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sábado, 5 de março de 2016

Review - Antologia Rocky + Creed


Os filmes da série Rocky muito provavelmente são os que mais inspiraram e influenciaram a minha vida e de várias pessoas que viveram nos anos 80 e 90, mesmo tendo a sua primeira versão sendo lançada em 1976. Após assistir Creed, resolvi relembrar a história desses filmes, onde acompanhamos a cada novo capítulo o crescimento deste personagem, os quais vi por dezenas de vezes e que não me canso de ver de novo.

Rocky não é bem um filme que fale somente de boxe, mas principalmente de luta, objetivos e perseverança. É a história de um homem que está disposto a lutar para fazer o seu melhor diante de todos os problemas que encontra na sua vida. E ninguém pode esperar muito dele, pois é um cara limitado, não é inteligente, só podendo contar mais com o seu físico. Uma pessoa que tem limitações como todos nós, mas a sua determinação e garra fazem ele ir além do seu limite. Isso pra mim basta pra falar de uma das coisas mais importantes da vida: alguma hora você vai cair, mas não deixe de se levantar e lutar sempre.



A trilha sonora dos filmes é espetacular. Escuto até hoje e sempre irei escutar. Na verdade, analisando bem, esses italianos (alguém lembra de Enio Morricone e suas músicas dos clássicos filmes de faroeste?) são muito feras quando se trata de trilha sonora. Bill Conti e outros italianos fizeram para os filmes de Rocky algumas das músicas de filmes mais empolgantes já criadas. Experimente escutar Eye of the Tiger (Rocky 3) ou Burning Heart (Rocky 4) se estiver com preguiça de correr/malhar e aposto como vai te motivar. A música certa na época certa no filme certo:



Segue a minha análise abaixo, repleta de SPOILERS. Mas se você nunca assistiu nenhum Rocky, faça isso agora mesmo e volte pra ler isso aqui. Eu diria até que Rocky 1, Rocky Balboa e Creed você pode assistir sem nem gostar ou entender muito de boxe, pois nelas o resultado da ultima luta é o que menos importa. Não tenho lá muito conhecimento técnico para analisar filmes, por isso minhas notas serão dadas mais levando em conta o quanto esses filmes foram importantes pra mim. Se quiser uma análise mais profissional desses filmes, aí sim acesse o RapaduraCast, que foi uma das coisas que vi que me inspirou a fazer esse post.

Rocky (1976)
A vida de Rocky se confunde com a de Stallone. Muitos acreditam que ele transmite no filme toda as dificuldades que passou pra conseguir realizar esse filme. Rocky é um boxeador sem muita expressão e recebe a chance de sua vida: enfrentar Apollo Creed, o detentor do cinturão. Contra tudo o que se pensava ele consegue chegar ao final da luta. Este filme ganhou à época o Oscar de melhor filme, superando Taxi Driver. Por ser o começo de tudo e toda a sua influência nos anos seguintes, considero uma obra-prima, por isso essa nota. Nota: 9,5

Rocky 2 (1979)
A grande revanche Rocky x Apollo. O mais incrível é que o dublador brasileiro traduziu o final da luta do filme anterior como empate, enquanto na verdade quem venceu por pontos de forma apertada foi Apollo. Mas vemos neste filme o dilema de Rocky ao encarar essa revanche e vencer de uma forma incrível, talvez no final mais dramático de todos da série. Nota 8

Rocky 3 (1982)
Neste filme, após a conquista do cinturão, várias vitórias e muito sucesso vemos um Rocky que se deixa levar pela fama e acaba perdendo para Clubber Lang. Pra voltar a vencer ele precisa ter de volta aquele olho de tigre (mostrado no vídeo Eye of the Tiger no início do post), como bem lembra o seu amigo Apolo, que acaba por treiná-lo. Após vencer a revanche contra Lang, ao final do filme, Apolo cobra uma revanche, que só no filme "Creed" sabemos que o vencedor foi Apolo. Como filme, este e Rocky 4 talvez não sejam tão bem produzidos, mas certamente são até mais empolgantes em alguns aspectos. Nota 8 


