, pois é um cara limitado, não é inteligente, só podendo contar mais com o seu físico. Uma pessoa que tem limitações como todos nós, mas a sua determinação e garra fazem ele ir além do seu limite. Isso pra mim basta pra falar de uma das coisas mais importantes da vida: alguma hora você vai cair, mas não deixe de se levantar e lutar sempre.



A trilha sonora dos filmes é espetacular. Escuto até hoje e sempre irei escutar. Na verdade, analisando bem, esses italianos (alguém lembra de Enio Morricone e suas músicas dos clássicos filmes de faroeste?) são muito feras quando se trata de trilha sonora. Bill Conti e outros italianos fizeram para os filmes de Rocky algumas das músicas de filmes mais empolgantes já criadas. Experimente escutar Eye of the Tiger (Rocky 3) ou Burning Heart (Rocky 4) se estiver com preguiça de correr/malhar e aposto como vai te motivar. A música certa na época certa no filme certo:



Segue a minha análise abaixo, repleta de SPOILERS. Mas se você nunca assistiu nenhum Rocky, faça isso agora mesmo e volte pra ler isso aqui. Eu diria até que Rocky 1, Rocky Balboa e Creed você pode assistir sem nem gostar ou entender muito de boxe, pois nelas o resultado da ultima luta é o que menos importa. Não tenho lá muito conhecimento técnico para analisar filmes, por isso minhas notas serão dadas mais levando em conta o quanto esses filmes foram importantes pra mim. Se quiser uma análise mais profissional desses filmes, aí sim acesse o RapaduraCast, que foi uma das coisas que vi que me inspirou a fazer esse post.

Rocky (1976)
A vida de Rocky se confunde com a de Stallone. Muitos acreditam que ele transmite no filme toda as dificuldades que passou pra conseguir realizar esse filme. Rocky é um boxeador sem muita expressão e recebe a chance de sua vida: enfrentar Apollo Creed, o detentor do cinturão. Contra tudo o que se pensava ele consegue chegar ao final da luta. Este filme ganhou à época o Oscar de melhor filme, superando Taxi Driver. Por ser o começo de tudo e toda a sua influência nos anos seguintes, considero uma obra-prima, por isso essa nota. Nota: 9,5

Rocky 2 (1979)
A grande revanche Rocky x Apollo. O mais incrível é que o dublador brasileiro traduziu o final da luta do filme anterior como empate, enquanto na verdade quem venceu por pontos de forma apertada foi Apollo. Mas vemos neste filme o dilema de Rocky ao encarar essa revanche e vencer de uma forma incrível, talvez no final mais dramático de todos da série. Nota 8

Rocky 3 (1982)
Neste filme, após a conquista do cinturão, várias vitórias e muito sucesso vemos um Rocky que se deixa levar pela fama e acaba perdendo para Clubber Lang. Pra voltar a vencer ele precisa ter de volta aquele olho de tigre (mostrado no vídeo Eye of the Tiger no início do post), como bem lembra o seu amigo Apolo, que acaba por treiná-lo. Após vencer a revanche contra Lang, ao final do filme, Apolo cobra uma revanche, que só no filme "Creed" sabemos que o vencedor foi Apolo. Como filme, este e Rocky 4 talvez não sejam tão bem produzidos, mas certamente são até mais empolgantes em alguns aspectos. Nota 8 


Rocky 4 (1985)
Só a cena do treino e a trilha sonora já vale o filme, uma das que mais escuto no Spotify. Falam que esse filme é somente uma montagem de videoclipes, até entendo, mas acho que ele tem muito mais do que isso. Uma das cenas mais engraçadas da série é a dança do Apolo antes de uma luta que acaba se tornando logo depois uma das cenas mais chocantes da série, quando Ivan Drago o mata em algo que era só para ser uma exibição. Rocky se vinga do amigo lutando contra o russo, numa das lutas mais incríveis da série. No final faz um discurso muito massa sobre a Guerra Fria (havia uma grande rivalidade na época entre EUA e URSS): que é melhor ver 2 homens se matando num ringue do que milhões se matando numa guerra. Muitos acham um final apelativo. Eu acho perfeito. Aqui entram mais outras ótimas músicas: Burning Heart (mostrado no vídeo no início do post), Hearts on Fire e No easy way out. Nota 8,5


