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domingo, 24 de julho de 2022

Política - Desabafos e lições aprendidas - O direito à neutralidade e o respeito à opinião alheia

Essa postagem deve fazer parte de uma série que devo começar nesse período de eleições, que tem tudo pra ser tenso e louco no meio de tanta polarização política. 

É um período de empolgação e emoção para muitos e indiferença para outros (como eu). Eu sinceramente não perco mais um minuto da minha vida pensando no que vai ser das eleições 

Sobre as eleições 2022... Zé Batalha way

Faz anos que venho rascunhando sobre isso. Penso que é uma hora boa de postar pois deve servir também como um desabafo, uma reflexão dos últimos 10 anos de minha vida tentando entender como as coisas funcionam na política, o que só fez a minha fúria aumentar. Ao mesmo tempo reflito sobre erros que cometi nesse período.

Não sou de me arrepender tanto das coisas que fiz na vida. Mas tem essa que me arrependo: o tempo que perdi discutindo política em redes sociais e arranjando tretas. Até assistir corrida de sapo deve valer mais a pena. Acho que aprendi a lição pois tomo muito cuidado pra não mais entrar nessa atualmente.

Sou péssimo para conversar sobre política pois apanho dos dois lados e geralmente quem conversa sobre isso quer defender sempre um. Talvez seja um defeito meu e eu não tenha paciência nem maturidade para conversar sobre isso.

Tento me manter informado do noticiário pois sei sim que há influência no nosso dia a dia, mas aprendi a não me aprofundar tanto pelos motivos que já citei.

Hoje em dia, decidi nunca postar nada sobre política no meu Instagram. Quero que seja um lugar de alegria onde eu possa focar em curtir publicações de gatos.

Nas outras redes, eu ainda posto com bem menos frequência do que antes, nada que se leve muito a sério. Da política quero só os memes. Não quero estar em conversas que queiram decidir quem é o candidato melhor ou pior. 

Por sinal, enquanto escrevia aqui que esse ano deve rolar até morte por conta das eleições, vi no jornal que começou mais cedo do que eu pensava. Quero passar longe desses loucos. Torço por menos conflitos. 

O DIREITO À NEUTRALIDADE

Muitas pessoas acham absurdo que alguém não se posicione politicamente, dizem que há uma "obrigação de escolher um lado".

Uma menina de 13 anos ganhou uma medalha olímpica ano passado e tinha gente se preocupando se ela é ou será Lula ou Bolsonaro, pois acham que só assim valeria a pena lhe dar algum mérito... Nessas horas você se dá conta do ponto que as coisas chegaram. 

A vontade que dá nessas horas... mas não posso deixar que nada quebre minha harmonia, muito menos política

O direito de respeitar o voto a X ou Y deveria ser o mesmo de quem não quer votar ou fazer propaganda para nenhum deles.

Aí tem aqueles papos de "Quem não vota não pode reclamar", que discordo totalmente. Por que tenho que ser obrigado a escolher dentro de opções tão horríveis sendo que o próprio sistema me dá a opção de anular ou votar em branco ou de nem comparecer? Posso reclamar sim, pago meus impostos, tento fazer a minha parte como trabalhador e cidadão. 

Sei que muita gente deve me chamar de: "isentão", "isentinho", "em cima do muro", etc mas estou me lixando pra isso sinceramente.

Quem quiser entrar com tudo nessa, nada contra, seja você que luta contra uma "ditadura" comunista ou militar, mas eu quero estar bem longe desse debate e te desejo muito boa sorte na sua missão.

O problema não é a pessoa ser de direita ou esquerda. o problema é a pessoa ser chata. É esse tipo de gente que eu evito: gente chata. A vida é muito curta pra se perder tempo com pessoas desagradáveis.


THE BATALHA NO-POLITICS WAY

A contribuição do meu voto para o resultado das eleições do país é tão ínfima (sou 1 em 150 milhões) que eu não esquento com isso. Eu considero uma questão de matemática apenas. O resultado de todas as eleições seria o mesmo independente do meu voto.

Um dia eu faço um quadro desse gráfico pra colocar em casa!

Contudo, ninguém precisa e nem deveria ser como eu. Se você bota fé em algum candidato, quer fazer campanha pra ele, acredita que ele vai fazer seu país e seu mundo melhor vá em frente. Respeito sua escolha mas não conte comigo nessa missão, não tente me convencer de nada, pois já estou de saco cheio disso faz tempo.

E sabe por que estou de saco cheio? Como disse certa vez o finado Boechat, porque "há um grupo considerável de pessoas hoje que não querem uma opinião, mas sim uma adesão". Há quem consiga conversar sobre isso mesmo respeitando a opinião contrária mas são raros os casos.

