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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Análise - A Felicidade não se compra

Certa vez vi um comentário que Spielberg fez numa entrevista. Ele disse que toda vez que saía para fazer um novo filme assistia antes esses 4 filmes para buscar inspiração:
Baseado nisso, decidi que iria assistir esses filmes pra ver o que eles tinham de tão especial. Só falta 2, que são muito longos por sinal, característico da maioria dos filmes antigos. "A Felicidade não se compra" eu vi faz 2 anos, no TeleCine Cult. É um filme que passa bastante na época do natal e foi exatamente na véspera que eu assisti. Eis a sinopse:
"A Felicidade Não se Compra é um filme agradável ao máximo, estrelado pelo inesquecível James Stewart, como George Bailey, o homem que recebe o maior de todos os presentes de Natal. Com um fantástico elenco, incluindo Donna Reed e Lionel Barrymore, este conto natalino de altíssimo astral é dirigido pelo imortal Frank Capra e é considerado o favorito de todos os tempos por fãs e críticos"


É um filme que conta uma história tão simples, mas com uma profundidade tão grande, passando a sua mensagem de uma forma fácil de entender para qualquer pessoa, até quem não goste muito de ver filmes. E acho que é essa simplicidade que faz o filme ser tão especial. Pois, em resumo, apesar de poder ser considerado uma fábula, ele trata da vida de uma pessoa normal, mostrando suas decisões, os seus problemas, assim como todos nós temos. Mas mesmo com o filme começando de uma forma dramática, o mais legal é perceber a mensagem que o filme passa de como a vida pode ser tão simples de ser vivida, que nós é que muitas vezes complicamos.

Num mundo tão conturbado como o que temos hoje faz muito bem ver um filme que reforça a importancia da família, dos amigos, dos princípios, do caráter, da honestidade, entre tantas outras coisas que muitas vezes acabam ficando tão esquecidas. É o tipo do filme que faz você se sentir bem após assistir, te dá aquela alegria, esperança e otimismo em relação ao mundo, em relação às pessoas. Mostra de forma genial como as atitudes de uma pessoa, por mais simples que sejam, podem influir enormemente na vida de tantas outras pessoas, sem que elas sequer se conheçam. Eu ainda acho que boa parte dessas histórias de natal que vemos em vários outros filmes pegaram esse filme como base. Me parece ser um dos pioneiros nesse sentido.
É um filme totalmente o contrario daqueles filmes do Clint Eastwood, que são filmes muito bons, é claro. Mas parece que você leva é um soco no estômago ao ver o filme causando uma depressão imediata logo após assistir e você começa a achar que o mundo não tem mais jeito mesmo (Ex: Menina de Ouro, Entre Meninos e Lobos, Gran Torino, entre outros).


Não sou muito de comprar filmes, conto nos dedos os poucos que tenho e só compro quando um filme é muito bom e me marca muito mesmo. Esse foi um deles, que faço questão de ter em casa e emprestar aos amigos e familiares para que conheçam, até porque é um filme bem antigo e não muito conhecido (1946), e o fato de ser preto e branco acaba afastando algumas pessoas. Mas, como diz o meu colega de trabalho, o mestre Cadufe, é muito importante dar atenção aos clássicos :).


Sem economizar elogios, eu diria ainda que se um dia me perguntassem qual filme eu escolheria se tivesse que escolher apenas um filme pra assistir em toda minha vida, esse seria o filme com certeza. É um filme perfeito para se assistir no natal, com a família, e é o que pretendo fazer neste natal (deve ser a quarta vez que assisto). Recomendo e aproveito para desejar a todos os "milhões" de leitores do meu blog :D um Feliz Natal!
Nota: 10 (DEZ!)
IMDb

Atualização 16/01/2022:

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Análise - "Trilogia" Predadores

