Já faz um tempo que pensava em postar algo sobre WEG. Não vejo hora melhor do que essa para falar desta empresa, a que mais brilha na CZB Ações.
Que semana. Com mais um resultado trimestral excelente, WEGE3 disparou +10,47% no dia 31/7 e +4,3% no dia 1/8 chegando na máxima histórica de R$52,84!
Zé Batalha já pensando na sua aposentadoria no futuro. WEG, sua linda.
O resultado no dia 31/8 provocou um fechamento na CZB Ações de +4,09% em julho, superando os 3,02% do IBOV. Tudo graças a WEG.
O IMPACTO DE WEG NA CZB AÇÕES
Às vezes basta uma ação fera para uma carteira dar certo, se você não fizer besteira ao escolher os outros ativos, é claro. Não adianta ter 50% em WEG de um lado se você tem mais 50% de OI no outro...
Para se ter uma ideia, hoje a CZB Ações tem 9 ativos com rentabilidade (fora os proventos) negativa e 4 ativos no positivo (WEGE3, EGIE3, ITUB3, VALE3). Pois bem. Se eu somar o prejuízo desses 9 negativos, apenas o positivo de WEG é o bastante para sair no lucro e ainda com uma boa sobra.
O mais interessante é que WEG está "cara" faz mais de 10 anos e quase ninguém indica...
POR QUE WEG É TÃO TOP E AINDA VALE SE MANTER NELA
Empresas super bem geridas como essa não dão desculpas. Ela não está nem aí se o dólar caiu ou subiu, se você acha que a direita ou a esquerda vai acabar com o "seu" país, pode vir pandemia e os k@r@i ela simplesmente arranja um jeito e segue com lucros consistentes. Isso é algo MUITO raro no Brasil. Isso é WEG.
Zé Batalha celebrando mais um excelente resultado de WEG
Tudo de fundamento que você precisa para investir numa empresa ela apresenta durante esses anos: lucros e receitas crescentes, dívida sob controle, ótimas margens, entre outros.
São por esses motivos que hoje tento focar meus investimentos em RV cada vez mais em ativos desse tipo, high quality, como considero o caso de ITUB3 e EGIE3 também, por exemplo.
Além dos resultados no presente, quem investe para o longo prazo precisa analisar a continuidade dos negócios. Não tenho dúvidas que os motores que ela fabrica seguirão tendo muita demanda nos próximos anos.
Ainda assim, costumo dizer que ela é a melhor empresa da bolsa, mas não necessariamente a melhor ação. Uma coisa é entrar agora na faixa de R$50, outra é com o PM de R$7,90 que entrei em 2016. Por outro lado, pode ser que quanto mais você espere um "ponto de entrada", mais ela valorize... Aí cabe a cada um decidir o que fazer de acordo com seu perfil.
Eu fiquei bem impressionado da CZB conseguir esses 2% no mês passado. Achei que seria um péssimo mês. Como isso foi possível? Devido a alocação em ativos dolarizados iniciada em 2020. Foi o que salvou o mês com um dólar que fechou em R$5,59.
Isso não quer dizer que a boa do momento é dar um all-in no dólar. Eu nunca faria isso. Defini uma meta para esses ativos em atualmente 17% (que penso aumentar para 20%) e vou aportando quando surgem os momentos.
Não sabemos o que será dos próximos 5, 10 ou 15 anos. Mas o passado mais recente mostra bem os incríveis retornos de um mercado bem desenvolvido.
JUROS BR E USA
Pra quem esperava 3 ou 4 cortes, o FED já chegou a considerar mais um aumento de juros, sendo que recentemente os dados vieram mais interessantes e já se fala de novo na possibilidade de cortes no segundo semestre.
Aqui no BR, a turma torcia por uma taxa de juros em 1 dígito para as ações decolarem. Não rolou e as chances disso ocorrer neste ano parecem remotas. O econômico está indo bem, o fiscal não. Bolsa caiu muito até o governo admitir precisar rever os gastos.
Em resumo, explica que a tendência é mais importante do que o numero absoluto. E no momento ela é de alta, mas espera-se que não passe de 80% ou que estabilize em 75%, o que seria bom para a bolsa. Abaixo de 70% parece bem difícil num horizonte mais curto, pois o governo atual não é muito de cortar gastos. O ideal é que o PIB cresça mais que a dívida.
Uma balança comercial forte ajuda a conter a alta do dólar. Os juros estão assim por conta da incerteza fiscal, o que faz aumentar as expectativas de inflação.
CZB - APORTES REALIZADOS
Apple
Em março/abril deste ano, quando todos falaram que a Apple estava atrasada em IA e a ação caiu pra $170 fiz alguns aportes. Agora com o lançamento da Apple Intelligence, o papel já passou de $230 no all time high. Foi fácil pegar essa. Esses caras são muito bons.
Cogna
Sim, mais uma vez aumentei minha posição em COGNA...
Quando fiz o aporte, o IBOV tinha caído mais de 7% nos últimos 30 dias por conta dos ruídos do governo, que penalizam por vezes ações que PODEM ser promissoras. Quando o governo começa a admitir que tem que cortar gasto pode ser a hora da virada, pelo menos a curto/médio prazo, e foi aí que entrei.
Contudo o mais importante é a análise dos fundamentos. A melhora no fluxo de caixa e receita crescendo é um ótimo sinal. Lucro ainda não apresenta a desejada consistência no crescimento, mas tem feito o dever de casa. Alavancagem caindo a cada trimestre: passou de 2,03x para 1,79x. Além disso, tem conseguido reduzir custo da dívida.
Peguei na mínima histórica, na faixa de R$1,66. Penso que pode dar certo num prazo bem longo. Mesmo sem o FIES acho que o país tem muito mercado ainda para educação que o governo não consegue dar conta. O anúncio de recompra de ações no dia 14/6 ajudou.
Eu tinha espaço para arriscar num momento em que 80% dos meus aportes estão em RF. USA e dólar em alta inibem novos aportes na CZB-USA neste momento.
Tesouro Direto IPCA+
Brasil cada dia mais se mostrar o país da renda fixa. Aproveitei o momento propício para reinvestir em TD IPCA +6,4%.
CZB - O QUE CONTINUA BRILHANDO NO BR E USA
WEGE3 valorizou 10% no ultimo mês. No momento que escrevo, ronda a máxima histórica agora. Visto que é a maior posição na CZB-Ações, isso é ótimo. EGIE3 também tem brilhado. BRFS3 subiu 18%, o que me alegra pois fico mais perto de me livrar desta bagaça. A chance de fusão com Marfrig parece ser pequena pelo que li aqui.
As big techs seguem decolando. Com isso, a CZB USA em junho deu +11%! Real se desvalorizou 6,6% no mês. Houve casos até que a ação baixou, mas o dólar valorizou tanto que ainda deu positivo no mês.
Placar de junho: CZB Ações 2,37% vence IBOV 1,48%, mas no ano perde de -7,35% a -6,62%. CZB FIIs perde de -1,49% para IFIX -1,04% e no ano perde de -1,48% a +1%.