Rocky 4 (1985)
Só a cena do treino e a trilha sonora já vale o filme, uma das que mais escuto no Spotify. Falam que esse filme é somente uma montagem de videoclipes, até entendo, mas acho que ele tem muito mais do que isso. Uma das cenas mais engraçadas da série é a dança do Apolo antes de uma luta que acaba se tornando logo depois uma das cenas mais chocantes da série, quando Ivan Drago o mata em algo que era só para ser uma exibição. Rocky se vinga do amigo lutando contra o russo, numa das lutas mais incríveis da série. No final faz um discurso muito massa sobre a Guerra Fria (havia uma grande rivalidade na época entre EUA e URSS): que é melhor ver 2 homens se matando num ringue do que milhões se matando numa guerra. Muitos acham um final apelativo. Eu acho perfeito. Aqui entram mais outras ótimas músicas: Burning Heart (mostrado no vídeo no início do post), Hearts on Fire e No easy way out. Nota 8,5


Rocky 5 (1990)
Certa vez, numa entrevista, o próprio Stallone diz que não tem nada de bom que ele lembre desse filme, mas eu ainda gosto dele, apesar de concordar que seja o mais fraco de todos. Após ter que se aposentar depois de problemas neurológicos decorrentes de tanta porrada acumulada e logo em seguida por problemas financeiros, Rocky e sua família ficam pobres e tem que viver uma vida mais humilde. Rocky vê em Tommy Gunn uma chance de voltar a estar em contato com o boxe e deposita todos os seus sonhos ao treinar ele, que acaba o sacaneando no final. O que mais toca no filme é sentir a sensação de um esportista de alto nível, qualquer que seja a sua modalidade, ter que admitir que não pode mais fazer o que mais gosta e ainda assim quer participar de alguma forma naquilo que viveu toda a sua vida. Algo muito duro que é bem explorado no filme. Nota 7

Rocky Balboa (2006)
Rocky Balboa pode ser considerado um filme quase de ficção ao admitir que uma pessoa de 60 anos lute contra um jovem detentor do cinturão. Mas este filme é muito mais do que isso, foca muito na sua relação com seu filho e o seu passado. Mais uma vez Rocky e Stallone se confundem no momento que vivem em suas vidas, tentando mostrar o seu valor como lutador e ator, respectivamente. Durante o treinamento, vemos a dificuldade de Rocky ao lutar contra a artrose, problema nos joelhos, a falta de velocidade, restando apenas tentar melhorar ainda mais a sua força bruta pra encarar a luta final.
Nota 8,5
Só esse vídeo já vale o filme. Uma das maiores lições que qualquer ser humano precisa aprender na vida:



Creed (2015)


Minha ansiedade era grande pra assistir esse filme. Rever o Rocky, agora como um coadjuvante, após quase 10 anos. Fiquei com receio do Rocky morrer nesse filme. Acho que se ele morresse eu cairia no chão chorando aos prantos na posição fetal hehehe.
Mas falando sério, o filme respeita muito bem as suas origens e sempre menciona acontecimentos dos filmes do Rocky, além de ter ficado muito bem localizado no momento em que vivemos atualmente. Resumindo o filme, Adonis Creed (filho de Apollo) quer mostrar o seu valor como boxeador e consegue, após muito insistir, que Rocky o treine para lutar, e por sorte ele consegue uma luta pelo cinturão, o que lembra bastante o primeiro Rocky. Tecnicamente, destaco a câmera incrível que vemos durante as lutas.
A parte mais tocante do filme é o momento em que o Rocky começa a passar mal e é diagnosticado com câncer. A sensação de ver um cara que foi o exemplo de atleta por toda uma geração numa situação daquela faz a gente se emocionar. Você tem a noção do problema quando vê ele recebendo a notícia da médica e dizendo que não vai lutar, que não vai se medicar, pois viveu na pele com sua esposa como essa luta é difícil, ou seja, Rocky está sendo nocauteado pelo câncer, justo alguém que fala que a gente tem que se levantar sempre. É muito duro ver isso, mas de uma forma brilhante, o filme nos presenteia com um Adonis que fica sempre ao seu lado, ajudando no tratamento, enquanto Rocky por sua vez o ajuda no treinamento, dentro de suas possibilidades físicas.
O final do filme foi muito bem pensado. Ver Rocky subindo aquela escada com a ajuda de Adonis, ver o Stallone daquele jeito nos faz pensar muito na vida, em como vamos estar daquele jeito um dia, ou mais ainda, ver os nossos entes queridos em situações parecidas, e deveremos estar ali para apoiar eles, sempre. Nota 9