Rocky 5 (1990)
Certa vez, numa entrevista, o próprio Stallone diz que não tem nada de bom que ele lembre desse filme, mas eu ainda gosto dele, apesar de concordar que seja o mais fraco de todos. Após ter que se aposentar depois de problemas neurológicos decorrentes de tanta porrada acumulada e logo em seguida por problemas financeiros, Rocky e sua família ficam pobres e tem que viver uma vida mais humilde. Rocky vê em Tommy Gunn uma chance de voltar a estar em contato com o boxe e deposita todos os seus sonhos ao treinar ele, que acaba o sacaneando no final. O que mais toca no filme é sentir a sensação de um esportista de alto nível, qualquer que seja a sua modalidade, ter que admitir que não pode mais fazer o que mais gosta e ainda assim quer participar de alguma forma naquilo que viveu toda a sua vida. Algo muito duro que é bem explorado no filme. Nota 7

Rocky Balboa (2006)
Rocky Balboa pode ser considerado um filme quase de ficção ao admitir que uma pessoa de 60 anos lute contra um jovem detentor do cinturão. Mas este filme é muito mais do que isso, foca muito na sua relação com seu filho e o seu passado. Mais uma vez Rocky e Stallone se confundem no momento que vivem em suas vidas, tentando mostrar o seu valor como lutador e ator, respectivamente. Durante o treinamento, vemos a dificuldade de Rocky ao lutar contra a artrose, problema nos joelhos, a falta de velocidade, restando apenas tentar melhorar ainda mais a sua força bruta pra encarar a luta final.
Nota 8,5
Só esse vídeo já vale o filme. Uma das maiores lições que qualquer ser humano precisa aprender na vida:



Creed (2015)


Minha ansiedade era grande pra assistir esse filme. Rever o Rocky, agora como um coadjuvante, após quase 10 anos. Fiquei com receio do Rocky morrer nesse filme. Acho que se ele morresse eu cairia no chão chorando aos prantos na posição fetal hehehe.
Mas falando sério, o filme respeita muito bem as suas origens e sempre menciona acontecimentos dos filmes do Rocky, além de ter ficado muito bem localizado no momento em que vivemos atualmente. Resumindo o filme, Adonis Creed (filho de Apollo) quer mostrar o seu valor como boxeador e consegue, após muito insistir, que Rocky o treine para lutar, e por sorte ele consegue uma luta pelo cinturão, o que lembra bastante o primeiro Rocky. Tecnicamente, destaco a câmera incrível que vemos durante as lutas.
A parte mais tocante do filme é o momento em que o Rocky começa a passar mal e é diagnosticado com câncer. A sensação de ver um cara que foi o exemplo de atleta por toda uma geração numa situação daquela faz a gente se emocionar. Você tem a noção do problema quando vê ele recebendo a notícia da médica e dizendo que não vai lutar, que não vai se medicar, pois viveu na pele com sua esposa como essa luta é difícil, ou seja, Rocky está sendo nocauteado pelo câncer, justo alguém que fala que a gente tem que se levantar sempre. É muito duro ver isso, mas de uma forma brilhante, o filme nos presenteia com um Adonis que fica sempre ao seu lado, ajudando no tratamento, enquanto Rocky por sua vez o ajuda no treinamento, dentro de suas possibilidades físicas.
O final do filme foi muito bem pensado. Ver Rocky subindo aquela escada com a ajuda de Adonis, ver o Stallone daquele jeito nos faz pensar muito na vida, em como vamos estar daquele jeito um dia, ou mais ainda, ver os nossos entes queridos em situações parecidas, e deveremos estar ali para apoiar eles, sempre. Nota 9

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Análise - A Felicidade não se compra

Certa vez vi um comentário que Spielberg fez numa entrevista. Ele disse que toda vez que saía para fazer um novo filme assistia antes esses 4 filmes para buscar inspiração:
Baseado nisso, decidi que iria assistir esses filmes pra ver o que eles tinham de tão especial. Só falta 2, que são muito longos por sinal, característico da maioria dos filmes antigos. "A Felicidade não se compra" eu vi faz 2 anos, no TeleCine Cult. É um filme que passa bastante na época do natal e foi exatamente na véspera que eu assisti. Eis a sinopse:
"A Felicidade Não se Compra é um filme agradável ao máximo, estrelado pelo inesquecível James Stewart, como George Bailey, o homem que recebe o maior de todos os presentes de Natal. Com um fantástico elenco, incluindo Donna Reed e Lionel Barrymore, este conto natalino de altíssimo astral é dirigido pelo imortal Frank Capra e é considerado o favorito de todos os tempos por fãs e críticos"


É um filme que conta uma história tão simples, mas com uma profundidade tão grande, passando a sua mensagem de uma forma fácil de entender para qualquer pessoa, até quem não goste muito de ver filmes. E acho que é essa simplicidade que faz o filme ser tão especial. Pois, em resumo, apesar de poder ser considerado uma fábula, ele trata da vida de uma pessoa normal, mostrando suas decisões, os seus problemas, assim como todos nós temos. Mas mesmo com o filme começando de uma forma dramática, o mais legal é perceber a mensagem que o filme passa de como a vida pode ser tão simples de ser vivida, que nós é que muitas vezes complicamos.