Filmes de terror são os filmes que menos gosto. Cheguei a ver algumas classificações de Predador como sendo um filme de terror, mas discordo. Nunca gostei de filmes de monstros, zumbis e etc. mas tem algo nos filmes do predador que me prende a atenção.
"Você é um desgraçado muito feio"
Após assistir a Predadores há uns meses atrás, resolvi fazer uma sessão flashback e assistir de novo os dois primeiros filmes, pois faz muito tempo que tinha assistido a ambos, já tinha muita coisa que nem lembrava mais. Além disso é sempre bom rever os filmes dele e do Stallone. Foram filmes como os desses caras que ajudaram a moldar meu caráter pra ser o "profissional" que sou hoje hehehe :D
PREDADOR I (1987)
Pra começar o primeiro filme, protagonizado por um dos grandes mestres da brutalidade, Arnold Schwarzenegger. Nunca ninguem fará um exterminador, Conan ou matador de predador como esse cara.
Nas selvas tropicais da América Central, um grupo de comandos é convocado para uma missão de resgate, liderada pelo major Dutch (Arnold). De repente começa a acontecer coisas muito estranhas, o que leva a praticamente todo o pelotão ser dizimado pela fera.
Foto mais característica do filme
O clima de tensão é elevadíssimo durante o filme até a aparição do Predador, e a tensão vai aumentando à medida que vamos conhecendo os poderes de invisibilidade, detecção de calor e as várias armas de que ele dispõe, o que torna dificílimo alguém conseguir derrotá-lo. A única forma descoberta de enfrentar o Predador e a batalha final dele contra o major Dutch encerram o filme com chave de outro. Destaque para a presença do bom e velho "Apollo" (Carl Weathers) no filme


Nota: 8 (8,5)
PREDADOR II (1990)
Criticado por muitos e apontado como o pior da série. Mas após assistir mais uma vez, eu acabei foi melhorando o conceito que eu tinha dele. O filme muda um pouco a vertente para um filme com mais ação e menos suspense. Apesar de não ter o suspense do primeiro filme, em contra-partida vemos o Predador mais vezes durante o filme, com mais armas e ficamos conhecendo mais sobre a personalidade deles. É legal saber que até mesmo os predadores têm um código de ética, quando ele poupa uma mulher ao perceber que ela está grávida. Vemos também como eles respeitam até a vitória do inimigo e não são covardes, exigindo um duelo justo (se é que podemos chamar de justo um humano contra um predador) quando ocorre a batalha final contra o protagonista, tenente Mike Harrigan.

Danny Glover nem de longe tem a "catigoria" do Arnold. Lembro mais dele do lado cômico dele nos filmes policiais e de muita ação com Mel Gibson em Máquina Mortífera, mas gostei do papel de um policial corajoso que é capaz de encarar até uma besta-fera como o Predador. Interessante ver a realidade que foi criada para a cidade de Los Angeles em 1997, totalmente entregue ao tráfico de drogas (para um filme feito apenas 7 anos antes).
Nota: 7
PREDADORES (2010)
Teoricamente, esse seria o Predadores III, mas não sei porque resolveram mudar de nome. Retomar a série depois de 20 anos já foi inesperado, colocar como protagonista de um filme do Predador o Adrien Brody então nem se fala. Não assisti tantos filmes dele assim, mas a imagem que tenho dele é a daquele cara que só faz filmes cult, como O Pianista, que por sinal lhe rendeu o Oscar de melhor ator em 2002 (um ótimo filme, mas bem pesado...).
Mas até que o resultado ficou bem legal. Muitas cenas de ação interessantes e uma batalha final mais parecida com a do primeiro filme. O legal desse tipo de filme é que não se precisa de muita dificuldade pra entender o enredo: No caso desse, largaram de um avião vários guerreiros/mercenários dos mais variados estilos em um planeta distante para os Predadores se "divertirem" e, é claro, quase todos são dizimados. Destaque também para a participação da brasileirinha Alice Braga.