Que tal só respeitar mais a opinião do colega? 


THE BATALHA WAY OF THINKING

Eu diria que há 2 tipos de pessoas nesse aspecto: as que tentam entender como o mundo funciona (esse sou eu) e as que acreditam que podem mudar ele com alguma luta.

Eu prefiro entender e jogar as regras do jogo, com o regulamento debaixo do braço. 

No que acredito: Há maiorias desorganizadas controladas por minorias desorganizadas. Adivinha de que lado eu e você que lê esse post estamos?

"Nunca subestime a sua capacidade de mudar a SUA realidade, mas sempre superestime a sua capacidade de mudar o país ou o mundo" [Zé Batalha] 

CONCLUSÃO

Quem sou eu pra julgar o voto, opção ou a crença de alguém. Quem são vocês para julgar meu voto, opção ou crença. Quem sou eu para julgar a escolha de alguém e quem é você para julgar minha escolha ou a minha indisposição em escolher alguém. 

Faça campanha pro seu candidato, comemore se ele vencer, chore se ele perder, faça o que quiser mas não encha o saco de quem não quer conversar muito sobre isso, não aponte o dedo na cara de quem não pensa igual a você, não seja essa pessoa.

Me julguem. Eu não estou tentando convencer ninguém aqui. Esse espaço serve apenas para escrever o que penso. Que bom que tem pessoas que pensam bem diferente de mim. Que sejam elas que decidam o futuro do país nas eleições.

Eu já vacilei muito nesses últimos anos cometendo muito dos erros que apontei aqui e devo continuar citando nos próximos posts. Esse desabafo deve servir como a consolidação dessa lição que aprendi, espero.

Só espero que acabe o quanto antes essa eleição e que a gente tenha um mínimo de paz nesse período.

domingo, 26 de junho de 2022

Inflação e aumentos nas taxas de juros mundiais - Bolha prestes a estourar? - Até onde tudo vai cair?

Depois de um bom tempo sem postagens, Zé Batalha está de volta.

THE BATTLE OF INFLATION

Um assunto constante e que deve continuar por um bom tempo aqui, mas trazendo para a nossa realidade: a única forma do peão lutar contra essa inflação é tentar compensar do lado da receita (claro se ele tiver essa oportunidade) e é isso o que venho tentando fazer.

Minha cara assim que chego no supermercado. Inflação medonha é essa.

THE BATTLE OF RECLASSIFICATION

Foram 2 meses de muita perseverança para mim e vários colegas de trabalho na luta para passar em um processo de reclassificação aberto pela empresa. Por isso estive mais ausente no blog.

Obtive 8 certificações e fiz um exame de proficiência de inglês nesse período. O que eu podia fazer eu já fiz, resta só aguardar se vai dar certo. 

Zé Batalha x Inflação

AUMENTO DA TAXA DE JUROS AMERICANA - O TAMANHO DO PROBLEMA

Depois de uma certa animação no último post em abril, a dura realidade parece que veio à tona.

Tenho estudado cada vez mais o cenário macroeconômico para entender a situação atual. E quanto mais analiso mas penso que as coisas devem piorar mais. Tentei até ser otimista no início do ano, mas não deu... rs

Podemos estar vendo o desmonte de algo que não começou na pandemia, mas sim em 2008, com essa política de estímulo dos mercados patrocinada pelo FED, massivas quantidades de dinheiro injetadas na economia americana até 2021. 

Agora parece muito óbvio e talvez não houvesse outra escolha, mas lá atrás é de estranhar que no meio de tantos "excelentes" economistas defendendo impressão desenfreada de dinheiro ninguém foi capaz de prever que teríamos uma inflação fora de controle a seguir. 

O coroa Jerome Powell focado na missão de imprimir dinheiro

Tanto o FED como o BCE imprimiram moeda equivalente a 2 gerações e parece que não sabiam que isso traria consequências inflacionárias. No caso do FED, foi um estímulo fiscal da ordem de 40% do PIB!

Agregado monetário USA (2008-2021). Repare no que ocorreu na pandemia.

Todos os banqueiros centrais parecem ter subestimado esse choque inflacionário. É a maior inflação das últimas 4 décadas nos USA e em boa parte dos países europeus. O Walmart teve a pior queda em um dia desde 1987: 17%. Não estão conseguindo repassar essa inflação.

Isso já parecia um problema em 2021 mas os BCs estão começando a agir só agora. ATÉ O JAPÃO tem hoje sua "tão sonhada" inflação.