30 ANOS DO REAL - QUEM VIVEU SABE O TAMANHO DESSA VITÓRIA
Era uma época em que não se tinha condições de se planejar para investir como hoje. Você tinha que se organizar para sobreviver com taxas de 1,5 a 2% ao dia.
Nossa inflação chegou a níveis similares ao primeiro mundo, mas os juros não por conta do nosso fiscal e governos que gastam mais do que podem. Sem ajuste fiscal o país não chega no grau de investimento. E assim o juro real é tão elevado. Simples assim.
PARA OS PRÓXIMOS MESES
Chegamos num topo tão alto do dólar e com as notícias recentes penso que a tendência é ele cair nesses meses. Ou seja, o que ganhei em USA no mês passado já estou perdendo em parte pois as ações lá continuam on fire, mas a melhora nos meus ativos BR já está compensando isso.
Depois de anos de boatos, finalmente a OPA da Cielo saiu.
Já dava pra sentir fazia um tempo que eles não queriam acionistas minoritários. Se não querem os pobretas investindo, quem somos nós pra insistir no papel.
Se você não é bem vindo num local, o ideal é cair fora. Esse é o básico da vida. Da mesma forma aqui. Mandei a ordem de venda no preço da OPA e tchau.
Vendi logo em abril para me livrar disso por R$5,58. Com meu PM de R$6,99 + proventos acumulados, saí com uma perda acumulada de cerca de 4%.
COMO ENTREI NESSA DE CIELO
Comecei a investir em Cielo numa época em que ela era uma das queridinhas da bolsa. O primeiro aporte foi num preço ajustado de R$26,16 em julho de 2014.
Nessas horas reflito como analisar empresas é complexo. Naquele momento eu via todas essas notícias ruins como um ruído, já que os fundamentos dela se mantinham. E na verdade, era só o começo da queda...
Comecei a reduzir a meta de alocação a partir de 2019 (em 2017 chegou no máximo de 8% na CZB-Ações) pois já via as margens de lucro se reduzindo e no seu guidance o lucro anual caindo de 3,5 para 2,3 bilhões de reais. Relembrei disso revendo o post das decisões que tomei há 5 anos atrás.
Por fim, ela chegou a valer apenas R$2 em 2021-2022, momento em que fiz vários aportes pois ainda botava uma certa "fé calculada", conforme explicarei no post.
POR QUE CONTINUEI NESSA?
Em um post de dezembro de 2021, comentei porque ainda continuava em Cielo. Acreditei que poderia voltar a lucrar mais, que poderia melhorar e se reinventar, mas sempre com a clareza que nunca chegaria aos 4 bilhões/ano de outrora. Mesmo não sendo tão pujante como antes, ainda é uma empresa que dá lucro, bem gerida e que foi líder de mercado até 2023.
Na pandemia, mesmo com a economia ruindo, ela teve uma chance enorme de decolar, mas veio o Pix e com ele o BACEN suspendendo a plataforma de pagamentos via whatsapp da Cielo, o que melou todos os seus planos, conforme tratei nesse post.
INCERTEZAS SOBRE O FUTURO DA EMPRESA
O PIX é uma revolução e foi muito positivo para o país, mas acabou se tornando uma das maiores ameaças para empresas do segmento da Cielo. Com o futuro Pix parcelado (se for sem taxas), quem vai querer usar cartão de crédito com suas taxas embutidas? O único motivo que vejo para seguir no cartão de crédito seria a pontuação de milhas e outros benefícios oferecidos, se estes conseguirem superar as vantagens do pix parcelado.
Então, eu tinha essas incertezas sobre o futuro da empresa. Agora não preciso mais pensar nisso. Uma a menos para eu esquentar a cabeça na CZB.
Já era, Cielo
E com a grana da venda, priorizei os aportes nas top picks da CZB e que estavam indicando compra pela distância da meta de alocação: mais em EGIE3, EZTC3 e menos em VALE3 e GRND3. Como já falei em posts anteriores, vou priorizar quem brilha muito.
Foco nos aportes, sempre
UPDATE - 16/8/2024
No final, a OPA saiu por R$5,82. Se eu tivesse levado até esta data poderia ter saído com um prejuízo menor, de menos de 1%.
Antes de mais nada, o melhor que me aconteceu neste ano foi o nascimento da minha segunda filha, Graças a Deus com muita saúde e trazendo alegria e ainda mais felicidade para todos nós.
Para mim, esta é a noticia mais importante do ano e é muito melhor do que qualquer resultado que eu venha a postar aqui. Mas como essa é a proposta do blog, seguimos.
O tempo está cada vez mas escasso para escrever neste espaço. Tanto a produção de conteúdo quanto o acompanhamento dos blogs da finansfera caíram. Costumo fazer posts no fechamento trimestral, mas vou passar a fazer isso agora só no semestral... veremos até quando seguirei aqui... rs
CZB - RESULTADOS - TRUST THE PROCESS! [18,49% NO ANO]
Desde o início do acompanhamento da CZB em 2013, este é o quarto melhor desempenho da série histórica, muito acima do que imaginei no início do ano e bastante animador quando comparado a performance obtida nos últimos 3 anos.
O mais louco foi que em 15/11, percebi que em cerca de 2 semanas recuperei praticamente tudo que tinha perdido no 3T23. A queda tinha sido braba (cheguei a achar que um crash estava chegando... rs), mas então a CZB em novembro rendeu incríveis +5,18%! Um dos melhores meses ever. Quase tudo foi pra cima. Dezembro ainda fechou com chave de ouro e 3,41% no mês.
Por fim, neste ano eu simplesmente bati todas as metas financeiras que estimei, focando sempre na estratégia definida e na disciplina nos aportes. Todas as classes de ativos fecharam no positivo como podem ver a seguir, onde comparo com o resultado de vários indices.
CZB-RF (+13,12% no ano)
Na renda fixa, a Selic termina o ano em 11,75%, um bom rendimento mensal pra quem não quer esquentar muito a cabeça, apesar do que já temos reduções anunciadas. A CZB-RF tem 80% em TD Selic e uma pequena alocação em TD IPCA 2029, que se beneficiou da queda nos juros futuros.
CZB-Ações (+15,19% no ano)
Perdi para os 22,28% do IBOV, mas foi o melhor desempenho desde os 33,9% de 2019. Entrei em (LREN3) Renner em maio e sigo confiante. Consegui extirpar VLID e UGPA neste ano, priorizando o investimento em empresas de qualidade.
CZB-FIIs (+21,62% no ano)
Venci os 15,50% do IFIX e tive o melhor desempenho desde os 35,02% de 2019. Somente GGRC11 dos meus 10 FIIs não teve rendimento positivo, o que explica o formidável desempenho da carteira. Os fundos de shopping brilharam, tais como XPML, HGBS e VISC rendendo mais de 20% no ano.
