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sábado, 24 de abril de 2021

Alguém ficaria rico com ações da Magazine Luíza (MGLU3)? - ATUALIZAÇÃO: 14/01/2022

Essa é uma história de ficção que criei baseada em dados reais das ações da Magazine Luiza ao relembrar essa clássica imagem que coloquei em um antigo post:

Como muitos já sabem, este é um dos caso mais incríveis de valorização de um papel na nossa bolsa. Valia o equivalente a R$0,05 em outubro de 2015. Considerando o dia que escrevo esse post (18/4) vale R$22, ou seja, se multiplicou por 440 vezes.

CONTOS DO ZÉ BATALHA - SENTA QUE LÁ VEM A HISTÓRIA...

Nossa história começa então em outubro de 2015...

Imagina que 4 colegas ganharam num bolão da quina e resolveram aplicar 20 barão. Decidiram investir em ações.


Seguiram o conselho de outro colega para diversificar e então cada um dividiu por 4 esse capital e cada um fez um aporte de R$5 mil em MGLU3, 100 mil ações.

Sei que são várias coisas difíceis de ocorrer: 1) 4 colegas querendo investir ao invés de gastar toda a grana; 2) investir em AÇÕES em 2015; 3) escutar um bom conselho de diversificar o investimento logo de início. Poderia citar mais outras, contudo a história é minha... rs #PAZ 

Importante lembrar também que naquela época a situação da empresa era: prejuízo de R$65 milhões, dívida bruta/PL no topo em 2,75 e queda de 68% nos papéis aquele anoPraticamente ninguém acreditava nesse case. Certamente, uma aposta que poucos topariam.

Agora vamos conhecer quem são os 4 colegas:

  1. Chico, o trader mão de alface
  2. Maneu, o trader cabeça
  3. Zé Batalha, o holder que vos fala
  4. João Seguro, o holder xiita
Obs: Para a história ficar mais simples não vou considerar taxas, impostos, reinvestimento de possíveis proventos. Sinceramente não quero perder tempo com a exatidão dos números, mas a mensagem vai ser passada da mesma forma.

EPISÓDIO 1 - O APORTE E O FINAL DE ANO DE 2015

Todos os 4 compraram R$5.000,00 de MGLU3 como já citado, que ao final do ano valia R$7.000,00.

Chico, o trader mão de alface vende, embolsa os R$2.000 e vai gastar a grana no réveillon em Jericoacoara contando para todos a sua capacidade incrível de investidor e como ganhou 40% em poucos meses.

Os outros 3 colegas mantém a posição.

EPISÓDIO 2 - 2016 TERMINA E A APLICAÇÃO JÁ VALE R$41.000

Com um índice P/L de 26,81, Maneu (o trader cabeça) afirma que a ação está "cara", embolsa R$36.000 e conta pra todos no réveillon de Nova York como é um exímio investidor.

Os outros 2 mantém a posição. O Zé Batalha aqui nem pisca pois segue militarmente a sua filosofia de buy and hold.

EPISÓDIO 3 - 2017 TERMINA E A APLICAÇÃO JÁ VALE R$251.000

João Seguro, o holder xiita não se abala, mas o Zé Batalha começa ficar assustado em ver como multiplicou por 50 vezes seu investimento em pouco mais de 2 anos. 

Ele chega até a comentar com a Senhora Batalha que indaga porque não realiza logo o investimento para quitar o financiamento do nosso apartamento e ainda sobra pra fazer uma reforma.

A mão de enviar a ordem de venda do Zé Batalha começa a coçar...

EPISÓDIO 4 - 2018 TERMINA E A APLICAÇÃO JÁ VALE R$566.000

Quem acompanha a estratégia ZB de investimentos já me conhece mas mesmo com todo esse racional de investidor nem mesmo o Zé Batalha aguenta e vende sua posição embolsando R$561.000 e ATÉ ELE conta pra seus amigos na mesa de bar naquele super reveillón como multiplicou seu capital por 113x. Mas é claro que ele mente sobre o valor aplicado... rs

Zé Batalha lembrando dos conselhos do Batalha Pai: "Quem quer muito traz de casa"

O João Seguro, como bom holder xiita, mantem sua posição. Ele ri desse P/L de ação "cara" em 57,61

EPISÓDIO 5 - 2019 TERMINA E A APLICAÇÃO JÁ VALE R$1.218.000

O João Seguro só precisou de uma ação para vencer a corrida do milhão. Provavelmente comemora tomando a sua Brahma raiz na virada de ano.