Num mundo tão conturbado como o que temos hoje faz muito bem ver um filme que reforça a importancia da família, dos amigos, dos princípios, do caráter, da honestidade, entre tantas outras coisas que muitas vezes acabam ficando tão esquecidas. É o tipo do filme que faz você se sentir bem após assistir, te dá aquela alegria, esperança e otimismo em relação ao mundo, em relação às pessoas. Mostra de forma genial como as atitudes de uma pessoa, por mais simples que sejam, podem influir enormemente na vida de tantas outras pessoas, sem que elas sequer se conheçam. Eu ainda acho que boa parte dessas histórias de natal que vemos em vários outros filmes pegaram esse filme como base. Me parece ser um dos pioneiros nesse sentido.
É um filme totalmente o contrario daqueles filmes do Clint Eastwood, que são filmes muito bons, é claro. Mas parece que você leva é um soco no estômago ao ver o filme causando uma depressão imediata logo após assistir e você começa a achar que o mundo não tem mais jeito mesmo (Ex: Menina de Ouro, Entre Meninos e Lobos, Gran Torino, entre outros).


Não sou muito de comprar filmes, conto nos dedos os poucos que tenho e só compro quando um filme é muito bom e me marca muito mesmo. Esse foi um deles, que faço questão de ter em casa e emprestar aos amigos e familiares para que conheçam, até porque é um filme bem antigo e não muito conhecido (1946), e o fato de ser preto e branco acaba afastando algumas pessoas. Mas, como diz o meu colega de trabalho, o mestre Cadufe, é muito importante dar atenção aos clássicos :).


Sem economizar elogios, eu diria ainda que se um dia me perguntassem qual filme eu escolheria se tivesse que escolher apenas um filme pra assistir em toda minha vida, esse seria o filme com certeza. É um filme perfeito para se assistir no natal, com a família, e é o que pretendo fazer neste natal (deve ser a quarta vez que assisto). Recomendo e aproveito para desejar a todos os "milhões" de leitores do meu blog :D um Feliz Natal!
Nota: 10 (DEZ!)
IMDb

Atualização 16/01/2022:

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Análise - "Trilogia" Predadores

Filmes de terror são os filmes que menos gosto. Cheguei a ver algumas classificações de Predador como sendo um filme de terror, mas discordo. Nunca gostei de filmes de monstros, zumbis e etc. mas tem algo nos filmes do predador que me prende a atenção.
"Você é um desgraçado muito feio"
Após assistir a Predadores há uns meses atrás, resolvi fazer uma sessão flashback e assistir de novo os dois primeiros filmes, pois faz muito tempo que tinha assistido a ambos, já tinha muita coisa que nem lembrava mais. Além disso é sempre bom rever os filmes dele e do Stallone. Foram filmes como os desses caras que ajudaram a moldar meu caráter pra ser o "profissional" que sou hoje hehehe :D
PREDADOR I (1987)
Pra começar o primeiro filme, protagonizado por um dos grandes mestres da brutalidade, Arnold Schwarzenegger. Nunca ninguem fará um exterminador, Conan ou matador de predador como esse cara.
Nas selvas tropicais da América Central, um grupo de comandos é convocado para uma missão de resgate, liderada pelo major Dutch (Arnold). De repente começa a acontecer coisas muito estranhas, o que leva a praticamente todo o pelotão ser dizimado pela fera.
Foto mais característica do filme
O clima de tensão é elevadíssimo durante o filme até a aparição do Predador, e a tensão vai aumentando à medida que vamos conhecendo os poderes de invisibilidade, detecção de calor e as várias armas de que ele dispõe, o que torna dificílimo alguém conseguir derrotá-lo. A única forma descoberta de enfrentar o Predador e a batalha final dele contra o major Dutch encerram o filme com chave de outro. Destaque para a presença do bom e velho "Apollo" (Carl Weathers) no filme


Nota: 8 (8,5)
PREDADOR II (1990)
Criticado por muitos e apontado como o pior da série. Mas após assistir mais uma vez, eu acabei foi melhorando o conceito que eu tinha dele. O filme muda um pouco a vertente para um filme com mais ação e menos suspense. Apesar de não ter o suspense do primeiro filme, em contra-partida vemos o Predador mais vezes durante o filme, com mais armas e ficamos conhecendo mais sobre a personalidade deles. É legal saber que até mesmo os predadores têm um código de ética, quando ele poupa uma mulher ao perceber que ela está grávida. Vemos também como eles respeitam até a vitória do inimigo e não são covardes, exigindo um duelo justo (se é que podemos chamar de justo um humano contra um predador) quando ocorre a batalha final contra o protagonista, tenente Mike Harrigan.