CZB-USA (+29,74% no ano, em reais)
Destoando completamente dos -36,12% do ano passado, depois de ter negativado até o rendimento histórico, voltamos para o positivo. A aposta em TLT tem dado muito certo até então.
Aos olhos do mercado financeiro, as medidas fiscais são satisfatórias mesmo sendo bem difícil de chegar no sonhado déficit zero. Balança comercial deve fechar o ano em superavit melhor que no ano passado. E por fim, a tão contratada recessão nos USA não chegou.
Depois da queda e da incerteza no 3T23 tivemos um último trimestre incrível. Um rally de natal antecipado. IBOV e Dow Jones atingindo máxima histórica e Nasdaq próximo desse patamar, moedas emergentes com bom desempenho.
O que motivou tudo isso foi o BC americano manter a taxa básica de juros em 5,25%-5,50%, com projeções para pelo menos TRÊS cortes de juros, encerrando 2024 em 4,6%. Será...?
PLANOS PARA 2024:
Tudo beleza neste ano. Só vem 2024!
Uma meta que posterguei do ano passado, mas que agora já tomei providências, é a de aumentar a alocação no fundo de pensão da empresa em que trabalho. Mantive zerado por mais de 5 anos para pagar o financiamento do meu apartamento.
O salário líquido vai vir ainda mais descontado, contudo considero algo necessário, mesmo ciente que vivo um momento em que as despesas vão aumentar cada vez mais (família cresceu e suporte ao Batalha Pai e Mãe) e com isso os aportes para a CZB ficarão cada vez mais desafiadores.
Arcabouço fiscal do Zé Batalha sob análise constante
No 3T23, quando a renda variável deu uma queda grande, até cheguei na meta 40% RF/60% RV. Mas com a alta que se seguiu (ainda bem) voltamos para 37,5% RF/62,5% RV. Pretendo mudar em breve a meta para 45% RF/55% RV por conta do avanço da idade. Ou seja, aportar ainda mais em Tesouro Direto.
EXPECTATIVA 2024
Ao contrário do ano passado, para 2024 estou mais otimista. Inflação global parece mais controlada, mas é certo que a batalha não está vencida. O maior risco é a piora nos conflitos geopolíticos.
Inflação BR deve seguir na faixa de 4%, expectativa de PIB mais baixo (espero que errem de novo). Com recuo da inflação, cortes da Selic já estão encaminhados. Será que chega a 9% no fim do ano? Se ocorrerem essas quedas isso deve favorecer muito a alta na renda variável em geral.
Com expectativa de redução de taxa de juros USA, isso deve favorecer nosso câmbio. Contudo, a Escola ZB de Economia não acha que serão tantas quedas assim para 2024.
NO PESSOAL E PROFISSIONAL
Minha meta de terminar os cursos pendentes na Udemy foi atingida. Agora, em algum momento, vou focar nos não iniciados.
Já comecei uma pós-graduação e estou com outra já engatilhada nos preparativos para concorrer a uma reclassificação num processo que deve rolar em breve na empresa. Perseverança na capacitação com cursos e trabalhos seguem fortes.
Os projetos pessoais ainda longe do comprometimento ideal, mas conseguir adiantar muita coisa. Consegui organizar um pouco o meu Github e em 2024 pretendo ter algo bacana para publicar por lá.
A pedido do Damaia, vulgo Zé Ginástica, esse coice para encerrar
Quando comecei a redigir esse post no final de julho, era tanto otimismo que pensei em colocar como título "Agora niguém segura", "Agora vai decolar" ou algo assim... rs. Até então, eu tinha um rendimento acumulado de 13,52%!
Apenas 2 meses depois, o caldo entornou e fechamos o acumulado no 3T22 em 10,71%. Não parece ser uma queda tão grande, ainda está bom, mas vejo muitos riscos no ar.
Foi até bom pra relembrar que a vida é dura, Zé Batalha
E o que fez as coisas piorarem assim?
1) Juros futuros americanos
Vimos uma disparada nos juros dos títulos públicos de longo prazo norte-americanos nos últimos tempos. No dia 3/10, os juros USA de 10 anos chegaram a 4,768%, o maior nivel dos ultimos 16 anos. O que costumar acontecer logo depois?
Um CRASH, a não ser que "dessa vez seja diferente"...
3 das 4 maiores falências bancárias da história norte-americana ocorreram faz pouco tempo, quando esses juros chegaram a 4% (Silicon Valley Bank e outros).
Sempre que os juros chegaram nesses níveis houve quebradeira. Basta ver a história que um Minsky Moment parece se aproximar. E para completar os USA perderam seu AAA nesse trimestre.
2) A constante ameaça de recessão norte-americana
Todos davam como certa a recessão americana em 2023. Ela não ocorreu, mas pode ter sido postergada.
Desde 2002 não se tinha uma taxa de financiamento imobiliário tao grande quando agora, batendo acima de 7,5%, maior patamar desde dezembro de 2000. Taxas de cartão de créditos altissimas também.
Um indício de recessão forte pode desencadear uma forte liquidação nos ativos. Foi o que provocou a crise de 1987, quando um simples sinal de recessão derrubou todo o mercado.
3) Barril de petróleo nas alturas
A alta contínua dos preços do petróleo, que já beira os 100 dolares, deve contribuir para um aumento da inflação mundial e assim pressionar ainda mais a alta de juros.
4) Incertezas em relação ao fiscal brasileiro
No Brasil, a pressão externa desses títulos e a percepção do mercado de maior risco fiscal por aqui vêm empurrando o juro futuro BR para cima também. Até pouco tempo, o mercado esperava uma Selic na faixa de 9% ao fim do ciclo e agora espera algo acima de 10%.
Juros brasileiros não podem baixar tanto com esses juros norte-americanos altos. E isso limita bastante o potencial de alta da bolsa brasileira.
E somando isso tudo, temos a explicação do porque a bolsa caiu tanto nos últimos meses.
Agora, tentando ainda ser otimista:
Sempre que houve um período de corte de juros, sem fatores externos extraordinários (tipo pandemia) houve ao mesmo tempo uma situação em que a bolsa decolou. Aliado a isso, houve momentos em que a inflação esteve baixa (por ex: de 2017 a 2019 abaixo de 4,5%), bolsa decolou também. E se o problema que citei acima não for tão grave, estamos só no começo desse movimento. O último ciclo de cortes trouxe ao Ibovespa mais de três anos de alta.
Fonte: Nord
O Brasil vem batendo recordes de superavit, somos responsáveis por alimentar boa parte da população mundial, sendo o maior exportador de soja, carne bovina, algodão entre outras commodities e quanto mais isso ocorre, mais dolar entra no país e mais o real se valoriza frente ao dolar, o que aumenta a tendencia do dolar cair ainda mais. Além disso somos "exportadores de juros" o que também auxilia nesse movimento.
Por fim...
Seguimos na perseverança de sempre, e chegando na meta de 40% RF e 60% RV estabelecida. Focando só no que temos controle. Quanto ao que vai realmente acontecer, só nos resta aguardar.
