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sábado, 1 de outubro de 2022

Política - Desabafos e lições aprendidas III - Mensagem Final - Os perigos do fanatismo e o que realmente importa

Finalmente após a parte 1 e parte 2 termino essa série. Bom acabar logo mesmo e voltar pro foco principal do blog, pois esse assunto já deu... rs

Depois desse último desabafo, é nessa paz que vou viver

Sim, há muitas pessoas que se desenganaram com a política e eu sou uma delas. Sim, também sei que isso não resolve nada. Mas não podemos fugir de quem somos.

Minha maior dificuldade de falar sobre política hoje é ver como muitos acham que tudo isso é uma guerra do bem contra o mal, ao escolher um lado demoniza o outro.

Entristece ver o quanto de gente tem se desentendido ou deixado de falar com pai, mãe, amigo, parente, etc. só porque essa pessoa vota no político que ele tanto odeia. E esses políticos estão lá em cima se lixando pra gente.

É muito difícil entender como tantas pessoas celebram a vitória de um político como se tivessem ganhado na loteria (mesmo sem nenhum benefício direto) ou chegam a entrar em desespero (mesmo sem ter perdido nada).

Beira a insanidade depositar toda a fé, sonhos e esperança numa pessoa quando o que efetivamente muda a vida, caso se tenha o mínimo para sobreviver e batalhar, são as suas atitudes.

NÃO ARRANJE TRETA POR CAUSA DE POLÍTICA

Não é porque seu parente ou amigo vai votar diferente que você não deve mais gostar dele. O caráter de alguém não depende disso. Não é por isso que ele agora é uma má pessoa. Não o julgue por isso, ou pelo menos tente.

Muitos que me conhecem devem estranhar eu dizer isso pois saí de vários grupos de whatsapp (quase que um crime hoje em dia para muitos!) e evito algumas pessoas, mas digo de coração que não foi por pensarem diferente de mim. Foi simplesmente porque penso, como já falei no post anterior, que o problema pra mim não é você ser de esquerda ou direita, o problema é você ser chato. 

Há muitas pessoas cheias de convicção que parecem ter uma grande necessidade de fazer os outros pensarem igual a elas e de mostrar que estão sempre com a razão. Seja o político que vai tornar "o país e o mundo melhor"; o seu time que é o melhor; a sua religião que é a única a te levar ao céu. 

Já eu posso até discordar de você, mas nunca vou te perturbar ou questionar suas crenças por serem diferentes das minhas.

Há também aquela turma que não tem outro assunto, ainda mais em tempos de eleição. Gosto muito de conversar sobre futebol, mas se vejo que alguém não gosta de futebol eu não fico insistindo pra ela falar disso comigo. 

Aí nesses casos realmente não vale a conversa, filho, como diria um mestre da região onde moro. Eu passo longe.

O problema é que hoje, qualquer mínimo elogio a um candidato já faz muitas pessoas te julgarem achando que você é partidário dele. Ou também: qualquer crítica feita a um faz as pessoas te julgarem como apoiador do adversário. É como se houvesse uma linha obrigatória separando a vida e te obrigando a escolher um deles. 

A verdade é que ninguém é tão ruim que nunca tenha feito pelo menos algo de bom na vida, nem é tão perfeito que nunca tenha errado. Isso vale para pessoas e óbvio, para políticos também.

Acho que a pessoa pode sim defender seu candidato, mas quando não é capaz de encontrar nenhum ponto negativo, dizer que tudo contra ele é perseguição, aí a gente entra no perigoso terreno do fanatismo, e pra mim aí realmente NUNCA vale a conversa.

Que tal uma reflexão pra encerrar esse tópico: Será que todos esses milhões de pessoas que votam no candidato que você abomina são tão horríveis assim apenas por você discordar nesse ponto delas?

Só mais uma: Se lá no futuro acontecer alguma muito ruim comigo ou com o país por conta da eleição do candidato X, o voto que marquei na urna (seja X ou Y) não vai afetar em NADA seja a situação do país, seja a minha, para pior ou para melhor.

