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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Corona vírus, "3ª guerra mundial" e sua vida e investimentos

Batendo um papo esses dias com o meu amigo Zé Ginástica (aquele que faz malabarismos para pagar suas contas) me veio a ideia desse post.

A imprensa bombardeia a gente constantemente. De todas as tretas deste mês de janeiro, destaco o assassinato do Soleimani e agora o Corona Vírus. Mas como diria o mestre Denzel Wahington:




Corona Vírus

Eu sei que a parada é séria. Várias pessoas morreram e muito trabalho é necessário para a coisa não se agravar. A atividade econômica da China no ano vai ser bem afetada e com isso o Brasil e o resto do mundo.

Mas eu aposto contigo que até o final dessa história que não deve demorar muito vai ser 1000x mas fácil você ir pro hospital por conta de uma topada do que por causa desse vírus.



A OMS, China e vários países vem seguindo todos os protocolos para controlar o avanço da contaminação. Basta ver a história: SARS, gripe suína, entre tantas outras, que tinham até letalidade maior.


"3ª Guerra Mundial ou uma Guerra Nuclear iminente"

Essa daí surgiu após a morte do Soleimani, líder da força Quds iraniana. É tão exagerada que vou tentar ilustrar com um exemplo.

Imagine que o Zé Batalha está andando de boa na rua e de repente chega um lutador do UFC e senta uma tapa no seu queixo.

O Zé Batalha para retaliar pode jogar uma pedra na vidraça da casa do cara, furar o pneu do carro dele e depois sair correndo, entre outras formas de retaliação. Mas nunca ele vai chamar para resolver na porrada, pois obviamente tem noção da surra que vai levar...

Agora troque Zé Batalha por Irã e o lutador do UFC por USA. Simples assim. É por isso que não teremos uma guerra...


O que temos em comum nesses casos? Histeria Coletiva

É o que sempre acontece quando desses eventos. No comportamento das pessoas e por consequência nos seus investimentos no curto prazo.

Essa expressão é o que melhor define o que ocorreu no mês de janeiro no mundo. O medo provocou quedas generalizadas e buscas por ativos de (às vezes suposta) proteção.

Na verdade, janeiro foi até menos pior do que eu imaginei diante do que foi exposto:

Carteira Zé Batalha: -0,33%
CZB-Ações: -0,21%
CZB-FIIs: -4,69%
CZB-RF: +0,61%
CZB-Criptomeodas: +38,02%

versus

IBOV: -1,63%
IFIX: -3,76%
Dólar: +6,8%


Na CZB nada mudou. Segue o jogo.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

2019 - Um ano histórico na Carteira de Investimentos do Zé Batalha (+25,78%)

Mais um ano de perseverança se encerra, e após um 2018 com a pífia rentabilidade de -2,05% a Carteira Batalha teve um resultado incrível de 25,78% neste ano de 2019, o segundo maior rendimento anual da série histórica.

Considerando que o IPCA do ano fechou em 4,31%, tivemos um ganho real de 20,57%. Este último mês de dezembro também foi memorável: 7,54% de rendimento.

Revendo os trimestres anteriores percebi um fato curioso: foi 6% no 2T, 12% no 3T e agora no 4T, quase 26%, só dobrando. Ah se todo ano fosse assim... rs

Paparazzis flagram a reação do Zé Batalha ao calcular a valorização obtida em 2019

INVESTIMENTOS - RENDIMENTO GERAL: 25,78% NO ANO

Foi um ano em que 86 % das empresas listadas na bolsa tiveram valorização, sendo que metade subiu mais de 50%. De 800 mil investidores em 2018 para 1,6 milhão no final de 2019.

É difícil não se empolgar mas essa é exatamente a hora em que o fera tem que colocar a cabeça no lugar e saber que tudo que sobe, desce e que uma hora essa onda de juros baixos vai acabar.

E isso me faz lembrar que muita gente começou a aprender sobre bolsa agora e comprou sua primeira ação faz cerca de 1 ou 2 anos apenas. São filhos de um bull market e alguns deles já devem estar se considerando gênios...

