AdSenseV

Mostrando postagens com marcador juros. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador juros. Mostrar todas as postagens

domingo, 5 de novembro de 2023

ETF TLT - Apostando na queda dos juros futuros norte-americanos

Já faz algum tempo que a Escola ZB de Economia e Investimentos tem analisado os movimentos e perspectivas dos juros norte-americanos.

O patamar outrora definido de 5,25% a 5,50%, e mantido na reunião que rolou esta semana, dá um indicativo que a possibilidade de um novo aumento se torna ainda mais improvável, o que animou bastante os mercados financeiros mundiais.

A dívida pública americana bateu US$ 33 trilhões em setembro. E por mais que seja necessária no momento, o refinanciamento dessa dívida fica cada vez mais impraticável a esta taxa.

Então, o que temos? Uma probabilidade muito maior da taxa de juros baixar, apesar do que acho que isso ainda vai demorar e talvez não seja algo para 2024, pois ainda há riscos inflacionários. MAS, uma hora ela baixa e quando acontecer dá para lucrar com essa movimentação. 

Daí me veio a ideia de uma alocação tática no ETF TLT com objetivo de na marcação a mercado, ou seja, pretendo vender se/quando apurar um bom lucro, não levando este ETF para o longo prazo.

POR QUE O ETF TLT?

Há várias formas de apostar nessa tese. Uma delas é investir direto nos US Bonds, mas há um mínimo exigido para investir, que por mais que algumas corretoras tenham baixado, não é um valor que a minha carteira e meta de alocação permita aportar. 

Portanto decidi pelo jeito mais simples: o bom e velho ETF, que não exige aplicação mínima.

O TLT é o ETF de juros longos americanos, acima de 20 anos. O racional do investimento é o seguinte: Se esses juros futuros começam a caír, o ETF dispara pra cima. Na verdade, essa lógica vale para investimento em juros pré-fixados em qualquer parte do mundo. É matemática financeira na essência apenas.

Podemos observar o quanto ele caiu de maio 2020 pra cá tendo em vista que os juros americanos subiram de 0% pra 5% nesse período:

Veja como na pandemia, com juros zerados, o TLT bateu mais de $170

Da mesma forma, se juros tenderem a cair, a cotação do TLT sobe. Com notícias melhores sobre os juros nesta última semana, ele pulou de $83 para quase $88 em menos de 5 dias.

Fiz alguns aportes nas últimas semanas na faixa de 82-83 dólares, dentro da meta que estabeleci.

Para cada 1% que as taxas de juros venham a cair, o TLT pode valorizar 17%. Num momento de normalização que os juros venham a chegar em 2,5%, o TLT terá valorizado mais de 60%.

POSSÍVEIS CENÁRIOS - O QUE PODE DAR CERTO E ERRADO:

Sempre bom lembrar que você pode ganhar/perder tanto com a valorização do TLT como da cotação do dólar. 

Reforço: acho difícil a taxa de juros americana aumentar muito ainda. Guerra na Ucrânia e em Israel podem puxar barril de petróleo pra cima, e com isso a inflação e logo depois os juros. Mas se aumentar não deve ser tanto, aí eu perderia no curto prazo, mas em algum momento no longo prazo resolveria isso.

SE a cotação do dólar se mantém na faixa dos R$5 não preciso calcular muito; a R$4 eu perderia cerca de 20% do investido considerando uma cotação de TLT inalterada; já a R$3 (algo que acho muito difícil de acontecer, diga-se de passagem), mesmo que o TLT valorize muito, é capaz até de eu perder dinheiro, mas sinceramente, vou adorar "perder" esse dinheiro nesse caso sabendo que o dólar no nosso país está tão baixo assim...

No final das contas, quando esse movimento de queda de juros se confirmar a tendência é que o dólar se desvalorize mundialmente, e se tudo estiver bem por aqui no BR, a cotação do dólar venha a cair também.

OUTRAS OPÇÕES QUE EU DISPENSEI

TFLO: é um ETF para prazos bem mais curtos. Bom pra reserva de emergência, pós fixado. Tem também o BIL, que compra títulos a 3 meses do vencimento e vende a 1 mês só vencimento. Volatilidade mínima. 