EPISÓDIO 6 - 2020 TERMINA E A APLICAÇÃO JÁ VALE R$2.495.000

Lembra do Chico, o trader mão de alface? Ele consegue furar as medidas de isolamento pois faz questão de comemorar seu reveillón e toma uma cerveja num barzinho ilegalmente aberto na sua cidade natal, assistindo na TV a festa da virada virtual.

Aí ele vê uma propaganda da Magalu e então faz as contas de quanto dinheiro teria hoje se não tivesse vendido sua posição em 2015. Uma lágrima desce pelo seu rosto...

Chico mão de alface assistindo propaganda da Magazine Luiza

O João Seguro, o holder xiita, multiplicou por quase 500x o valor investido e ainda não vendeu. O P/L de 412,59 faz tempo que ele nem olha. A questão é: será que realmente existe gente assim ou já entramos num conto de ficção científica?

CONCLUSÃO

Para quem não conhece a história de MGLU, reforço: os valores citados acima são REAIS. Todos querem encontrar a próxima MGLU, mas a história é sempre mais complicada no mundo real.

Em 2015 eu já investia em ações mas muito dificilmente escolheria uma ação com esses fundamentos. Reforço que poucos escolheriam.

Arrisquei apostas de turnaround como RAIL e OIBR algum tempo depois, que poderia se enquadrar num caso parecido com o de MGLU mas seria um percentual de alocação tão pequeno que ficaria bem abaixo desses 5K investidos no conto.

Podemos ver como o perfil psicológico e comportamental do investidor é importante. Certamente muitas pessoas iriam vender cedo pra garantir o lucro ou comprar mais com as altas e não teriam tanto retorno.

E por fim, quem sou eu pra sacanear com o trader mão de alface. Não entendo nada de técnicas de trade. Vai que nesse período ele continuou comprando em bons momentos e embolsando. Também estamos falando de um papel que valorizou muito, algo raro.

Mas às vezes fico pensando... Creio que 70% das pessoas agiriam como o mão de alface. Venderiam logo pra garantir o lucro. E isso vai do perfil de cada um. Como falei, nem eu creio que conseguiria segurar por muito tempo.

Não questiono quem faz trade. A questão é fazer isso na louca, sem método, seguindo a dica do dia de qualquer um que aparecer.

Posso errar certamente na minha estratégia de holder, mas procuro seguir ela à risca. Se eu tiver de errar que seja pelas minhas percepções, a responsabilidade é minha. E exatamente pelo fato de querer mitigar os riscos que eu tenho estudado tanto sobre finanças e economia durante esses 8 anos da Carteira Zé Batalha. 

Mr Michael Burry curtiu essa história


PS: Seguindo sugestões dos leitores, vou manter o post atualizado com os valores no decorrer do tempo.

ATUALIZAÇÃO: 14/01/2022

João Seguro continua com seu investimento em MGLU3 que está valendo R$633.000 nesta data. Queda de cerca de 75% quando comparado ao último fechamento registrado neste conto, ao fim de 2020, quando valia R$2.495.000. Lembrando que ele colocou R$5.000 em outubro de 2015.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Apostas de turnaround da Carteira Batalha - Rumo (RAIL3) e OI (OIBR3)

O sonho de grande parte das pessoas que investem na bolsa de valores é acertar aquela "grande tacada". Comprar uma ação nas mínimas e levar ela ao topo. Algo como o maior caso de turnaround recente da nossa bolsa: Magazine Luiza (MGLU) -> uma ação que vale hoje cerca de R$35, chegou a valer R$0,12 em 14 de dezembro de 2015. Quase 300x de valorização!

Iphone x MGLU3

Será que vale a pena arriscar para tentar achar a próxima MGLU?

Esse tipo de investimento vai quase que contra tudo o que acredito, mas acho que pode valer a pena desde que não seja comprometido uma parcela muito grande do seu patrimônio nisso e que você estude muito bem o case antes de tomar qualquer atitude.

Investimentos de risco elevado só podem ser feitos num nível em que você possa tolerar as perdas, ou seja, colocar aquele dinheiro que se você perder o seu mundo não vai acabar.

