As últimas semanas foram povoadas de notícias ruins sobre a Cielo. Notícias como esta, de 29/11/2018, merecem ser registradas para lembrar num futuro: Cielo: Há uma pequena luz no fim do túnel, dizem analistas. Antes disso o Credit Suisse chegou a dizer que não havia luz no túnel para essa empresa.
Mas olha os fundamentos desta empresa (fonte: https://eduardocavalcanti.com):
Mas olha os fundamentos desta empresa (fonte: https://eduardocavalcanti.com):
Receitas crescentes, Dívida/EBITDA sob controle, apenas uma pequena queda no EBITDA e lucro líquido recente. Eu não vou me admirar se depois de um ano ela tenha recuperado tudo o que perdeu na cotação.
Os motivos de pânico para queda da cotação são conhecidos: concorrência chegando forte, perda de market share, questionamento sobre o futuro das maquininhas, etc.
Eu costumo dizer que o legal de fazer previsões é que uma hora você acerta, mas acho que essa aqui me parece mais uma em que o mercado precifica na ação uma piora muito exagerada. E muitos vão pular fora da Cielo e vender no prejuízo seguindo essas notícias, como é muito comum ocorrer.
Toda vez que vejo essa euforia da sardinhada de pular fora de ações, lembro desses gráficos (créditos: Bastter):
RADL... |
VALE... |
Isso não quer dizer que eu garanta que a Cielo vai crescer como aconteceu com Raia Drogasil e Vale. Só explica a quantidade de noticias ruins que fazem as pessoas vender no desespero mesmo empresas com ótimos fundamentos, justamente o fato ao qual o investidor holder deve se ater.
Cielo pode cair ainda mais? Claro. Mas como você evita o pior? Com diversificação.
Apesar disso pouco importar pra quem foca em fundamento (tanto que o pouco de dinheiro que me sobrou no último mês eu aportei nela), o que explica essa queda na cotação? Vou tentar passar a minha visão.
Análise do momento de CIELO by Zé Batalha
Na Carteira Falcão de ações do Zé Batalha temos a premissa de ser sócio de boas empresas enquanto elas forem boas e tiverem boas perspectivas, não no curto, mas no longo prazo.
Cielo, Redecard e Getnet são as maiores do segmento. Cielo já teve 50% de market share e perdeu um pouco mas ainda assim é líder disparada e tem como baixar suas margens, muito mais do que as suas concorrentes, por sinal.
Muitos falam do risco tecnológico das maquininhas se acabarem mas a empresa está muito bem posicionada.
Há um risco regulatório por conta de estudos do BC em andamento que pretende adotar regulações no setor como por exemplo: operação P2P na modalidade débito. Pagamento em débito com o cartão seria efetivado como um TED ou DOC entre contas correntes, com isso as taxas nas operações bancárias e adquirência seriam zeradas, o que eliminaria essa receita da Cielo.
A Cielo é uma empresa focada em tecnologia que vai precisar se reinventar. A questão é que ela passou sua vida toda fazendo isso e vem testando e se preparando para futuros cenários em que as transações não passem por suas maquininhas.
Eu ainda boto muita fé nessa empresa, não à toa é uma das que tem maior participação na carteira.