Esses 2 dão praticamente o mesmo resultado. Com o começo da alta dos juros em março de 2022 eles começaram a subir. Mas são bem diferentes do TLT. Eles são o que a gente tem de mais parecido com o nosso Tesouro Selic. 

Contudo, eu sinceramente não tenho o menor interesse neles. Para ganhar cerca de 5%, por mais que seja em dólar, eu prefiro ficar na nossa renda fixa BR que paga bem melhor.

Tem alguns de prazo médio que não acho que valha muito a pena. Melhor pegar o de longo prazo, pois a variação é maior.

EXEMPLO DE CENÁRIOS PARA QUEM PENSA EM ENTRAR NA TESE TLT

Para quem pretende entrar nesta tese, ao mesmo tempo filosofando sobre a questão do dólar na compra do mesmo, vejo estes 3 cenários (de curto e médio prazo) mais factíveis:

1) Muitas vezes a cotação do dólar baixa aqui no BR exatamente pelo fato dos juros futuros USA diminuírem. Que foi o que ocorreu semana passada. Nesse caso, pode acontecer de você comprar o dólar bem mais barato, mas aí a cotação do TLT pode já ter disparado
Por exemplo: eu comprei TLT a $83-$84 com dólar acima de R$5. Nesta última semana, ganhei na valorização do TLT para $88, mas perdi na desvalorização do dólar a R$4,90. Aí ficou a conta pela receita praticamente.
2) Se você der sorte, pode pegar um dólar a uma cotação mais baixa por motivos internos (melhora no fiscal, etc) aí esse seria o melhor dos cenários. Pois pegaria o TLT a uma cotação mais baixa, visto que não houve influência dos juros futuros sobre ele
3) Se o cenário piorar nos USA e os juros futuros voltarem a subir, você certamente comprará TLT a uma cotação mais baixa, no entanto, o nosso dólar BR certamente estará mais caro exatamente por conta disso

domingo, 8 de outubro de 2023

Carteira Zé Batalha 3T23: +10,71% no acumulado do ano - Crash à vista?

Quando comecei a redigir esse post no final de julho, era tanto otimismo que pensei em colocar como título "Agora niguém segura", "Agora vai decolar" ou algo assim... rs. Até então, eu tinha um rendimento acumulado de 13,52%! 

Apenas 2 meses depois, o caldo entornou e fechamos o acumulado no 3T22 em 10,71%. Não parece ser uma queda tão grande, ainda está bom, mas vejo muitos riscos no ar.

Foi até bom pra relembrar que a vida é dura, Zé Batalha

E o que fez as coisas piorarem assim?

1) Juros futuros americanos

Vimos uma disparada nos juros dos títulos públicos de longo prazo norte-americanos nos últimos tempos. No dia 3/10, os juros USA de 10 anos chegaram a 4,768%, o maior nivel dos ultimos 16 anos. O que costumar acontecer logo depois? 

Um CRASH, a não ser que "dessa vez seja diferente"...

3 das 4 maiores falências bancárias da história norte-americana ocorreram faz pouco tempo, quando esses juros chegaram a 4% (Silicon Valley Bank e outros).

Sempre que os juros chegaram nesses níveis houve quebradeira. Basta ver a história que um Minsky Moment parece se aproximar. E para completar os USA perderam seu AAA nesse trimestre.

2) A constante ameaça de recessão norte-americana

Todos davam como certa a recessão americana em 2023. Ela não ocorreu, mas pode ter sido postergada.

Desde 2002 não se tinha uma taxa de financiamento imobiliário tao grande quando agora, batendo acima de 7,5%, maior patamar desde dezembro de 2000. Taxas de cartão de créditos altissimas também.

Um indício de recessão forte pode desencadear uma forte liquidação nos ativos. Foi o que provocou a crise de 1987, quando um simples sinal de recessão derrubou todo o mercado.

3) Barril de petróleo nas alturas

A alta contínua dos preços do petróleo, que já beira os 100 dolares, deve contribuir para um aumento da inflação mundial e assim pressionar ainda mais a alta de juros.