Venha o que vier, Zé Batalha está preparado, sempre com a espada afiada.
Há 10 anos atrás, quando comecei a CZB, estabeleci metas agressivas de rendimento: 15% ao ano. Nesse período, eu só bati ela 3 vezes (2016, 2017 e 2019), um pouco por mérito, mais também por sorte de principiante, confesso.
Hoje tenho muito mais conhecimento para obter melhores resultados ao mesmo tempo que percebi logo o quanto é difícil conseguir esse rendimento anual de forma constante.
Agora estamos em 2023, o primeiro tempo acaba, e já estou com 2 dígitos de valorização na CZB, mais precisamente: +11,86%!
Por que está tudo indo tão bem?
Esse é um momento bem raro em que tudo na CZB vai bem. No acumulado do ano, temos: Ações (+11,78%), FIIs (+16,07%), RF (+6,83%) e Cripto (+51,43%). Além disso, USA (+16,06% em reais) mesmo com dólar caindo.
E claro, os índices também vão bem: IBOV +11,01%, IFIX +10,28%, NASDAQ +32,74% e S&P +16,38%.
Como pode ver abaixo, pelas metas de alocação da CZB, o momento seria de aportar mais em USA, pois é o que está mais distante da meta.
Contudo, está difícil de aportar na bolsa americana. Dólar está caindo, o que anima, e a vontade de aportar nas Big Techs é grande, mas estão todas próximas dos seus topos históricos.
Big Techs puxam S&P pra cima
Pelo menos neste ano eu consegui me disciplinar pra aportar em RF, buscando a meta. Quase 80% dos meus aportes foram nela.
RECESSÃO NO USA. VAI ROLAR MESMO?
Quanto aos USA, 9 entre 10 especialistas apontavam uma recessão neste ou no ano que vem. Das últimas 13 altas de juros do FED, em 10 houve recessão por lá.
Mas até aqui não vimos nenhum sinal disso. Pelo contrário, os últimos dados mostram uma economia firme e forte, sem maiores sinais de desaceleração. Com isso, o cenário improvável de um soft landing (inflação controlada sem recessão) acaba se tornando um pouco mais crível. Como a inflação segue persistente, isso deve levar a mais algumas altas na taxa de juros americana.
É difícil entender como a bolsa americana subiu tanto, mas uma das razões pode ser o hype da IA influenciando as Big Techs, que tem grande participação nos índices. É inegável a relevância que a IA vem ganhando no mundo de hoje, mas isso pode ser outra bolha, ainda mais quando vemos NVidia subindo 190% e Microsoft 40% no ano.
Jeremy Grantham bota fé que essa bolha estoura, pois já aponta uma existente de ações, imóveis e commodities, que agora só fez acumular com a da IA. Ele previu o crash da internet em 2000 e a bolha imobiliária de 2008. O vetera tem um histórico bom.
A realidade tem mostrado que, com o arcabouço fiscal definido e se passar uma boa reforma tributária, a chance de voltar a ser grau de investimento aumenta. O Brasil viveu bons momentos de crescimento quando conjugou esses dois fatores: boas reformas e dólar global mais fraco.
QUERO CELEBRAR ESSE MOMENTO
Eu tenho direito de celebrar essa valorização histórica da CZB, até porque não sei o quanto ele vai durar... rs
VAI ZE BATALHA. ELEVE O COSMO.
No mês passado fiquei bem satisfeito por ter me livrado de VALID, a segunda das 3 carniças da CZB, aproveitando o que entrou da venda para aportar em coisas melhores. Vendi na máxima dos 3 anos assumindo um prejuízo de 19%, mas contando com as altas que devem seguir por aí para aportar em ITUB3 e EZTC3.
Parabéns também pra você ZB, que comprou: GGRC a R$100 (quando todos achavam que o mundo ia se acabar por causa de Lojas Americanas) e ela está R$124 agora; HGRE a R$109 e ela está R$ 141,59; HGBS a a R$166 e ela está R$ 217,90; XPLG a R$91 e ela está R$ 114,19. Você vê que as coisas estão melhorando quando até o FII mais sem futuro que eu tenho, o FIGS11, está virando pro positivo.
Mas como sempre, lembro do meus maiores vacilos como aprendizado: não ter comprado META a $90 no ano passado, achando que ela seria impactada pelo TikTok. Agora bateu $290, continua uma máquina de fazer dinheiro. E isso vale para praticamente todas Big Techs que invisto: Google, Apple, Microsoft e tal. É isso aí, faz parte do jogo.
CONCLUSÃO
Chegamos na metade do ano. Estou feliz com os resultados até então, mas ainda falta o segundo tempo. Muita coisa pra rolar. Só resta aguardar e seguir na estratégia.
Como já falei anteriormente, estava decidido a não colocar mais nada de novo na Carteira Zé Batalha, a não gastar tempo estudando novos ativos, etc. Contudo, acabei queimando minha lingua, após analisar bem esse case.
A Renner é uma das principais empresas do país no setor de consumo cíclico, com destaque para sua atuação no segmento de varejo de tecidos e vestuário. Atuando desde a década de 20, além das lojas Renner, controla também a Camicado (casa e decoração), Youcom (moda jovem) e Ashua (moda plus size).
POR QUE ENTREI NESSA?
Sái Ultrapar, entra Renner
Pra começar decidi que não iria colocar dinheiro novo, então resolvi vender uma das minhas posições. Acabou sendo uma oportunidade de sair de UGPA3 conforme falei nesse post sobre os meus maiores erros de investimento, mesmo perdendo ali 25% do que investi nela. Se eu esperasse pra vender mais caro também compraria LREN3 mais cara. Defini também uma alocação inicial de 5% pra Renner na CZB-Ações.
Minha cara quando lembro que entrei nessas 3 carniças: UGPA, BRFS e VLID...
PONTOS POSITIVOS
Começando pelo principal pra mim: fundamentos. Seguem ótimos, ainda mais quando comparada a seus concorrentes do varejo, onde ela é disparada a melhor. Dívida líquida negativa; Margem bruta de 60% e consistente nos ultimos anos; Margem líquida de quase 10%; Receita líquida e lucro líquido recorde de R$500 milhões no fechamento de 2022 mesmo num momento difícil pro segmento.
A cotação vinha caindo por vários meses mesmo com esses fundamentos, rondando a mínima de 5 anos, e foi por esse momento que eu fiz o primeiro aporte, a R$15,30, no início de maio.
Pra quem gosta de indicadores (levando em conta o momento em que entrei): um ótimo P/L de 11, considerada barata quando comparada a seus pares, abaixo da média de 24, sendo que já chegou a 40 em 2019. No 2T19 a cotação estava beirando R$50! O P/VP de 1,42 bem abaixo da média de 5,12 também.
Pra quem gosta de dividendos, ela também paga com assiduidade, com um payout médio de 40%.
Mais sinais positivos
A tendência é ganhar market share da Marisa e Leliblanc, que estão quebrando, além de outras que podem ter o mesmo fim.