Danny Glover nem de longe tem a "catigoria" do Arnold. Lembro mais dele do lado cômico dele nos filmes policiais e de muita ação com Mel Gibson em Máquina Mortífera, mas gostei do papel de um policial corajoso que é capaz de encarar até uma besta-fera como o Predador. Interessante ver a realidade que foi criada para a cidade de Los Angeles em 1997, totalmente entregue ao tráfico de drogas (para um filme feito apenas 7 anos antes).
Nota: 7
PREDADORES (2010)
Teoricamente, esse seria o Predadores III, mas não sei porque resolveram mudar de nome. Retomar a série depois de 20 anos já foi inesperado, colocar como protagonista de um filme do Predador o Adrien Brody então nem se fala. Não assisti tantos filmes dele assim, mas a imagem que tenho dele é a daquele cara que só faz filmes cult, como O Pianista, que por sinal lhe rendeu o Oscar de melhor ator em 2002 (um ótimo filme, mas bem pesado...).
Mas até que o resultado ficou bem legal. Muitas cenas de ação interessantes e uma batalha final mais parecida com a do primeiro filme. O legal desse tipo de filme é que não se precisa de muita dificuldade pra entender o enredo: No caso desse, largaram de um avião vários guerreiros/mercenários dos mais variados estilos em um planeta distante para os Predadores se "divertirem" e, é claro, quase todos são dizimados. Destaque também para a participação da brasileirinha Alice Braga.

Nota: 7
PS: Não assisti ainda nenhum Alien vs Predadores, quem sabe em breve...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Análise - O homem que desafiou o diabo - A fúria de Ojuara!

Meu primeiro filme ser analisado é um filme bem "fulerage" hehe. Na verdade, eu não dava nada por esse filme, achei que seria mais um daqueles filmes nota 5. Perdido aqui no meu HD entre as dezenas de outros filmes que ainda não vi, resolvi botar ele pra rodar no notebook enquanto fazia as coisas no PC.
O que aconteceu é que eu comecei a dar risada com o filme, larguei tudo pra prestar mais atenção ainda e a diversão foi só aumentando com o decorrer da trama. Não sei se a temática do filme é tão engraçada quanto para outros que o assistiram, mas pra mim acabou por ser um filme muito engraçado, muito mais do que eu esperava. Não tenho know-how pra falar dos aspectos técnicos de um filme, nem pra saber o nível dos atores, me atenho mais a história e à diversão proporcionada. Tem vários atores globais, como Marcos Palmeira, Fernanda Paes Leme e Flávia Alessandra.


Basicamente, é a história de um cara que teve que se casar contra sua própria vontade e após sofrer muita humilhação por parte do sogro e da mulher, tem em um determinando momento, o seu Dia de Fúria e resolve mudar a sua vida de forma tão drástica que até de nome muda, passando a se chamar Ojuara, e então vive uma vida totalmente dedicada à luta pela justiça, à cachaça e aos cabarés, bem característico da galera do sertão. A fúria do cara é tão grande que desafia até o "Coisa Ruim". Enfim, o cara vira o grande super-herói do Sertão.
O filme tem muitas cenas bem bestas mesmo, muito palavrão e esculhambação, mas tudo de uma maneira tipicamente nordestina, mas especificamente, com os mesmos "palavriados" dessa região de Ceará/Rio Grande do Norte e acho que é isso que torna o filme bem legal. A cena mais memorável pra mim, que não canso de ver de novo, é o momento da fúria, onde ele sofre a última humilhação, aí nasce o herói, ele vai mudar de nome e no final ele recita a célebre frase:
" Bando de corno!! Cambada de frescos!! Os ano de humilhação se acabaram!! Agora eu vou engolir o mundo com cachaça!! Meu nome é Ojuara!! "


Como boa parte da minha família nasceu interior, no sertão, tive a oportunidade de conhecer o modo de vida de várias pessoas que moram nessas regiões. Muito dos trabalhadores da roça tem uma vida que se resume a passar o dia na luta, e juntar o dinheiro que tem pra se divertir. E qual é a forma de diversão principal pra boa parte deles? Beber cachaça, gastar dinheiro em cabarés e nos forró. Somado isso ao fato de se valorizar muito as pessoas que têm coragem, que não tem medo de se meter em confusão, tudo isso torna o protagonista do filme um verdadeiro herói do sertão. Algumas das análises que vi não falam tão bem desse filme, mas acredito que pessoas que moram em outras regiões e não saibam como é a vida das pessoas que moram em cidades do interior do Nordeste talvez não consigam achar o filme tão engraçado.
Concluindo, recomendo o filme.
Nota: 7,5 8,0 (Realmente Merece Oito!!)