4) Incertezas em relação ao fiscal brasileiro

No Brasil, a pressão externa desses títulos e a percepção do mercado de maior risco fiscal por aqui vêm empurrando o juro futuro BR para cima também. Até pouco tempo, o mercado esperava uma Selic na faixa de 9% ao fim do ciclo e agora espera algo acima de 10%.

Juros brasileiros não podem baixar tanto com esses juros norte-americanos altos. E isso limita bastante o potencial de alta da bolsa brasileira.

E somando isso tudo, temos a explicação do porque a bolsa caiu tanto nos últimos meses.


Agora, tentando ainda ser otimista:

Sempre que houve um período de corte de juros, sem fatores externos extraordinários (tipo pandemia) houve ao mesmo tempo uma situação em que a bolsa decolou. Aliado a isso, houve momentos em que a inflação esteve baixa (por ex: de 2017 a 2019 abaixo de 4,5%), bolsa decolou também. E se o problema que citei acima não for tão grave, estamos só no começo desse movimento. O último ciclo de cortes trouxe ao Ibovespa mais de três anos de alta.

Fonte: Nord

O Brasil vem batendo recordes de superavit, somos responsáveis por alimentar boa parte da população mundial, sendo o maior exportador de soja, carne bovina, algodão entre outras commodities e quanto mais isso ocorre, mais dolar entra no país e mais o real se valoriza frente ao dolar, o que aumenta a tendencia do dolar cair ainda mais. Além disso somos "exportadores de juros" o que também auxilia nesse movimento.

Por fim...

Seguimos na perseverança de sempre, e chegando na meta de 40% RF e 60% RV estabelecida. Focando só no que temos controle. Quanto ao que vai realmente acontecer, só nos resta aguardar.

Venha o que vier, Zé Batalha está preparado, sempre com a espada afiada.






domingo, 9 de julho de 2023

Carteira Zé Batalha 2T23 - Fechamento semestral: +12% no acumulado do ano!

Há 10 anos atrás, quando comecei a CZB, estabeleci metas agressivas de rendimento: 15% ao ano. Nesse período, eu só bati ela 3 vezes (2016, 2017 e 2019), um pouco por mérito, mais também por sorte de principiante, confesso. 

Hoje tenho muito mais conhecimento para obter melhores resultados ao mesmo tempo que percebi logo o quanto é difícil conseguir esse rendimento anual de forma constante.

Agora estamos em 2023, o primeiro tempo acaba, e já estou com 2 dígitos de valorização na CZB, mais precisamente: +11,86%!

Por que está tudo indo tão bem?
 
Esse é um momento bem raro em que tudo na CZB vai bem. No acumulado do ano, temos: Ações (+11,78%), FIIs (+16,07%), RF (+6,83%) e Cripto (+51,43%). Além disso, USA (+16,06% em reais) mesmo com dólar caindo.
 
E claro, os índices também vão bem: IBOV +11,01%, IFIX +10,28%, NASDAQ +32,74% e S&P +16,38%.
 
Como pode ver abaixo, pelas metas de alocação da CZB, o momento seria de aportar mais em USA, pois é o que está mais distante da meta.

Contudo, está difícil de aportar na bolsa americana. Dólar está caindo, o que anima, e a vontade de aportar nas Big Techs é grande, mas estão todas próximas dos seus topos históricos. 

Big Techs puxam S&P pra cima

Pelo menos neste ano eu consegui me disciplinar pra aportar em RF, buscando a meta. Quase 80% dos meus aportes foram nela.

RECESSÃO NO USA. VAI ROLAR MESMO?

Quanto aos USA, 9 entre 10 especialistas apontavam uma recessão neste ou no ano que vem. Das últimas 13 altas de juros do FED, em 10 houve recessão por lá.

Mas até aqui não vimos nenhum sinal disso. Pelo contrário, os últimos dados mostram uma economia firme e forte, sem maiores sinais de desaceleração. Com isso, o cenário improvável de um soft landing (inflação controlada sem recessão) acaba se tornando um pouco mais crível. Como a inflação segue persistente, isso deve levar a mais algumas altas na taxa de juros americana.