O potencial de lucro fica ainda maior com a tendência de baixa dos juros. Vislumbrando uma possível alta da bolsa, ela pode ser muito beneficiada, pois nessas horas o varejo é quem costuma subir mais. 2016 a 2021 foi Magalu. Em períodos anteriores foram Hering e Americanas.
É um setor complexo, mas ela está muito melhor das pernas que C&A e Magalu. E Americanas deu perda total...
PONTOS NEGATIVO - AS AMEAÇAS
O juro alto nesse caso influi não só na dívida da empresa, mas também no cliente que vai comprar, assim como na construção civil. Por isso esses 2 segmentos são afetados 2 vezes nesse caso. Por isso o case depende muito da queda dos juros.
STF e STJ estão julgando um benefício tributário relacionado ao ICMS. Renner poupou 123 milhões em 2022 por conta dele. Era usado pra abater IR de custeio e agora só deve poder de investimentos. Logo, vai pagar mais imposto se isso passar. Calcula-se um impacto de 10% no lucro. Mas as concorrentes sofreriam muito mais.
Há também a ameaça da Shein. Caso consiga adotar seu modelo de produção aqui, a concorrência deve sofrer. Houve uns papos com o governo onde ela projeta que 85% da sua produção seja nacional até 2026. Entre falar e fazer há uma grande distância, mas isso é sim um risco para esse case.
Por fim, as últimas ameaças que elenco: Juros demorarem muito tempo pra baixar ou surgir algum esqueleto no armário tipo o ocorrido com Americanas, que dado o histórico da empresa, acho difícil.
CONCLUSÃO
Eu entendo que essa pode ser uma grande oportunidade de ser sócio de boas e ótimas empresas brasileiras a preços que devem demorar bastante pra se repetir. Por isso entrei em Renner, e por isso segui fazendo alguns aportes em outras ações que já detinha, conforme comentado em posts anteriores.
No momento que escrevo isso, no dia 2/6, fico feliz de ver que a cotação da Renner passou de R$20, já valorizando mais de 30% em questão de semanas desde o meu primeiro aporte e com isso eu praticamente já recuperei quase tudo que perdi na venda de UGPA3. O timing foi lindo.
E para completar a Carteira Zé Batalha brilhou muito em maio, assim como em abril, desta vez valorizando +3,07% no mês e fechando 8,51% no ano. Espero que continue assim...
Alegria do Zé Batalha ao ver essa valorização recente
Esses juros estão ferrando com muitas empresas. É fato. Aí é fácil falar: BAIXEM OS JUROS. Parece bastar isso para resolver o problema, mas aí você pode perder o controle da inflação. Não é tão simples. Ah se fosse.
Basta ver a história:
BRASIL 2014-2016: Nova matriz econômica. Juros são baixados quando a inflação não estava ainda controlada. A inflação dispara meses depois e os juros bateram 14%.
USA década de 70: Arthur Burns segue a pressão de Nixon e baixa os juros na marra. O problema chega na década de 80 num nível que Paul Volker teve que aumentar os juros americanos para incríveis 20%!
Só mais um caso recente...
Conclusão: se não resolver o problema logo no começo, assim como uma doença, o remédio acaba sendo muito mais amargo depois. E quem mais sofre com uma inflação alta é justamente a população mais pobre.
SOBRE O "ARCABOUÇO FISCAL"
Acredito que saiu melhor do que se pensava, partindo do princípio que houve um mínimo de preocupação com o problema fiscal. Foi positivo a base para o cálculo do crescimento da despesa ser a receita passada, e não a projetada. E sim, deve vir aumento de impostos no couro do peão para essa conta fechar.
Acho que pode ser o suficiente pra trajetória de juros começar a baixar. E aí campeão, talvez possa ser essa a hora da virada que todos esperam.
O risco dessa minha premissa: os juros americanos aumentarem muito mais. Contudo, entendo que o espaço pra alta lá não parece ser tão grande. E com alguns desses últimos bancos que quebraram por lá, fica uma ameaça de crise de crédito que pode fazer o FED rever essa perspectiva de alta e empurrar o problema mais pra frente.
CARTEIRA ZÉ BATALHA 1T23: +1,84% NO ANO
A CZB, comparando com outro investimentos, fechou o primeiro trimestre até melhor do que eu pensava: +1,84% no acumulado. CZB Ações ganhou do IBOV: -3,42% a -7,16%. CZB FIIs venceu o IFX: -2,59% a -3,70%. CZB-USA valorizando +10,72% (em reais), renda fixa (cada vez mais próxima dos 40% de alocação) com +3,3% e a CZB Cripto batendo +53,64%.
COTAÇÕES DA BOLSA EM BAIXA: OPORTUNIDADE OU CILADA?
A bolsa brasileira está extremamente barata. E pode cair ainda mais, é claro. Mas vejo o espaço pra subir bem maior que o espaço pra cair. Pra quem é holder, esse pode ser um grande ano pra comprar alguns ativos nas baixas. A bolsa brasileira só costuma andar com queda de juros e ela parece mais perto do que longe.
Da série "vi por aí". Muito característico... rs
Mas o que comprar, o que aproveitar nessas mínimas? Essa é a grande questão. Vou passar a minha visão de 3 casos, do mais pessimista ao mais otimista. Todos presentes na CZB: OIBR, CVCB e MDIA.
OIBR: o que já não prestava muito ficou ainda pior após mais uma RJ. Essa eu já dei como perdida. Quem quiser apostar na mínima aqui tem que ter muita fé. O mais complicado é que a salvação da OI, com o intuito de quitar suas enormes dívidas, parece ser a venda de sua participação na Vtal, o filé mignon, o que ela tem de melhor. Não vou esquecer nunca de um cara no twitter que colocou 90% do patrimônio dele nisso aqui... Onde andará esse jovem...
CVCB: parece começar a resolver o problema de sua dívida, mesmo sabendo que deverá fazer mais emissões. Turismo foi o segmento mais afetado na pandemia e é um negócio complicado. Dólar influencia muito. Mas ela é praticamente um monopólio no setor. Dificilmente vai quebrar. Acho que vale a pena arriscar comprar nas mínimas históricas a R$2,80 algo que já valeu R$60. E foi o que fiz, salientando que ela tem uma alocação modesta na CZB Ações.
MDIA: uma queda absurda de 22% como aquela no dia 20/3 é para mim uma ótima oportunidade de entrada. Eu aproveitei pra fazer mais um aporte. O mercado penalizou demais a empresa pelo resultado, comprometido devido a alta no preço do trigo. Mas é uma ótima empresa, que sempre deu lucro, até numa situação como essa. E o mais interessante é que o preço do trigo vem baixando, o que já poderá se refletir positivamente no seu próximo resultado.
ABRIL UPDATE
Escrevi isso ao final do mês passado. Pelo que se viu na última semana, a perspectiva de controle da inflação aqui e lá fora ficou mais otimista. O mercado parece ter gostado do que viu, expectativas de juros vem caindo e a bolsa teve a melhor semana do ano.