Eu costumava colocar no máximo 5% do meu portfólio em "apostas", mas hoje em dia reduzi para 3% (criptomoedas também estão nessa classificação). Além disso, considero uma boa colocar entre 0,5% e 1% em cada ativo, conforme recomenda esse ótimo vídeo do Canal do Holder.

Se a aposta der certo, vem depois a decisão de continuar e se beneficiar do fato de ter virado um bom ativo, entrando assim na carteira de buy and hold, caso atenda aos critérios.


Rumo (RAIL3): Por que entrei nessa

De todos os papéis que tive até hoje, foi minha primeira aposta desse tipo. Admito que foi dica daquele barbudinho chato da Empiricus, durante o ano em que cheguei a assinar. Na verdade foi um amigo que me deu a dica. Li o relatório e comprei a ideia.

Eram mais de 20 páginas onde ele detalhava muito bem todo o case. Resumindo: somos muito dependentes da malha rodoviária para escoamento da produção agrícola. Sentimos isso na pele no impacto causado pela greve dos caminhoneiros em 2018.

Para crescer mais o Brasil precisa de uma melhor infraestrutura logística. 65% do transporte de mercadorias é feito pelo modal rodoviário, 26% ferroviário e 9% hidroviário. Há uma demanda não atendida e com isso uma enorme perspectiva de expansão.

Na época, setembro de 2016, o relatório prometia um ganho de 400% no melhor cenário e 90% no pior. 2 anos e 4 meses depois estou com um ganho de 225%. Na Carteira Batalha de ações ela só perde para Eztec, que está com um rendimento louco de 270% hoje.

Decola, tremzinho!

Um outro motivo pelo qual entrei: A empresa tem uma relação com o setor agrícola, que cresceu até mesmo durante esse tempo de crise. Eu gostaria de ter alguma exposição nesse setor, nem que fosse indiretamente.

Entrei em RAIL3 com cuidado colocando por meta na época apenas 2,5% da minha carteira de ações, mas diante da evolução da empresa, já estou projetando um bom aumento de participação na carteira.

Tem dado certo até então. Conseguiu seu primeiro trimestre de lucro desde 2012. Me impressiona também a quase unanimidade de gestores de fundos que acompanho que também estão comprados em Rumo.


OI (OIBR3): Por que entrar em algo tão ruim?

Antes de mais nada, gostaria de adiantar que essa é uma das piores empresas que eu já analisei em toda a minha vida. Procure no Google a história dela e você vai entender. Tudo de ruim que você possa imaginar ela já passou...

A ação já chegou a valer R$360 e a pouco tempo bateu cerca de R$0,70. Ah e não esqueça que está em recuperação judicial...

Entrei nela a R$0,80 (com um mínimo de capital, claro) pois ela já estão tão no fundo que mesmo que se acabe perderei algo que posso suportar. Mas por que ela entrou na CZB? Após várias pesquisas reuni algumas informações que me fizeram entrar nessa.



O ruim

Na verdade, o péssimo: a situação atual. Entra R$4,5 bi de caixa operacional/ano com saídas de R$7 bi. Prejuízo acumulado: R$11 bi.

O bom

Somente as perspectivas e possibilidades, que são várias:
  • Venda de participação na angolana Unitel = R$4 bi
  • Venda de torres + data center = R$650 mi
  • Venda de rede de fibra ótica = R$1 bi
  • Venda de imóveis = R$1 bi
  • Venda da Unitel = R$4 bi
  • Créditos ligados a PIS/Cofins = R$2 bi (com expectativa de mais R$1 bi)
  • Dedução de IR pode chegar a até R$ 3,7 bi
  • Aprovação do PLC 79 é o fator mais recente que pode ajudar a cotação a subir
Claro que muita coisa pode acontecer, inclusive nada… Há muita boataria que pode ser vendida pra TIM, alguma chinesa, até AT&T entrou na história...


E atenção - Disclaimer:

Mais do que nunca eu reforço que nada disso é recomendação de compra. É só a p*rra da minha opinião...


E fechando o mês de agosto...

A CZB teve um rendimento de -1,22% perdendo para o IBOV e seus -0,67%. No acumulado do ano temos um ganho de 8,62%. A CZB-Ações rendeu -1,98% e o acumulado do ano 9,66%.