É difícil entender como a bolsa americana subiu tanto, mas uma das razões pode ser o hype da IA influenciando as Big Techs, que tem grande participação nos índices. É inegável a relevância que a IA vem ganhando no mundo de hoje, mas isso pode ser outra bolha, ainda mais quando vemos NVidia subindo 190% e Microsoft 40% no ano.

Jeremy Grantham bota fé que essa bolha estoura, pois já aponta uma existente de ações, imóveis e commodities, que agora só fez acumular com a da IA. Ele previu o crash da internet em 2000 e a bolha imobiliária de 2008. O vetera tem um histórico bom.

E O OTIMISMO BR VOLTOU?


A realidade tem mostrado que, com o arcabouço fiscal definido e se passar uma boa reforma tributária, a chance de voltar a ser grau de investimento aumenta. O Brasil viveu bons momentos de crescimento quando conjugou esses dois fatores: boas reformas e dólar global mais fraco.

QUERO CELEBRAR ESSE MOMENTO

Eu tenho direito de celebrar essa valorização histórica da CZB, até porque não sei o quanto ele vai durar... rs

VAI ZE BATALHA. ELEVE O COSMO.

No mês passado fiquei bem satisfeito por ter me livrado de VALID, a segunda das 3 carniças da CZB, aproveitando o que entrou da venda para aportar em coisas melhores. Vendi na máxima dos 3 anos assumindo um prejuízo de 19%, mas contando com as altas que devem seguir por aí para aportar em ITUB3 e EZTC3.
 
Parabéns também pra você ZB, que comprou: GGRC a R$100 (quando todos achavam que o mundo ia se acabar por causa de Lojas Americanas) e ela está R$124 agora; HGRE a R$109 e ela está R$ 141,59; HGBS a a R$166 e ela está R$ 217,90; XPLG a R$91 e ela está R$ 114,19. Você vê que as coisas estão melhorando quando até o FII mais sem futuro que eu tenho, o FIGS11, está virando pro positivo.

Mas como sempre, lembro do meus maiores vacilos como aprendizado: não ter comprado META a $90 no ano passado, achando que ela seria impactada pelo TikTok. Agora bateu $290, continua uma máquina de fazer dinheiro. E isso vale para praticamente todas Big Techs que invisto: Google, Apple, Microsoft  e tal. É isso aí, faz parte do jogo.

CONCLUSÃO

Chegamos na metade do ano. Estou feliz com os resultados até então, mas ainda falta o segundo tempo. Muita coisa pra rolar. Só resta aguardar e seguir na estratégia.

domingo, 4 de junho de 2023

CARTEIRA ZÉ BATALHA - BEM VINDA LOJAS RENNER (LREN3)

Como já falei anteriormente, estava decidido a não colocar mais nada de novo na Carteira Zé Batalha, a não gastar tempo estudando novos ativos, etc. Contudo, acabei queimando minha lingua, após analisar bem esse case.

A Renner é uma das principais empresas do país no setor de consumo cíclico, com destaque para sua atuação no segmento de varejo de tecidos e vestuário. Atuando desde a década de 20, além das lojas Renner, controla também a Camicado (casa e decoração), Youcom (moda jovem) e Ashua (moda plus size).

POR QUE ENTREI NESSA?

Sái Ultrapar, entra Renner

Pra começar decidi que não iria colocar dinheiro novo, então resolvi vender uma das minhas posições. Acabou sendo uma oportunidade de sair de UGPA3 conforme falei nesse post sobre os meus maiores erros de investimento, mesmo perdendo ali 25% do que investi nela. Se eu esperasse pra vender mais caro também compraria LREN3 mais cara. Defini também uma alocação inicial de 5% pra Renner na CZB-Ações.

Minha cara quando lembro que entrei nessas 3 carniças: UGPA, BRFS e VLID...

PONTOS POSITIVOS

Começando pelo principal pra mim: fundamentos. Seguem ótimos, ainda mais quando comparada a seus concorrentes do varejo, onde ela é disparada a melhor. Dívida líquida negativa; Margem bruta de 60% e consistente nos ultimos anos; Margem líquida de quase 10%; Receita líquida e lucro líquido recorde de R$500 milhões no fechamento de 2022 mesmo num momento difícil pro segmento.