Nota: 7
PS: Não assisti ainda nenhum Alien vs Predadores, quem sabe em breve...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Barça x Santos - O jogo que todos estavam esperando

Bem, pelo menos eu estava esperando por esse jogo desde o 1° semestre. Assim como quis muito assistir Brasil x Espanha na final da última Copa das Confederações, mas os EUA estragaram essa chance na semi-final. Neste domingo teremos um dos jogos mais esperados do ano: o melhor Américas contra o melhor da Europa, não só por terem sido campeões de seus respectivos torneios continentais, mas também pelo time que possuem hoje.
Será que o Barcelona é mesmo tão imbatível assim?
Você pode até dizer que eu pago pau demais pra esse time, mas a minha resposta a essa pergunta é bem simples: Desde que me entendo por gente, eu nunca vi um time jogar como joga o Barcelona, com tamanha superioridade e eficiência, seja contra times fracos ou contra times fortes. Às vezes, parece ser tão fácil o que eles estão fazendo em campo que dá pra imaginar se o que eles estão jogando já não é um novo esporte. Vejo comparações com o Santos da época de Pelé, e a seleção brasileira de 1982, pelo belo futebol que jogavam, mas como não pude assistir estes, não tenho como dar minha opinião quanto a isso. Me faz lembrar também da hegemonia do chamado "Dream Team", a seleção norte-americana de basquete, de vários anos atrás.Desde da época de ouro de Ronaldinho Gaúcho tenho acompanhado os jogos do Barça com mais atenção, e venho percebendo a evolução dessa equipe com o tempo. Um time que preza pelo toque de bola desde a saída da defesa, sem dar chutão; que muitas vezes não cruza bola na área (como fazem boa parte dos times) só pra garantir os seus usuais 60% de posse e criar mais chances com a bola no pé; que consegue jogar praticamente no mesmo nível sem ter os seus principais titulares. Pra chegar nesse nível somente com uma geração fantástica de jogadores, como a que possui atualmente, e um técnico como Pep Guardiola, que elabora um esquema capaz de aproveitar o máximo dessa equipe.
Em 2009, o Barça ganhou as 6 competições que disputou. E o time de 2009 pra mim ainda era mais fraco do que esse que vemos de 2010 pra cá. Lembro como se fosse hoje do gol de Iniesta, na semi-final da Champions League, nos acréscimos. É difícil ver o Barça passar por esse tipo de sufoco atualmente...
Um jogo que eu achava que seria uma pedreira grande, mas que acabou se tornando mais um dos jogos fáceis foi a última final da Champions League conta o Manchester United. 3 x1 com direito a 66% de posse de bola e inúmeras chances de gol. Vale lembrar que era um Manchester muito forte, com atacantes que na minha opinião estavam até em melhor fase que os do Barça (Chicharito e Rooney x Pedro e Villa). No início desse ano, após ver alguns tropeços no início da Liga Espanhola e com a crescente evolução do Real Madrid  achei que o clássico do sábado passado seria um empate suado daqueles. Engano meu, mais um chocolate na casa do adversário: 3x1. Agora percebo a insistência de 2 anos pra conseguir acertar a contratação de Cesc Fabregas, além de mais outra ótima contratação, Alexis Sánchez. Enfim, o Barcelona atual é tão forte quanto o da temporada passada.
Ritmo de jogo x time mais descansado?
Como tudo na vida, onde há vantagens, também podemos encontrar desvantagens. O Barcelona voa em campo, o rítmo de jogo está pleno. Depois de vencer o Real no sábado, pegaram o avião e já chegaram fazendo um treino de ataque contra defesa naquele 4x0 da semi-final. Mas, por vir de uma maratona de jogos mais forte, deve sentir mais cansaço, algo que já foi atenuado por Guardiola, descansando alguns titulares na última partida, mas mesmo assim, teve a perda de Villa e Alexis Sánchez é dúvida.