As coisas podem estar melhorando? Quem sabe? Tem muita coisa que ainda pode dar errado nesse cenário. Só resta aguardar os próximos capítulos...
A Carteira Zé Batalha obteve um rendimento de -2,72% no ano. Chegou a bater quase -10% em junho, já em outubro reverteu para +1,6%, mas aí de novembro pra cá foi só lenhada e deu nisso aí. #saudade dos 26% obtidos em 2019...
Um ano de muitas tensões, como tem sido de uns tempos pra cá, infelizmente. Se a pandemia deu uma amaciada, tivemos guerra na Ucrânia e as já previstas tretas eleitorais no Brasil.
CARTEIRA ZÉ BATALHA
Após a leitura do livro "The Warren Buffet Way" e várias reflexões, resolvi acionar um plano de realocação, conforme tratei no post anterior.
Como podemos ver nessa lista o Tesouro Selic foi o melhor investimento do ano, indo em linha com meu plano de aportar mais na RF. A queda forte nas ações BR foi depois das eleições, diferente do que muitos pensavam.
Selic se mantendo em seus +13,75% e o momento de redução da taxa de juros cada vez mais incerto. Em 2021 a CZB-RF rendeu apenas +4,5%.
Estarei focado na meta de chegar a 40% de RF neste ano. Devemos ser o país da renda fixa ainda por um bom tempo...
Se você não quer esquentar muito a cabeça com investimentos, é uma boa pedida. Dá pra obter fácil pelo menos 1% ao mês neste momento sem muito esforço. Cada vez mais lembro dos papos com o colega gestor da CMT, que não abre mão de uma alta alocação em renda fixa no Brasil.
CZB-Ações (+6,75% no ano)
Em 2022, venci o IBOV com seus +4,69%. Em 2021 a CZB-Ações rendeu -16,72%.
Os alugueis de ações estão ficando cada vez mais interessantes na medida que o patrimônio vai crescendo, uma das vantagens do buy and hold.
Uma das maiores vitórias aqui foi a performance de CIEL3, segunda ação que mais subiu no ano com +142,09%! O Zé Batalha sempre acreditou. De 2020 para cá foram muitos aportes abaixo de R$4!
Mas tenho também 2 entre as 20 ações que mais caíram no ano: CVCB3 (-66,54%) e OIBR3 (-77,63%). Apostas...
Minha cara quando olho as cotações de OIBR3...
CZB-FIIs (+6,25% no ano)
Em 2022, venci o IFIX com seus +2,22%. Em 2021 a CZB-FIIs rendeu -6,19%.
Houve bons momentos de alta nas cotações dos FIIs, mas na medida que foi surgindo insegurança sobre o cenário fiscal as inevitáveis quedas ocorreram.
Dos 10 ativos da carteira, somente GGRC11 (+1,98%) e VISC11 (+4,08%) tiveram rendimento positivo no ano. Os que tiveram rendimento mais negativo: FIGS11 (-8,68%) e HGRE11 (-8,15%). Aí você pode se perguntar: por que ainda rendeu tão positivo? Resposta: muitos proventos!
CZB-USA (-36,12%) (Rendimento convertido em reais)
Para se ter uma ideia do impacto da alta de juros americana, a CZB USA já chegou a estar mais de 40% positiva em 2021, quando rendeu +36,01%! Mas a pancada de 2022 foi tão braba que ela negativou!
Dos 14 ativos, somente KO (Coca-Cola) ficou positivo no ano: +7,43%. A que mais caiu foi META, -64,22%, num ano em que o antigo Facebook apanhou mais do que mala velha conforme tratei nesse post.
CZB-CRIPTO (-67,78% no ano)
Praticamente empatado com o ativo de referência, o BTC, que levou uns -66%. Carteira de cripto é isso aí. Está impressionado com essa queda? Em 2018 levei -80,42% nos peito. Já em 2017 deu +726,35%, em 2020 +359,59%, 2021: +196,90%. Só a loucura de sempre. Tudo normal aqui...
Reflexão sobre os resultados da CZB até hoje
Esperava sim resultados melhores, mas não estou desanimado nem arrependido. Todas as decisões que tomei até hoje me serviram de aprendizado. Até outubro do ano passado eu estaria ganhando da Selic e hoje eu ainda ganho da inflação e da poupança. Sigo na perseverança.
Este ano penso em fazer uma maior alocação ao fundo de pensão da empresa onde trabalho. Meu objetivo principal é acumulação de patrimônio para a aposentadoria e é lá onde tenho a melhor performance (e onde estou aportando menos...), apesar de não contabilizar nos meus cálculos aqui da CZB. A questão é só torcer para não roubarem mais esse fundo como fizeram há alguns anos atrás, algo normal no Brasil infelizmente...
Na CZB decidi que quem entrou, entrou. Só a porta de saída está aberta a partir de agora. Não quero mais fazer estudos tão detalhados como os do post passado. Já deu esse negócio de estudar novos ativos. Manterei o que tenho de bom e extirparei o que não presta. Essa é a meta.
EXPECTATIVAS PARA 2023
Dado a consciência que tenho da inutilidade de esquentar a cabeça com previsão de cenários, reitero que o que escrevo aqui são apenas minhas opiniões.
A questão fiscal, como sempre, é crucial. Surgiram sim muitas sinalizações de que não seria devidamente tratada, mas a grande verdade que a gente só vai saber mesmo no decorrer do ano. Só observo, tento ser racional, focando no que tenho controle.
O que realmente espero é que algo tenha sido aprendido com os erros cometidos na década passada. Que não se arrisquem em experimentos como "a nova matriz econômica", que nos levaram à grave crise de 2015-2016, o que causou 7% de derretimento do PIB em apenas 2 anos.
Notícias mais recentes dão a entender que não há um sentimento de gasto desenfreado, mas sim uma considerável preocupação com essa questão. Resta saber o quanto disso será exequivel, o que só saberemos com o tempo.
Independente do que ocorra eu sempre torço pro Brasil dar certo.
Em relação às ações se tem algo que pode animar é o valuation (pra quem acredita) ainda baixo, mas fica sempre a dúvida do quanto ainda pode cair em meio a tantas notícias que jogam contra.
MUNDO - O FIM DE UMA ERA DE JUROS BAIXOS
2022 marcou o fim de cerca de uma década de juros em zero ou negativos. Uma situação que criou um cenário muito irracional de captação de dinheiro que ocasionou um bull market em diversos mercados, como ações e criptomedas.
O mundo deve seguir em cenário contracionista de elevação de juros. Portanto, devemos ter mais um ano bem desafiador para os investidores.
Nos USA, juros podem até estacionar este ano mas eles ainda estão com 1,7 vagas pra cada trabalhador, desemprego em 3,5% e ainda caindo (pleno emprego extreme) e altos salários! Mesmo que os juros não se elevem tanto, a recessão deve forçar esse movimento, desacelerando os lucros, então ações devem cair ainda mais. Os ciclos da economia são inevitáveis.
