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domingo, 30 de dezembro de 2018

Carteira de Investimentos - Performance 2018 - Balanço do ano

Mais um ano de perseverança se encerra na vida do Zé Batalha. Segue o balanço e a nossa análise.

ANÁLISE DO CENÁRIO ATUAL

De uma forma geral, tenho uma perspectiva otimista sobre a economia brasileira nos próximos anos. Até porque depois de um longo período de recessão e uma recuperação tímida, 2019 parece ser o ano em que as coisas voltam a decolar. Chuto 3% de crescimento nesse ano. Taxa Selic tem grandes chances de se manter em 6,5% a.a. por conta da inflação estar sob controle.

Penso que o que pode comprometer a nossa economia são os riscos vindo do exterior onde ainda deve ocorrer alta dos juros americanos, reduzindo o fluxo de investimentos estrangeiros pra cá. Com a possibilidade de que o nível neutro de juros esteja se aproximando podemos ter o fim desse ciclo de aperto monetário no ano que vem.

No cenário internacional também temos o impasse do Reino Unido em relação ao Brexit e o déficit orçamentário italiano.

O novo governo deve trabalhar no sentido de aprovação de reformas, mas o timing para a execução delas é crucial. Às vezes se começa tentando fazer a coisa certo mas acaba indo tudo por água abaixo por questões externas, assim é a vida.

Como fator positivo a aparente trégua (será?) da guerra comercial entre China e EUA. Que caso não ocorra pode até beneficiar o Brasil em alguns setores, como por exemplo, no agronegócio.


VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL

Profissionalmente, esse ano serviu pra eu recuperar a motivação pela área de tecnologia no qual trabalho. Houve um tempo que eu estava desiludido, tentando até fazer concursos para outras áreas e assim mudar de profissão, mas nesses últimos anos várias coisas boas aconteceram que me fizeram mais feliz no meu trabalho.

O BatalhaMóvel quase me dá um prejuízo grande com um problema que surgiu no motor de partida, mas depois de duas tentativas, consegui gastar bem menos trocando somente as escovas, o que fez evitar uma possível despesa extra elevadíssima que poderia surgir.

Foi um ano de muita luta tanto para mim como para a Sra Batalha. Nossa filha nasceu e com isso tivemos a maior alegria de nossas vidas e ao mesmo tempo muito mais trabalho e despesas do que imaginávamos, mas que valeram demais a pena cada instante. Momentos como esse valem muito mais do que qualquer dica financeira que eu ou qualquer um possa te dar.

Tudo isso tem me feito repensar mais a minha vida, tanto como a pessoa que sou hoje e que preciso melhorar, assim como em relação a questão de poder dar o melhor que eu possa pra garantir um bom futuro, baseado principalmente em uma ótima educação para minha filha. Penso muito também em na ajuda frequente que preciso dar aos meus pais, que com a idade avançando precisam ainda mais de cuidados.

O que me dá ainda mais certeza que as batalhas serão ainda mais intensas e que só me resta intensificar a luta. Os próximos 10 anos serão decisivos para o futuro do Zé Batalha.

As batalhas do Zé estão só começando...

RENDIMENTO GERAL DA CARTEIRA FALCÃO: -2,05% NO ANO

O ano começou com uma performance muito boa mas terminou com um desempenho nominal bem mais baixo e se considerar a inflação, terminou num zero a zero, até porque lá pelo meio do ano vendi os títulos do tesouro para amortizar o financiamento imobiliário. O que ainda sustentou esse resultado foram os bons investimentos nos momentos em que havia uma parte relevante em renda fixa.

Isso deixa ainda a carteira muito desbalanceada com alta exposição em renda variável. Há uma forte necessidade de realocação de portfólio em TDs que só deve ocorrer após a venda do meu antigo imóvel, que é a única coisa que pode propiciar a retomada consistente dos aportes...


RENDIMENTO DA CARTEIRA DE RENDA VARIÁVEL - AÇÕES: -4,72% NO ANO

Os 2 primeiros meses foram muito bons mas depois tivemos um período de quedas de março a julho, assim como ocorreu também com o IBOV, mas meus papéis foram mais afetados o que acabou impactando muito o desempenho da carteira falcão de ações.

Foi um período em que vários papéis da minha carteira tiveram quedas acentuadas como ABEV, EZTC, GRND e alguns acabaram piorando ainda mais no último trimestre do ano como KROT e CIEL.

No final desse ano louco, somente o dinheiro das férias que sobrou foi o que serviu para rebalancear a carteira de ações com pequenas compras de papéis nesses momentos em que as ações estavam bem baratas, mas com fundamentos ainda ótimos.

