A verdade é que o motivo de se expor mais em ações, dentro da minha estratégia, não deve ser por um otimismo em relação a economia.
Estratégias são feitas para serem seguidas, mas se necessário após uma cuidadosa análise, revistas.
Não podemos tomar decisões mais arriscadas tentando adivinhar futuro. O ideal é tomar decisões comedidas com diversificação e proteção.
Os maiores riscos que o Zé Batalha vê hoje:
- Os últimos boletins apontam que a economia brasileira já começa a dar sinais que pode crescer bem menos que o esperado neste ano
- Devemos ter uma desaceleração no crescimento de maior parte das grandes economias;
- Entre os países que desaceleram, temos a China, principal parceira comercial do Brasil desde 2009;
- Uma recessão pode estar chegando na economia americana, algo compreensível após uma década de crescimento, o que pode causar um impacto global;
- Os "cisnes negros" que não tem hora pra chegar. Vai que 2019 seja o ano...
Não deve garantir o trilhão de economia que o Paulo Guedes quer. Aposto que uns 60% a 70% disso aí após ser desidratada pelas discussões no congresso, ainda mais depois das palhaçada que foi a proposta de reforma da previdência dos militares.
Créditos: bastter.com |
Psicologia comportamental
É muito difícil não virar a cabeça com as perspectivas atuais (ainda mais quando chutei um IBOV de 144K até o fim do ano) e arriscar uma alocação 50%-50% em Renda Fixa-Renda Variável para aproveitar um momento que parece bem propício para apostar em ações.
Essa "animação" aumenta quando se constata que fundos de previdência vão ter que ir pra bolsa nesse contexto de taxa de juros baixa e devem puxar ainda mais o IBOV para cima.
Sou funcionário público CLT, não tenho estabilidade garantida por lei, mas ainda assim é muito maior do que a iniciativa privada. Tais condições me dão um pouco mais de conforto para me expor em renda variável.
O risco de privatização é maior em um governo mais liberal, mas ainda acho improvável com as informações que tenho hoje, e claro que isso vai da percepção de risco de cada um. Esta é a minha.
Sempre pensei em dividir RF-RV pautado no avanço da minha idade. Tenho usado isso até então. E isso deve continuar. Hoje a meta está 60%RF-40%RV.
Não pegue muita pressão com essa galera aí falando em IBOV a 500K ou até 1M daqui a 3 anos. Claro que isso pode ocorrer, mas o meu conselho é ignorar previsões super otimistas.
Não dá pra investir contando com isso como se fosse uma certeza. Olha a turma que entrou no hype do bitcoin em 2017...
Mas vale a pena se posicionar em ações. Desde que você tenha um perfil capaz de ser paciente para ganhar no longo prazo e o mais importante: Nunca comprar ações com o dinheiro que pode ser necessário no curto prazo.
O que vale a pena revisar na estratégia
Estive pensando recentemente no fato da Berkshire do mestre Warren Buffet ter na soma dos seus 5 maiores papéis um valor de 73% do total da carteira. Não dá para comparar com a humilde carteira Batalha mas isso me fez refletir.
Com isso decidi fortalecer a participação em bons ativos como WEGE e ITUB para 10% e/ou 9,5% da carteira RV ao mesmo tempo que reduzo as piores e deixo em quarentena por exemplo: VLID e BRFS para 3% e/ou 3,5%.
Na próxima postagem, quando terei os dados dos balanços do 4T18, farei grandes alterações nas metas da carteira.
Em resumo, decisões de alocação independem de governo. Não podemos adivinhar o futuro. E para nós, investidores pobretas, tentar apostar alto nele custa muito caro.
Pra refletir:
"Quando você estiver confiante demais nas suas convicções sobre o mercado, as chances ficam maiores de você cometer um erro grave."