Nessas horas o melhor que faço é lembrar dos anos de 2014 e 2015 em que tive um negativo de -8% e - 7%. Isso me faz colocar os pés no chão e continuar focando na minha estratégia: manter os aportes e seguir a meta pré-definida.

E até quando continua essa onda? Acho que estamos ainda no começo, claro se levar em conta que no caminho a gente não tenha uma grande crise mundial. Mas essa é só a p*rra da minha opinião.


RENDA VARIÁVEL - AÇÕES: 34,19%

A CZB-Ações superou os 31,58% do IBOV. No mês de dezembro teve um rendimento excelente de 11,63%. Da carteira só BRF e OI tiveram rendimentos negativos neste último mês.

Destaques positivos da carteira em 2019: EZTEC: +152,80%; WEG: +100,56%; BRF: 60,51%

Destaques negativos da carteira em 2019: OI: -31,20%; CVC: -27,82%; M DIAS BRANCO: -10,86%



RENDA VARIÁVEL - FIIs: 34,98%

A CZB-FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) rendeu 34,98% no ano. O mês de dezembro teve um rendimento incrível de 11.89%.

Impressiona o desempenho dos ativos, pois todos os FIIs da carteira tiveram rendimento positivo no mês passado - algo inédito.

Pelo período ser diferente (comecei em maio) não dá para comparar propriamente mas o IFIX rendeu 36% no ano. Farei um post em breve sobre a CZB-FIIs, que tive a oportunidade de entrar este ano após um bom tempo de estudo.

Esse foi certamente o ano dos FIIs. Já são 600 mil investidores mas acho que ainda tem espaço para crescer.

Acho que ainda há espaço para valorizar mais com os juros baixos, mas caso a inflação venha a subir e surja a necessidade de elevar os juros quem já está posicionado ganhará com os reajustes dos aluguéis.


RENDA FIXA - TESOURO DIRETO: 9,40%

As sucessivas quedas na taxa de juros proporcionaram mais um ano de rendimentos incríveis para quem estava posicionado em títulos pré-fixados. No caso da CZB ainda conseguimos superar com folga os 4,5% do CDI.

Mas neste momento penso que já estamos com pouco espaço para ganhar, claro levando em conta que você não levará estes títulos até o vencimento.

Em 2020 penso em vender as NTNB de longo prazo (35 e 45) e aportar em TD Selic mesmo com o rendimento baixo para ter uma reserva mais líquida em renda fixa e me proteger caso o governo venha a elevar os juros.


CRIPTOMOEDAS: 9,38%

Essa é a classe de ativos mais louca que existe: +726% em 2017, -80% em 2018 e +9,38% agora. Mais louco é quem aposta todo seu dinheiro nisso. Minha alocação geral continua em apenas 1%.

Essas criptomoedas mais alternativas, tipo XLM e ADA, parecem hoje uma grande palhaçada que entrei mas ainda bem que botei muito pouco dinheiro... rs


CENÁRIO NACIONAL E MUNDIAL

Pelos modelos do BC, devemos ter uma Selic chegando a 4,25% ou até 4% em 2020. Este nível baixo tem boas chances de se manter por uns 2 ou 3 anos, algo que nem os mais otimistas imaginavam, o que vai puxar mais ainda os investimentos em ativos de maior risco.

Por falar em risco, o do Brasil já é o menor em 7 anos. Economia finalmente dá sinais mais contundentes de retomada.

Bolsa está longe dos exagerados 144K que eu previ, mas segue batendo recordes. 

Imagina o que pode acontecer se o Brasil recuperar o grau de investimento nas 3 agências (Fitch, S&P e Moods), algo que tem boas chances de ocorrer. Vai abrir uma porta de entrada para vários fundos de investimento no mundo que exigem essa condição e puxar ainda mais pra cima.

Juros Negativos - A nova onda

A Escolha Batalha de Economia se debruçou em alguns estudos sobre essa onda de juros negativos pelo mundo em países desenvolvidos. Creio em 2 possibilidades: uma boa, uma ruim.