O QUE REALMENTE IMPORTA, NO QUE ACREDITO 

Não querendo ser melhor que ninguém, mas acho que o fato de eu não ter muito dessa sensação de pertencimento me ajuda ver as coisas de forma mais clara, ao passar longe de quem só escuta o que um lado tem a falar.

Não é que eu seja descrente de tudo, mas só consigo sentir mais essa coisa de pertencer e se engajar em algo quando se trata de grupos menores: a equipe em que trabalho, o time que estou jogando no meu futebol, etc.

Pois aí entra o conceito da contribuição realmente efetiva de 1 jogador num time de 5 no futsal, de 1 colaborador numa equipe de 10 no meu trabalho. Aí eu certamente vou procurar dar o meu melhor para atingir o objetivo.

Também acredito muito em colaborações diretas a quem precisa: doações para moradores de rua, gente faminta, entre outros. Ali você está atuando diretamente no problema sem passar por tantos atravessadores.

ACREDITO MUITO NA PERSEVERANÇA 

O Batalha Pai não teve muita oportunidade de instrução: só completou o ensino fundamental. Com isso, resolveu empreender: uma borracharia. A Batalha Mãe completou seus estudos mas não trabalhou mais fora depois que nasci pra cuidar de mim e ser dona-de-casa.

Nunca foram ricos (nem faziam questão de ser). Criaram o Zé Batalha, que estudou em escola pública. Só a faculdade foi particular e meus pais puderam pagar. Hoje sou concursado, trabalho numa empresa pública e graças a Deus, além da Sra Batalha e da Batalhinha filha, consigo dar uma ajuda financeira a meus pais.

Tanto meus pais como boa parte das pessoas dessa geração que conheço, passaram por dificuldades imensamente maiores do que eu e a grande maioria das pessoas da minha idade que está lendo isso aqui. E eles venceram.

Pegaram situações políticas e econômicas muito mais complicadas do que a gente. Pergunta pra eles se ficaram chorando, revoltados ou quiseram fechar a borracharia e desistir de tudo porque o candidato que eles votaram (quando puderam votar é claro) não venceu.

Não. Eles seguiram em frente.

Daqui pro fim da nossa vida teremos governos de direta, esquerda, de tudo que é "lado". A maioria vai decidir e vamos ter que aceitar, gostando ou não. Simples assim.

CONCLUSÃO: NÃO LEVE A POLÍTICA TÃO A SÉRIO

Como ouvi certa vez: "A política é um fenômeno de cima pra baixo. Não existe essa de 'vem pra rua', 'vamos nos unir', etc. ELES que têm a caneta na mão"

A perpetuação no poder é o único objetivo. Pode haver uma decisão tomada por eles que nos beneficie, mas não fizeram isso porque se preocupam com o povo, mas sim porque são incrivelmente hábeis para entender as regras do jogo e saber o que estrategicamente é vantajoso pra eles.

Os incentivos são inúmeros no Brasil para continuar nos cargos: dinheiro e poder, fora a roubalheira. E por isso muitas vezes são os piores que costumam chegar mais longe.

Mais uma vez: é tudo sobre escolhas. Sou muito feliz pelo nosso direito de votar, mas penso que não deveria ser um dever, ainda mais quando vejo as péssimas opções que costumamos ter na urna. Não prego que você deva se desiludir com a política como eu. Apenas que entenda que suas atitudes farão muito mais diferença no longo prazo.

E por fim, essa foi a minha escolha: acreditar naquilo que me propicie um maior alcance de efetivamente mudar algo.

Desabafo feito. E com isso concluo minhas reflexões e não pretendo nunca mais falar de política aqui. 

Agora sim, Zé Batalha volta a sorrir... rs



3 comentários:

  1. Nunca comentei aqui, mas faço questão de parabenizar pelo post. Me identifico em praticamente todos pontos.
    Depositar sua felicidade ou tristeza em pessoas que nunca saberão da sua existência chega a ser patético. Boa semana.

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  2. só espero que essa trilogia seja a primeira de várias kkkk

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