Já o Santos, vem descansado, reduziu o rítmo no final do Brasileirão pra jogar somente as partidas que achasse conveniente. O fato de estar mais descansado pode ajudar, mas é claro, pelo que foi visto na semi-final, que o time sente falta desse rítmo de jogo. O Santos proporcionou várias chances à equipe do Kashiwa, que poderia ter complicado a partida. Tais falhas cometidas poderão ser fatais se repetidas na final.
Apesar de todos as atenções estarem voltadas para Neymar, o cara que pode e deve mostrar serviço pra mim é o Ganso. Teve um ano complicado, com várias contusões, sem poder jogar muitas partidas, por isso acredito que essa é a hora de mostrar para o mundo o futebol dele e tentar fazer a diferença num jogo tão importante.
Ah, mas alguém pode dizer: "Não é tão forte assim pois o Internacional ganhou do Barcelona na final do mundial de 2006". Haha... 1) Aquele Barcelona não jogava metade do que esse joga atualmente (não desmerecendo o título do Inter) 2) O melhor jogador da partida com toda certeza era pra ser o Iarley e não aquele prêmio de consolação que deram para o Deco.
Messi x Neymar
As comparações são inevitáveis. Messi: 24 anos, 26 títulos só com o time catalão. Melhor jogador do mundo por 2 vezes, e quem sabe uma terceira vez em poucos dias. Tudo que ele conquistou, ajuda muito o fato de jogar nessa geração de ouro atual do Barcelona. Neymar: 19 anos, 4 títulos pelo Santos.
Messi é tão veloz quanto Neymar, tão craque quanto. Só que é bem mais objetivo, eficiente e útil para a equipe, não só com os seus gols como também com suas assistências. Joga com a bola colada no pé e seus dribles não são para dar show, não são firulas destinadas a entreter a torcida ou "brincar" com seus marcadores adversários. Falando como um operário da bola, ele usa seu talento de uma forma que obtém muito mais produtividade do que Neymar. Dribla e avança pra frente tendo como objetivo o gol adversário seja por meio de chutes ou assistências, contribuindo ao máximo para a equipe com o futebol que tem.
Só que Neymar é bem mais jovem. Amadureceu muito nesse ano, no sentido de jogar mais para a equipe e já não faz mais com tanta frequência aquelas firulas sem noção, que serviam mais para aparecer e para irritar o adversário, provocando confusões e cartões, até pra ele próprio inclusive. Melhorou bastante na questão de cavar faltas, que beirava ao ridículo. Seu repertório e improvisação quando se trata de dribles é nitidamente superior a Messi, o que se bem utilizados, como vem sendo atualmente, pode tornar em poucos anos ele um jogador superior ao que Messi é hoje.
Mas atualmente, acho que não tem como dizer que Neymar é melhor que Messi. Sem contar que a comparação ainda se torna injusta por conta de um já ter 5 anos a mais de bagagem que o outro.
Como vencer o Barça?
Vai perguntar pra mim? Se até o Muricy deve estar arrancando os cabelos que resta pra encontrar uma forma, quanto mais eu. Mas, o fato é que o Santos tem que entrar em campo já sabendo que, com sorte, terá apenas 40% de bola nos pés. E terá que aproveitar ao máximo esse tempo. Como o próprio Muricy falou: "A posse do Barcelona é a maior em qualquer lugar do mundo. Ninguém vai conseguir mudar isso, nem eu.". Mas tenho certeza que ele já tem uma estratégia montada, pelo ótimo técnico que é. Pra mim, o melhor do Brasil.
O maior problema de se jogar contra o Barcelona é que você pensa sempre em marcar o jogador mais forte pra tentar enfraquecê-lo. Aí se você foca numa marcação em Messi, ainda tem Xavi e Iniesta, que mesmo não sendo tão espetaculares do que ele, são bem mais regulares, dificilmente jogam mal uma partida. Com um meio-campo desse nível, fica difícil quem jogar contra ter sossego.
É difícil ver o Barcelona jogar e não se espantar com tanta qualidade e não se pegar torcendo por ele. Será muito difícil pro Santos vencer, mas domingo pode ser o dia do Santos. E por mais que admire o Barça, estarei torcendo pelo Brasil, pelo Santos.