A boa: Pode chegar um momento no qual surja uma oportunidade para o Brasil, tendo em vista que a lição de casa do controle dos gastos públicos vem sendo feita, dívida menor que boa parte dos países que tem grau de investimento e uma ótima reserva em dólares. O Brasil pode ser o país no futuro a mostrar forte crescimento, enquanto os outros não seguem o mesmo ritmo, o que puxaria a bolsa pra cima e a valorização do real.

A ruim: A próxima grande crise pode chegar em decorrência dessa "bolha" de renda fixa dos países desenvolvidos. Cerca de 15 trilhões de dólares em títulos do governo negociados pelo mundo com esses juros negativos, quase o triplo se comparado a outubro de 2018. Isso representa 25% de todo o mercado. Como ocorreu no subprime, a economia segue de forma irracional por anos até que uma hora tudo explode.



VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL / RETROSPECTIVA E METAS

Em 2019 consegui concluir uma Pós-Graduação EAD em menos de 1 semestre, conforme planejado. Agora terei mais tempo para me dedicar neste ano ao estudo de novas tecnologias, algo essencial na minha profissão.

Também encerrei projetos que não valiam mais tanto a pena para focar em atividades mais relevantes.

Mas uma das maiores conquistas foi a filtragem de redes sociais:
  • Reduzi muito o tempo em redes sociais, principalmente os "textão" de facebook;
  • Saí de todos os grupos de whatsapp que pude
  • Reduzi bastante o papo sobre política (fora das redes sociais também) evitando a perda de tempo que ocorre na grande maioria das vezes neste tipo de discussão
Em resumo a ideia é manter o foco onde valer a conversa #pas.

Em termos de atividade física, continuo somente com o meu futebol 1 vez por semana e nada de academia (tô vacilando) e ainda não consegui me organizar pra resolver isso...

Já tenho o manto Batalha Nutella para temporada 2020 de futebol

Para 2020 pretendo continuar neste desafio constante de controlar mais a minha fúria. Houve um momento na minha vida em que eu dominava a técnica milenar de fazer a cara de lesado quando alguém me ofendia ou falava algo que não gostava. O segredo é voltar a praticar essa técnica.

Continuarei estudando sobre finanças e economia (até porque curto bastante) mas agora um pouco menos com a minha carteira de investimentos finalmente já melhor estabelecida.


O que mais penso hoje é no futuro da minha Batalhinha filha. Depois que ela nasceu é difícil o Zé Batalha não ficar mais preocupado sobre as decisões e atitudes que preciso tomar.

Cada vez mais eu reflito sobre o quanto essas escolhas se tornaram ainda mais importantes e dentre tantas, o futuro da minha família será muito influenciado pelas decisões de investimentos que eu tomo hoje.

Em 2019 finalmente ocorreu a tão esperada venda do meu antigo apartamento. E com isso tomei uma decisão bastante arrojada para o meu perfil, mas calculada: ao invés de reduzir ainda mais o saldo devedor do financiamento do meu apartamento atual, optei por tirar parte do valor obtido na venda para aportar nos meus investimentos, mais especificamente no tesouro direto e começar em fundos de investimento imobiliário.

Motivo: a tendência forte de queda de juros que havia naquele momento. Era praticamente certo que os ativos em renda variável iriam render mais. Esse movimento fez a minha capacidade de aporte em 2019 aumentar bem acima do que planejei, e ao analisar os resultados do ano vejo que foi um movimento bem acertado, graças a Deus.

A meta de 25% de taxa de poupança (aporte/renda mensal) ano que vem vai ser ainda mais desafiadora por isso os últimos ganhos de austeridade obtidos tem sido tão importantes.


Pra variar será mais um ano de muitas batalhas. Vem tranquilo, 2020...

Um feliz 2020 para todos e ótimos investimentos!

domingo, 1 de dezembro de 2019

Hayek x Keynes - "A batalha do século"

Após as últimas postagens complexas e um tanto "azedas" sobre a reforma da previdência, vamos falar agora sobre algo bem mais legal relacionado a economia: 2 raps.