Por isso penso que não é necessário ter muita pressa para alocar em USA nesse momento. A frase padrão hoje lá é: "não sabemos qual a intensidade dessa possível recessão e o que está ou não já incorporado nos preços dos ativos".
A reabertura da China neste ano pode ser uma ótima notícia para o Brasil e o mundo em geral.
"TANTO NO PESSOAL COMO NO PROFISSIONAL..."
Um ano muito bom, graças a Deus!
Pude fazer viagens que planejava fazer há muito tempo e não fiz devido a pandemia. Viagens com minha esposa e filha além de levar minha mãe para Aparecida e Canção Nova (seu sonho). Espero em 2023 contiunar viajando sempre que possível.
No profissional, a meta é terminar meus cursos pendentes na Udemy e pretendo me dedicar mais aos projetos pessoais de programação.
Um ano de muito reconhecimento (daquele que o peão mais gosta) pelo meu trabalho, mais até do que eu esperava. É muito bom ver quando a sua perseverança surte efeito. Muito feliz por isso.
Este ano de 2022 foi marcado por uma realocação forte na carteira Zé Batalha. Finalmente falarei sobre esse tão adiado post.
Passando a faca na carteira
REPENSANDO A RENDA VARIÁVEL NA CZB
Era algo que já vinha refletindo faz um bom tempo. Ao ler neste ano "The Warren Buffet Way", acabei filosofando ainda mais sobre a questão, vendo como os mestres compõem suas carteiras.
Uma das coisas mais importantes que percebi é a necessidade de ter um pouco mais de convicção. É fato que a diversificação nos protege e já até falei dos perigos que vejo de se ter uma convicção absoluta, mas um mínimo dela é necessário ao investir para se ter maiores ganhos. Claro que esse aprendizado a gente adquire com o tempo.
A carteira da Berkshire de Warren Buffet com cerca de 40 ativos tem somente 80% da alocação em 10 deles. Peter Lynch tinha 1000 ações mas ficava concentrado em poucas, Charlie Munger tinha apenas 10. Todos foram muito bem sucedidos. Sei que é bem difícil para nós, meros mortais, se comparar com esses gênios, mas acho que há sim um aprendizado aqui.
A pala do Lionel Messi do mercado financeiro
Então, repensei por completo a CZB, mantendo a diversificação mas também tentando evitar a pulverização, ao notar ativos com menos de 1% de alocação geral. A meta é passar a faca no que não vale o meu tempo, como essas carniças que citei nesse post.
Spoiler do que não presta na minha carteira
Decidi que poucas ações são para o longo prazo e são nessas que vou me concentrar! O estudo que faço nos balanços trimestrais dá mais confiança nos aportes e ao reduzir a quantidade de investimentos reduzo também a distração com o que não vale meu tempo.
REALOCAÇÃO NA CZB-RV
Inicialmente, separei os ativos de alta qualidade presentes. Aumentei metas de alocação destes e diminui ainda mais os que não se enquadravam. Ao final, a CZB Geral ficou com 87% dos ativos nesta categoria (contando também a RF, tal como Tesouro Selic e IPCA+ 2026). Os 13% restantes não são tão bons e/ou são as poucas apostas que restam.
A pergunta que fiz ao definir quem entra nesse grupo seleto: quem aguenta a pancada ou até se aproveita dela. No caso de ações, tentar ao máximo olhar a empresa da porta pra dentro. O que temos menos controle é o cenário macroeconômico.
Em momentos de bear market, quando o negócio vai ficando mais feio, com ameaças fortes de recessão (como agora), se torna ainda mais importante analisar o caixa líquido das empresas investidas. Nessas horas, as grandes sobrevivem e podem até ficar maiores.
Costumam ser empresas de alta qualidade com cotações mais baixas que o normal, tais como Microsoft, Apple, Google, Coca-Cola (USA) ou WEG, Itaú, Engie, M Dias Branco (Brasil). Elas também sofrem, mas tem tudo para continuar sendo excelentes. São nestas que quero estar fortemente investido.
Muitas delas tem vários bilhões em caixa, são lucrativas e tem dívidas sobre controle, não precisam levantar tanto capital e por isso uma alta taxa de juros afeta menos que a maioria. O mesmo não pode ser dito de empresas super endividadas que ainda operam no prejuízo.
Ou seja: quando o negócio é bom, quando é bem gerido, ele dá lucro a todo momento, com ou sem recessão. Por isso nunca vendo uma empresa boa, que se enquadra nesses critérios. Na verdade pode ser uma boa hora até para comprar estas, ou mesmo empresas não tão boas mas que estejam com problemas temporários.
EM DETALHES, O QUE FIZ ESTE ANO NA PRÁTICA EM TERMOS DE REALOCAÇÃO
Pra começar vendi RAIL3, ainda no lucro, após ter entrado em 2016. Analisei que o ano seria tão ruim ou pior por conta da alta dos juros, ela ter muita dívida e o negócio não ser tão bom como avaliei. Saiu da carteira mas como poderão ver tenho coisa muito pior ainda. Como a ideia é de reduzir ativos ela foi uma das escolhidas até porque ainda saí com algum lucro.
Da venda, comprei EZTC3, MDIA3, VALE3, CVCB3 e até OIBR3. Destaquei em negrito aqui as que considero de alta qualidade. Vou analisar esses e outros ativos presentes na CZB em seguida.
EZTC3: cíclica, mas super bem gerida, penalizada pelos juros altos.
VALE3: gera muito caixa e distribui muitos dividendos na alta do ciclo. Nunca vamos viver sem minério de ferro. Buffet diz que commodities só são vantajosas se for uma low cost provider, e VALE está cada vez mais nesse caminho.
Dei sorte em ter feito aportes agressivos em MDIA3 com ela na faixa de R$20 a R$21 e logo depois ela chegou a passar de R$40.
Houve programas de recompra durante o ano que beneficiaram VALE3 e MDIA3.
ABEV3 tem sido afetada pela alta dos insumos, margens caíram, cotações pouco se mexem (faz décadas) mas como não tem muito pra onde crescer há chances de ser melhor pagadora (já é boa) de dividendos no futuro. Não repassou todo o preço abrindo mão de margem para recuperar mercado. Conseguiu crescer mesmo em um cenário de pandemia.
COGN3 teve alguns resultados muito bons no ano mas já estou posicionado o suficiente, lucros chegaram a melhorar mesmo com a alta da Selic, Blackrock voltou a entrar pesado.
Mantive a aposta em CVCB3 para quando viagens voltarem com tudo e aportei mais nas fortes quedas oorridas. Apesar dos fundamentos longes do ideal, ela tem uma fatia enorme desse mercado de turismo.
Na bolsa americana, sempre que percebi quedas maiores, aportei aos poucos (nunca saberemos o melhor momento) nos ativos de alta qualidade da carteira.
BONUS: Sobre a minha aposta em OIBR3 - Um tópico à parte
Agora falando dos meu vacilos e do que não presta, mas ainda mantenho. Acabei apostando mais em OIBR3, mas é incrível. Eu nunca pensei que essa desgraça fosse cair tanto.