A cotação vinha caindo por vários meses mesmo com esses fundamentos, rondando a mínima de 5 anos, e foi por esse momento que eu fiz o primeiro aporte, a R$15,30, no início de maio.

Pra quem gosta de indicadores (levando em conta o momento em que entrei): um ótimo P/L de 11, considerada barata quando comparada a seus pares, abaixo da média de 24, sendo que já chegou a 40 em 2019. No 2T19 a cotação estava beirando R$50! O P/VP de 1,42 bem abaixo da média de 5,12 também.

Pra quem gosta de dividendos, ela também paga com assiduidade, com um payout médio de 40%.

Mais sinais positivos 

A tendência é ganhar market share da Marisa e Leliblanc, que estão quebrando, além de outras que podem ter o mesmo fim. 

O potencial de lucro fica ainda maior com a tendência de baixa dos juros. Vislumbrando uma possível alta da bolsa, ela pode ser muito beneficiada, pois nessas horas o varejo é quem costuma subir mais. 2016 a 2021 foi Magalu. Em períodos anteriores foram Hering e Americanas.

É um setor complexo, mas ela está muito melhor das pernas que C&A e Magalu. E Americanas deu perda total...

PONTOS NEGATIVO - AS AMEAÇAS

O juro alto nesse caso influi não só na dívida da empresa, mas também no cliente que vai comprar, assim como na construção civil. Por isso esses 2 segmentos são afetados 2 vezes nesse caso. Por isso o case depende muito da queda dos juros.

STF e STJ estão julgando um benefício tributário relacionado ao ICMS. Renner poupou 123 milhões em 2022 por conta dele. Era usado pra abater IR de custeio e agora só deve poder de investimentos. Logo, vai pagar mais imposto se isso passar. Calcula-se um impacto de 10% no lucro. Mas as concorrentes sofreriam muito mais.

Há também a ameaça da Shein. Caso consiga adotar seu modelo de produção aqui, a concorrência deve sofrer. Houve uns papos com o governo onde ela projeta que 85% da sua produção seja nacional até 2026. Entre falar e fazer há uma grande distância, mas isso é sim um risco para esse case.

Por fim, as últimas ameaças que elenco: Juros demorarem muito tempo pra baixar ou surgir algum esqueleto no armário tipo o ocorrido com Americanas, que dado o histórico da empresa, acho difícil.

CONCLUSÃO

Eu entendo que essa pode ser uma grande oportunidade de ser sócio de boas e ótimas empresas brasileiras a preços que devem demorar bastante pra se repetir. Por isso entrei em Renner, e por isso segui fazendo alguns aportes em outras ações que já detinha, conforme comentado em posts anteriores.

No momento que escrevo isso, no dia 2/6, fico feliz de ver que a cotação da Renner passou de R$20, já valorizando mais de 30% em questão de semanas desde o meu primeiro aporte e com isso eu praticamente já recuperei quase tudo que perdi na venda de UGPA3. O timing foi lindo.

E para completar a Carteira Zé Batalha brilhou muito em maio, assim como em abril, desta vez valorizando +3,07% no mês e fechando 8,51% no ano. Espero que continue assim...

Alegria do Zé Batalha ao ver essa valorização recente

quarta-feira, 12 de abril de 2023

CZB 1T23: +1,84% - A batalha dos juros - Bolsa barata: oportunidade ou cilada?

A BATALHA DOS JUROS

Esses juros estão ferrando com muitas empresas. É fato. Aí é fácil falar: BAIXEM OS JUROS. Parece bastar isso para resolver o problema, mas aí você pode perder o controle da inflação. Não é tão simples. Ah se fosse.

Basta ver a história:

BRASIL 2014-2016: Nova matriz econômica. Juros são baixados quando a inflação não estava ainda controlada. A inflação dispara meses depois e os juros bateram 14%.

USA década de 70: Arthur Burns segue a pressão de Nixon e baixa os juros na marra. O problema chega na década de 80 num nível que Paul Volker teve que aumentar os juros americanos para incríveis 20%!

Só mais um caso recente...