Há uma pressão política muito forte para combater a inflação e com isso o jeito é aumentar a taxa de juros. O impacto deve ser grande, empresas vão quebrar, bolsas devem seguir em queda, tanto que o S&P já entrou em bear market oficial (tecnicamente, quedas maiores que 20% em relação ao pico do período). 

USA estão em pleno emprego. algo muito bom. mas para combater a inflação o preço a ser pago será o aumento do desemprego (#curvadephilips). A maioria dos modelos diz que ele tem que aumentar MUITO os juros para conter essa inflação.

Talvez só uma recessão é o que venha a trazer a inflação de volta aos eixos. Há quem acredite no "soft landing" (controlar o problema sem recessão) mas acho difícil.

E então esse mundo maluco de juros negativos parece chegar ao fim. Nunca tivemos taxas de juros tão baixas por tanto tempo e trilhões de dólares investidos nelas. 

E agora vemos um FED “hawkish”, que parece reconhecer ter demorado a subir os juros, menos otimista com crescimento e disposto a agir com uma política monetária mais restritiva, combatendo a inflação com tudo que pode, conforme vimos em sua recente alta de 0,75 pontos, a maior desde 1994.

É um duplo aperto monetário: aumento da taxa de juros e venda de títulos, reduzindo a quantidade de dinheiro no sistema.

Uma hora a conta chega, uma hora a festa tinha que acabar. Normal. Assim funcionam os ciclos econômicos, que podem ser bem agressivos, tanto pra cima como pra baixo...

E DAQUI PRA FRENTE - ATÉ ONDE PODE PIORAR?

Quando as coisas complicam, o dólar costuma subir, mais precisamente o dollar index. Mas não necessariamente o real vai desvalorizar na mesma proporção, vai depender do dinheiro que entra aqui.

Uma valorização do dólar causa problemas não só no USA mas no mundo todo, pois praticamente todo o mundo depende dele. Quando o FED aumenta seus juros, acabam levando outros países a fazerem o mesmo.

Com essa alta de juros o custo da dívida das empresas aumenta junto, o que pode ser o estopim para um crash. A guerra/tensões no Leste Europeu e a alta do petróleo pode agravar mais o problema. Sempre que o petróleo subiu demais uma recessão se instaurou. Se você juntar com a inversão da curva de juros fica ainda pior.

O quanto isso vai durar vai depender muito de até onde o FED vai seguir com essa política, o que vai ser ditado pelo crescimento da inflação.

Recomendo essa live que assisti com esse fera, que tem ganhado com a aposta na alta de juros USA. Assim como eu, ele acredita que os juros deverão subir mais do que o mercado precifica, que a inflação parece bem longe de ser controlada. Ele acha que o juro chega a 6%!

O que a Escola Zé Batalha pensa: que o FED deve aumentar juros até quebrar o mercado, e quando quebrar eles voltam a baixar os juros de novo; ou que o limite vai ser quando a taxa de 10 anos chegar a 5%-6%, o que talvez seria o ponto de virada nos ativos em RV. Não podem exagerar tanto no aumento da taxa de juros pois senão vai ficar muito difícil refinanciar a dívida deles, já a 120% do PIB. 

Se esticar demais quebra não só uma parte dos USA como do mundo. Acho que a bolsa cai até o FED mudar o discurso, sinalizar a reversão desse movimento, o que penso que deve demorar ainda. 

Antes o mercado chorava e o FED parava de subir juros, mas agora a inflação está tensa, e ele deixou claro que vai agir, mesmo atrasado.

BCs foram heróis por um tempo, agora serão vilões. A arma que foi usada por tantos anos agora é inútil, tendo em vista que juros baixos e injeção de dinheiro são exatamente a causa do problema atual.

Mas qual será o tamanho da porrada?

ESTIMATIVA DA ESCOLA ZB TENDO POR BASE O ESTOURO DA BOLHA DAS ".COM" 

Penso que não vai ser uma paulada seca, como foi o início da pandemia, com vários circuit breakers. Deve ser gradativo, com altas e baixas, derrubando tudo pouco a pouco...

Para tentar adivinhar o que pode acontecer precisamos entender o que ocorreu em um período similar e por isso trago o estouro da bolha no início dos anos 2000. Mas dê um desconto pra Escola Zé Batalha, pois como toda previsão é puro achismo, só coloco aqui pois o blog é meu e falo o que quiser... rs


Ou seja, uma queda de 75% em relação ao topo. A bolha das ".com" foi também o bear market mais longo da história, mais de 30 meses, superando até o da grande crise de 1929.

Apesar de hoje várias techs terem um negócio bem mais sólido, lucrativo e gerador de caixa (vide Microsoft, Apple e Google), ao contrário daquela época onde se vendia muita ilusão sem nada concreto, há uma questão macroeconômica complexa a resolver.