Destaques positivos da carteira no ano:
1. ENGIE: +30%
2. ITUB: +27,76%
3. VALE: +27,25%

Destaques negativos da carteira no ano:
1. CIELO: -59,14%
2. KROTON: -50,62%
3. BRF: -40,08%


RENDIMENTO DA CARTEIRA DE CRIPTOMOEDAS: -80,42% NO ANO

Esse foi um ano desastroso para as criptomoedas, ou de muitos ajustes, alguns poderiam dizer também...

Como tenho uma meta de alocação de apenas 1% o impacto foi mínimo, mas impressiona quando vejo que os 7% que essas cripto ocupavam na carteira há 1 ano atrás caíram pra menos de 2%. BTC caiu 70%, ETH e XRP cerca de 85%. XLM 60% e ADA 87%, sendo que estas últimas eu entrei em abril com apenas 2% cada dentro da carteira de cripto.

Créditos: guiadobitcoin.com.br


POR FIM...

Carteira Falcão: +3,62%
Dólar: +16,94%
IBOV: +15,03%
Aplicações atreladas ao CDI: +6,37%

O desempenho do ano foi aquém do esperado, isso é fato. Mas para uma carteira com foco no longo prazo a verdade é que terei anos bons, como em 2016 e 2017, quando consegui cerca de 20% no ano, meu sonho, show. Terei também anos razoáveis como esse em que só cobri a inflação praticamente. E haverá anos ruins, como foram 2014 e 2015 em que tive perda. A verdade é que é humanamente impossível ganhar sempre.



Fica a dica do instagram do meu colega Renato que está com um projeto bem bacana de educação financeira: o Fique Rico Comigo.

Um FELIZ 2019 e ótimos investimentos a todos!

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

CIELO e a "luz no fim do túnel"


As últimas semanas foram povoadas de notícias ruins sobre a Cielo. Notícias como esta, de 29/11/2018, merecem ser registradas para lembrar num futuro: Cielo: Há uma pequena luz no fim do túnel, dizem analistasAntes disso o Credit Suisse chegou a dizer que não havia luz no túnel para essa empresa. 

Mas olha os fundamentos desta empresa (fonte: https://eduardocavalcanti.com):



Receitas crescentes, Dívida/EBITDA sob controle, apenas uma pequena queda no EBITDA e lucro líquido recente. Eu não vou me admirar se depois de um ano ela tenha recuperado tudo o que perdeu na cotação.


Os motivos de pânico para queda da cotação são conhecidos: concorrência chegando forte, perda de market share, questionamento sobre o futuro das maquininhas, etc.


Eu costumo dizer que o legal de fazer previsões é que uma hora você acerta, mas acho que essa aqui me parece mais uma em que o mercado precifica na ação uma piora muito exagerada. E muitos vão pular fora da Cielo e vender no prejuízo seguindo essas notícias, como é muito comum ocorrer.


Toda vez que vejo essa euforia da sardinhada de pular fora de ações, lembro desses gráficos (créditos: Bastter):


RADL...
VALE...
Isso não quer dizer que eu garanta que a Cielo vai crescer como aconteceu com Raia Drogasil e Vale. Só explica a quantidade de noticias ruins que fazem as pessoas vender no desespero mesmo empresas com ótimos fundamentos, justamente o fato ao qual o investidor holder deve se ater. 

Cielo pode cair ainda mais? Claro. Mas como você evita o pior? Com diversificação. 

Apesar disso pouco importar pra quem foca em fundamento (tanto que o pouco de dinheiro que me sobrou no último mês eu aportei nela), o que explica essa queda na cotação? Vou tentar passar a minha visão.

Análise do momento de CIELO by Zé Batalha

Na Carteira Falcão de ações do Zé Batalha temos a premissa de ser sócio de boas empresas enquanto elas forem boas e tiverem boas perspectivas, não no curto, mas no longo prazo.

Cielo, Redecard e Getnet são as maiores do segmento. Cielo já teve 50% de market share e perdeu um pouco mas ainda assim é líder disparada e tem como baixar suas margens, muito mais do que as suas concorrentes, por sinal.

Muitos falam do risco tecnológico das maquininhas se acabarem mas a empresa está muito bem posicionada.

Há um risco regulatório por conta de estudos do BC em andamento que pretende adotar regulações no setor como por exemplo: operação P2P na modalidade débito. Pagamento em débito com o cartão seria efetivado como um TED ou DOC entre contas correntes, com isso as taxas nas operações bancárias e adquirência seriam zeradas, o que eliminaria essa receita da Cielo.

A Cielo é uma empresa focada em tecnologia que vai precisar se reinventar. A questão é que ela passou sua vida toda fazendo isso e vem testando e se preparando para futuros cenários em que as transações não passem por suas maquininhas.

Eu ainda boto muita fé nessa empresa, não à toa é uma das que tem maior participação na carteira.