Conclusão: se não resolver o problema logo no começo, assim como uma doença, o remédio acaba sendo muito mais amargo depois. E quem mais sofre com uma inflação alta é justamente a população mais pobre.

SOBRE O "ARCABOUÇO FISCAL"

Acredito que saiu melhor do que se pensava, partindo do princípio que houve um mínimo de preocupação com o problema fiscal. Foi positivo a base para o cálculo do crescimento da despesa ser a receita passada, e não a projetada. E sim, deve vir aumento de impostos no couro do peão para essa conta fechar.

Acho que pode ser o suficiente pra trajetória de juros começar a baixar. E aí campeão, talvez possa ser essa a hora da virada que todos esperam.

O risco dessa minha premissa: os juros americanos aumentarem muito mais. Contudo, entendo que o espaço pra alta lá não parece ser tão grande. E com alguns desses últimos bancos que quebraram por lá, fica uma ameaça de crise de crédito que pode fazer o FED rever essa perspectiva de alta e empurrar o problema mais pra frente. 

CARTEIRA ZÉ BATALHA 1T23: +1,84% NO ANO

A CZB, comparando com outro investimentos, fechou o primeiro trimestre até melhor do que eu pensava: +1,84% no acumulado. CZB Ações ganhou do IBOV: -3,42% a -7,16%. CZB FIIs venceu o IFX: -2,59% a -3,70%. CZB-USA valorizando +10,72% (em reais), renda fixa (cada vez mais próxima dos 40% de alocação) com +3,3% e a CZB Cripto batendo +53,64%

COTAÇÕES DA BOLSA EM BAIXA: OPORTUNIDADE OU CILADA?

A bolsa brasileira está extremamente barata. E pode cair ainda mais, é claro. Mas vejo o espaço pra subir bem maior que o espaço pra cair. Pra quem é holder, esse pode ser um grande ano pra comprar alguns ativos nas baixas. A bolsa brasileira só costuma andar com queda de juros e ela parece mais perto do que longe.

Da série "vi por aí". Muito característico... rs

Mas o que comprar, o que aproveitar nessas mínimas? Essa é a grande questão. Vou passar a minha visão de 3 casos, do mais pessimista ao mais otimista. Todos presentes na CZB: OIBR, CVCB e MDIA.

OIBR: o que já não prestava muito ficou ainda pior após mais uma RJ. Essa eu já dei como perdida. Quem quiser apostar na mínima aqui tem que ter muita fé. O mais complicado é que a salvação da OI, com o intuito de quitar suas enormes dívidas, parece ser a venda de sua participação na Vtal, o filé mignon, o que ela tem de melhor. Não vou esquecer nunca de um cara no twitter que colocou 90% do patrimônio dele nisso aqui... Onde andará esse jovem... 

CVCB: parece começar a resolver o problema de sua dívida, mesmo sabendo que deverá fazer mais emissões. Turismo foi o segmento mais afetado na pandemia e é um negócio complicado. Dólar influencia muito. Mas ela é praticamente um monopólio no setor. Dificilmente vai quebrar. Acho que vale a pena arriscar comprar nas mínimas históricas a R$2,80 algo que já valeu R$60. E foi o que fiz, salientando que ela tem uma alocação modesta na CZB Ações.

MDIA: uma queda absurda de 22% como aquela no dia 20/3 é para mim uma ótima oportunidade de entrada. Eu aproveitei pra fazer mais um aporte. O mercado penalizou demais a empresa pelo resultado, comprometido devido a alta no preço do trigo. Mas é uma ótima empresa, que sempre deu lucro, até numa situação como essa. E o mais interessante é que o preço do trigo vem baixando, o que já poderá se refletir positivamente no seu próximo resultado.

ABRIL UPDATE

Escrevi isso ao final do mês passado. Pelo que se viu na última semana, a perspectiva de controle da inflação aqui e lá fora ficou mais otimista. O mercado parece ter gostado do que viu, expectativas de juros vem caindo e a bolsa teve a melhor semana do ano.

As coisas podem estar melhorando? Quem sabe? Tem muita coisa que ainda pode dar errado nesse cenário. Só resta aguardar os próximos capítulos...