Então, trazendo para os nossos dias, o índice Nasdaq chegou ao topo de 16050 em 19/11/2021. Se ele perder os mesmos 75% vai para 4000, ou seja, de 11500 de hoje ainda tem muito pra cair. E se considerarmos o mesmo horizonte temporal essas quedas devem perdurar até 2023.

SERÁ???

CLARO que pode ser menos ruim que isso, mas também pode ser pior...

CLARO que estou falando aí só do Nasdaq (setor de TI), que tende a ser o mais afetado, mas ele vai puxar boa parte do S&P junto. 

E NO "BRAZIL"?

Situação fiscal aqui cada vez mais complicada com aumento de gastos característico em ano de eleição presidencial, pois todo governo faz de tudo pra se reeleger. Com isso expectativa de juros e inflação só aumenta.

No momento que escrevo Selic está em 13,25%, já com expectativas de novos aumentos. Seguro meu bet que ela chega a 15%.

Bom lembrar que a alta de juros daqui ainda nem refletiu a dos USA, o que nos obrigaria a aumentar ainda mais a nossa Selic pra acompanhar os constantes aumentos da taxa de juros. Acho também que a inflação, tida como controlada por muitos, pode demorar mais um pouco para ser contida.

Por outro lado, o Brasil já está bem avançado em seu ciclo de aperto monetário, então o real pode sofrer menos em relação a outras moedas de países emergentes nesse contexto, e talvez não precisasse subir tanto os juros como os outros.

Tem muita gente animada com a bolsa brasileira no menor P/L do século, ou seja, bem barata ao menos em teoria.


Mas as eleições estão pra chegar, e aí que o negócio pode ficar ainda mais louco. 

E COMO FICA A CARTEIRA ZÉ BATALHA?

Tema do próximo post, já engatilhado!

domingo, 3 de abril de 2022

IBOV e CZB decolando - Março de 2022: "Contra fluxo não há argumentos"

Nesse cenário de juros em alta a gente dava como certo que renda variável iria cair bastante. Mas todo dia é uma lição para o investidor perseverante. 

Então vem março e vejo IBOV fechando a +6,06% e a Carteira Zé Batalha de Ações a +12,59%! A CZB Geral fechou a +4,15%, quase que zerando as perdas do ano.
 
Parece que realmente contra fluxo não há argumentos pois houve uma entrada pesada de dinheiro estrangeiro pra cá. Esse artigo explica tudo: Em três meses, investimento estrangeiro na B3 tem saldo de R$ 67 bilhões | CNN Brasil

E esse fluxo não foi somente para pegar a Selic a 11,75% mas também pra comprar ações mais baratas que no resto do mundo, ainda mais quando uma das opções de emergentes (Rússia) meio que foi perdida com essa guerra.

Mas o mês de março não foi esse mar de rosas. Renda variável foi do inferno ao céu. Lembro que nos primeiros dias cheguei a ver uma perda de -2% na CZB.

Fechamento em 1º de abril. Os humilhados serão exaltados... rs


DÓLAR DEIXANDO A GENTE SONHAR?

Toda essa entrada de capital estrangeiro faz o real valorizar. O diferencial de juros (carry trade) só melhora com os aumentos da Selic, o Brasil é um dos poucos países com taxa real de juros positiva, balança comercial favorecida pela alta das commodities também ajuda. No momento que escrevo isso o dólar fechou a R$4,66, algo impensável há pouco tempo.



Em resumo, no meio dessa confusão o Brasil virou a melhor opção de investimento entre os emergentes.

Tensão política parece contida no momento, com tantos problemas piores no mundo. Acho que a eleição também não tem impactado tanto os investimentos quanto se pensava pois o centrão deve continuar forte (característico) e ele costuma não deixa passar projetos tão radicais, que assustam as vozes do mercado financeiro.

Além disso, é sabido que o mercado olha com desconfiança candidatos mais voltados à esquerda. Então quando Lula (que vem liderando as pesquisas) coloca um Alckmin (e não um Boulos) como vice, essa turma fica um pouco mais tranquila e com isso as cotações não caem tanto. Além disso, a maioria meio que já sabe o que esperar de Lula quando se considera como foi seu mandato.

MAS SEMPRE É BOM LEMBRAR

Qualquer discurso de não cumprimento do teto de gastos, de irresponsabilidade fiscal, ou seja, aquele populismo padrão em ano de eleição, em algum momento poderá fazer o dólar voltar a subir, então no segundo semestre quando a coisa se acirrar tudo pode ser diferente.

Bom lembrar que ao mesmo tempo que falei que as coisas poderiam melhorar a curva de juros indica que vem recessão por aí conforme falei aqui também.