Segue o que considero mais relevante:
-Vi que estava resolvendo a questão da VTAL, que ia investir R$30 bi na rede neutra em 5 anos, mas depois não ficou tão bom como se previa
-A situação da empresa era muito mais incerta quando estava a R$2 do que agora a R$0,20: tinha um plano com dezenas de itens muito difíceis que hoje já foram todos praticamente resolvidos, até mesmo a Recuperação Judicial
-Sobre falência, apesar de nada indicar isso até o momento: o negocio é tão louco que muita gente acha que a empresa está falindo apenas por ver a cotação chegando perto do zero. Sendo assim quando ocorrer o grupamento, 1000 ações a R$0,20 vai se tornar 10 ações a R$20 e então fica tudo resolvido... #RISOS
-Ainda assim se o pior ocorrer eu perco o equivalente a apenas 0,5% do meu patrimônio. Diversificação e exposição prudente a cases de turnaround é isso: estou tranquilo, de boa.
-Ainda acho que pode dar alguma alegria, mas seria coisa pra daqui a muito tempo...
OBS: Comecei a escrever esse post antes do resultado das eleições. Praticamente todas ações derreteram de lá pra cá e por isso o texto envelheceu mal.
CONCLUSÃO
Dito isso, dá a impressão de eu estar empolgado com a RV, mas não... Comecei a entrar no TD IPCA 2026 e estou focado agora pra chegar na minha meta de 40% RF (antes era 35%). Falarei em maiores detalhes sobre isso e os eventos recentes no próximo post, de retrospectiva do ano.
Depois dos vários desabafos nos posts anteriores (risos), vamos voltar agora ao que realmente importa nesse blog.
É sempre interessante rever o que escrev antes sobre o que imagino que vai ocorrer. Ao final de junho achei que a gente em breve ia ter um grande crash. Com o resultado de julho eu já demonstrava algum otimismo, chegando a pensar que as coisas não eram tão ruins assim.
Apesar do ótimo desempenho da CZB nesse 3º trimeste como mostrarei abaixo, eu não me animo com o que deve vir por aí. Os sinais de perigo são muitos. Ou seja, penso que essa melhorazinha aí nada mais é que o famoso dead cat bounce:
Você vê o bixane dando esse pulo mas foi só cadáver dele que quicou no chão ... :(
JUROS AMERICANOS E CENÁRIO GLOBAL
Como disse o Márcio Fontes, eu também penso que no futuro um dos maiores erros da história será a afirmação do FED de Jerome Powell indicar que a inflação era transitória e não ter cuidado do problema o quanto antes. O preço deve ser alto não só para o USA, mas também para o mundo.
Começamos o ano com projeções de 0,5% na taxa de juros norte americana e nesse momento essa projeção já está em 4,5%. E mesmo com esses sucessivos aumentos a inflação não está sendo contida. Desemprego ainda baixando e o core da inflação que continua aumentando, em 6% agora.
Cito com minhas palavras o que o comentou o Pedro Cerize nesse episódio do Stock Pickers:
Imagine as empresas com dívida no balanço captada a 0% + spread do passado. Quando essas dívidas vencerem e eles forem rolar com juros a 5% + o novo spread que também aumentou, vamos estar vendo uma situação em que elas estariam deixando de pagar um juro de 3% e passar a pagar de 7 a 8%! Se não ganhou dinheiro até ali, ela quebra agora. Do outro lado o credor emitia dívida a 3% achando que ele ia pagar. Mas a 7% ele não empresta mais pra esse cara pois percebe que ele já está quebrando. É nesse momento que a quebradeira deve começar.
Essa molezinha de dinheiro fácil acabou
E o FED não parece ter outra alternativa. Vai precisar dessa quebradeira pra poder controlar a inflação por mais doloroso que possa parecer.
Na Europa, além dos juros altos tem a crise energética. O aumento nas contas de luz e gás está cada vez mais tenso. Recessão deve vir mais forte ainda por lá.
Para complicar ainda mais, temos a situação geopolítica mundial: Russia x Ucrânia, a treta China-Taiwan-USA, que proibiu exportação de chips de última geração pra China, entre tantas outras que decorrem delas. No pior caso podemos ter um problema muito pior do que algo inerente a economia. Não consigo lembrar em minha vida de um cenário tão tenso como o atual. Que Deus nos proteja.
BRASIL
Ao contrário da década de 80 não temos uma dívida externa para tornar o problema da alta de juros norte-americana pior aqui. Naquela época a treta foi muito grande para todos os países que estavam nessa situação. Hoje pelo contrário, temos boas reservas.
Contudo, apesar de o Brasil estar mais avançado no processo e se falar já em queda de juros no futuro, não podemos nem de longe garantir isso. Uma alta desenfreada nos juros americanos pode provocar o mesmo movimento no nosso lado também.
CARTEIRA ZÉ BATALHA
Um trimestre bem surpreendente. Após os 4,83% em julho, 4,15% em agosto e 0,67% em setembro, a CZB vem zerando as perdas, ficando quase que flat no ano, com -0,59% de performance. Patrimônio vem crescendo só pelos aportes mesmo.
O interessante da CZB é que a porrada em USA e Criptos (mesmo a alocação sendo baixa) é o que tá puxando o rendimento geral pra baixo 📉. RF, Ações e FIIs estão 📈
"Baseado na alta imprevisibilidade atual que vivemos, se você tiver um pouco de ações de commoditties (tem algumas pagando cerca de 20% de dividendos), alguns titulos de inflação mais longa (pagando 6% + IPCA), e um pouco de CDI (quase 14% a.a.) você deve se dar bem em um cenario de dolar a R$4,30 ou R$6,00."
Na CZB tenho quase tudo isso. Só não o TD IPCA longo, mas devo voltar a aportar no mais curto de 2026 mesmo, sujeito a menor volatilidade e com um resgate mais próximo.
Natural eu querer comprar nesses momentos de baixa em USA quando se vê essa classe tão longe da meta de alocação que eu defini. Cheguei até a aportar um pouco nos últimos meses lá, mas tenho me controlado e procurado fazer mais caixa na RF por tudo que já citei.
Cada vez mais duro pro ZB saber onde aportar
A regra é clara: Lucros caindo (o que deve ocorrer com a recessão que vem chegando) e juro subindo causa tendência de baixa na bolsa. E então pode propiciar preços melhores para aporte no futuro.
E como falou também o Márcio Fontes: "Basta pensar que: se todas as altas na bolsa americana que tivemos nos últimos anos foram por conta da baixa de juros e QE/injeção de dinheiro então deve ser muito óbvio que à medida que isso for acabando realmente haverá algum impacto."
Até quando dura? Essa é a pergunta que o mundo todo se faz neste momento.
Em breve, antes do fim do ano, o tão adiado post sobre a realocação da CZB que deve detalhar mais a estratégia a ser seguida a partir de agora.