Já faz um bom tempo que esses vídeos foram postados, mas caso não conheça e mesmo que você não curta o assunto vale a pena ver nem que seja somente o primeiro. Foi genial o que esses caras fizeram. Resumiram 2 das escolas de economia mais importantes explicando o seu antagonismo de forma muito inteligente.


Mas quem foram Hayek e Keynes?

Friedrich August von Hayek: economista e filósofo austríaco depois naturalizado britânico. Pupilo de Mises, da Escola Austríaca de Economia. Sua teoria sobre os ciclos econômicos recebeu um Nobel em 1974.

John Maynard Keynes: economista britânico que pregou ideias que influenciaram bastante os modelos macroeconômicos, incentivando uma maior intervenção dos governos na economia.


Round 1: Fear the boom and bust (Tema a expansão e recessão)
Como é bem resumido no video: "Keynes quer dirigir o mercados, Hayek quer libertá-los". Vemos como Keynes é praticamente um superstar já que fala tudo o que as pessoas querem ouvir.

O povão não se incomoda, na verdade adora ver o governo oferecendo dinheiro, e claro que nunca se chateia com essa ideia de gastar cada vez mais sem pensar em poupar...

Como bem dizia Keynes, para que pensar no futuro se "no longo prazo estaremos mortos"... Não precisa pensar muito para ver como isso vai contra tudo o que a blogosfera de finanças recomenda.

Já Hayek é desconhecido, impopular. Tenta trazer as pessoas à realidade com foco no longo prazo. Mostra que estímulo governamental é como beber mais no dia seguinte para tentar curar uma ressaca. Explica que não há como se ter prosperidade sem poupança e investimento


Round 2
No segundo rap temos uma luta de boxe e um julgamento que começam focados na temática da recessão após a crise do subprime. Logo na entrada a gente vê como o pobre do Hayek continua desconsiderado... acaba sendo barrado na entrada, enquanto Keynes entra mesmo com o detector de metais apitando...

Keynes continua insistindo que devemos manter o gasto fluindo... Hayek resume mais uma vez que sabemos muito pouco do que realmente ocorre para tentar interferir e que o "longo prazo" chegou...

O final é emblemático. No boxe, mesmo nocauteado, o juiz concede a vitória para Keynes. No julgamento, a maioria aplaude Keynes, mas é interessante ver que alguns começam a dar voz a Hayek...

Na verdade nunca houve um debate entre eles. As ideias de Keynes ditavam aquela época em momentos que governos interviam bastante na economia. O valor de Hayek só foi reconhecido muitos anos depois, durante a crise dos anos 70.


E o que a Escola Batalha de Economia prega?

Vemos nos vídeos como fica claro que é muito mais cômodo ser keynesiano e isso explica muito da popularidade de suas ideias. Ninguém precisa fazer conta, basta só aceitar um dinheiro que o governo está injetando para consumo e/ou investimento.

Mas com o seu entendimento de como o mundo real funciona, a Escola Batalha de Economia defende que o ideal seria algo na proporção de 80% Hayek e 20% Keynes. O que faz um país crescer é o trabalho, pessoas empreendendo e gerando empregos, o mercado em sua maior parte se auto regula.

Há áreas como assistência social, justiça e combate a monopólios que precisam sim de governos minimamente sérios e eficientes atuando, e é ai que mora o grande problema: ineficiência e corrupção são muito comuns em vários países...

No final não seria um estado mínimo, mas sim um estado otimizado e eficiente, colocando o nariz somente aonde deve, sabendo os momentos onde precisa intervir e ciente que na maior parte das vezes a sua ação deve ser mínima.

Por exemplo, o pós-guerra na década de 40 precisava de um empurrão a mais, talvez a crise do subprime de 2008 tivesse sido ainda pior sem a atuação do governo, por mais que ainda assim eu questione a forma como tudo foi feito, com alguns bancos grandes saindo ainda maiores da crise.

Mas nunca há uma solução perfeita. Assim é o mundo...

E como diria um amigo meu: "Se o governo não faz, os profissionais vão fazer..."